Sem problemas de maior aí está o novo ano lectivo e verifico com apreensão que os novos programas
referentes aos 10º, 11º e 12º anos da disciplina “METAS CURRICULARES DE GEOLOGIA -
Curso científico-humanístico de Ciências e Tecnologias”,
cujas linhas gerais estão delineadas e que conheço no pormenor,
elaborados por uma equipa a que, de facto, reconheço competência
científica e pedagógica, continuam amordaçados, algures numa gaveta do
Ministério…
Já o disse aqui, noutros escritos e onde quer que tenha sido ou seja
chamado a falar, que o professor deve saber muito, mas muito mais do que
o estipulado no programa da disciplina que tem, por ofício, de ensinar.
E esse muito mais está na abrangência dos seus conhecimentos, não
necessariamente especializados ou de ponta (indispensáveis no ensino
superior), mas ao nível de uma sólida cultura científica e humanística.
E isso vem de trás, da formação cívica que adquiriu, do modo como passou
pela escola, pela universidade e do proveito que tirou desse privilégio,
numa sociedade plena de desigualdades como tem sido a nossa. Mas esses
conhecimentos, todos sabemos, estão ao seu alcance nas bibliotecas das
escolas e outras e, agora mais do que nunca, na inesgotável, imediata e
acessível via “on line”.
Para tal, os professores necessitam de tempo e, desgraçadamente,
forçados a múltiplas tarefas paralelas do ensino, tempo é coisa que os
professores não têm.
Afigura-se-me, pois que, para além de uma necessária e profunda revisão
de tudo o que se relacione com o ensino desta área curricular (e,
certamente, de outras), há que libertar os professores de, praticamente,
todas as tarefas que não sejam as de ensinar. Uma tal revisão, como já o
afirmei, a começar nos programas, tem de repensar o complexo problema
dos livros e outros manuais adoptados (que envolve interesses
instalados), a formulação dos questionários nos chamados pontos de
exame, sem esquecer a necessária e conveniente formação dos respectivos
professores.
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