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RESPONDER FLORINDO
Leonardo Boff  
Garamond, São Paulo, 2004
ISBN 85-7617-034-5
14x21 cm 176 páginas  
R$ 29,00  

Não por acaso, o capítulo inicial deste livro se intitula "Crise: o que é?". Um título significativo, marca a interrogação dos tempos sombrios em que nos cabe viver. Porque a crise, infelizmente, está instalada entre nós. E mais: não se trata de uma crise episódica, e sim estrutural, "pois abala nosso sentido de viver e nosso futuro", afirma Leonardo Boff. Neste momento, vivemos assolados pelas misérias que nossa civilização cultivou: violência inaudita nas cidades e campos, um terrorismo insano desafiando os mais básicos fundamentos da humanidade, injustiça, desigualdade, opressão, discriminações e intolerância de todo tipo.

Neste momento, vivemos assolados pelas misérias que nossa civilização cultivou: violência inaudita nas cidades e campos, um terrorismo insano desafiando os mais básicos fundamentos da humanidade, injustiça, desigualdade, opressão, discriminações e intolerância de todo tipo. Para piorar, a destruição do meio ambiente e das espécies vivas, nas últimas décadas, aponta um perigo ainda maior, o risco de um cataclisma planetário. Um quadro verdadeiramente desolador, que reflete a notável tendência tanática da espécie humana, sua aterradora capacidade destrutiva e auto-destrutiva.

O desfecho dessa crise é imprevisível. Tanto podemos estar nos condenando, e ao nosso planeta, à extinção, a uma inimaginável imolação coletiva com o fim dos seres e das coisas, do pensamento, das culturas, da história, como podemos estar vivendo as dores de parto de um mundo novo que se aproxima. Sim, porque as crises, explica Boff, são também oportunidades de mudança, de renascimento e de revitalização - num patamar superior e mais complexo - daquilo cujas contradições internas provocaram colapso e decadência. Vai depender de nós, coletivamente, determinar o rumo dos acontecimentos e o final da história - ou, melhor, a continuação da história.

Vai depender da nossa sensibilidade para constatar e entender a crise, de nossa delicadeza ao encará-la, de nossa determinação para superá-la, a possibilidade estabelecer um novo patamar de convivência entre todos os seres. Isto significa uma verdadeira revolução, como propõe Leonardo Boff. Uma revolução baseada num humanismo radical, que construa as bases de um mundo mais fraterno, mais espiritualizado, mais amoroso. Um revolução que, à crise, responda florindo, brotando, frutificando um novo pacto terrestre. Uma revolução, enfim, radicalmente humana.