A impressão de cor que nos
é dada por um qualquer corpo, no caso vertente, un mineral, é
consequência da absorção das radiações de determinados comprimentos de
onda do espectro da luz branca que incide sobre ele. Por exemplo, o rubi
(variedade de corindo, óxido de alumínio) é vermelho porque absorve as
radiações com comprimentos de onda 625 a 740 nm (nanómetros), o enxofre
é amarelo porque absorve a gama compreendida entre 565 e 590 nm,
a safira (outra variedade de
corindo) é azul porque retém as radiações com 440 a 485 nm. O quartzo
leitoso e o sal-gema são brancos quando não absorvem nenhuma das ditas
radiações, A grafite (carbono nativo) e a pirolusite (dióxido de
manganês) são negros porque retêm a quase totalidade das mesmas.
A cor depende de vários
factores, entre os quais se destaca a composição química, como é o
amarelo no enxofre, o verde e o azul nos minerais com cobre,
respectivamente, na malaquite e na azurite, ou o vermelho nos com ferro,
como é o caso da hematite. Depende também da estrutura cristalina que
explica a diferença de cor e a permeabilidade à luz dos dois minerais de
carbono, o diamante (hialino) e a grafite (opaca e preta). Depende ainda
da presença de de “impurezas”, termo utilizado para referir partículas
de ínfima dimensão de outros minerais incluídas no seu seio como são os
casos do óxido e do hidróxido de ferro de ferro no interior do quartzo
ou do feldspato, corando-os, respectivamente de vermelho e de amarelo.
Consideram-se, ainda, impurezas certos elementos químicos presentes nas
redes cristalinas de alguns minerais, em quantidades reduzidíssimas (não
figurados na respectiva fórmula química). É o caso do crómio incluído na
rede do berilo (silicato de alumínio e berílio),responsável pela cor
verde da variedade gema bem conhecida pelo nome de esmeralda. O mesmo
elemento químico é o responsável pela cor vermelha do rubi. Na safira, a
bela cor azul é devida à presença de ferro e titânio. Outros factores
determinantes da cor dos minerais são explicados em domínios muito
especializados da física que ultrapassam a nossa preparação, sendo
suficiente saber que existem.
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A.M. Galopim de Carvalho. É professor
catedrático jubilado pela Universidade de Lisboa, tendo assinado no
Departamento de Geologia da Faculdade de Ciências desde 1961. É autor de
21 livros, entre científicos, pedagógicos, de divulgação científica e de
ficção e memórias. Assinou mais de 200 trabalhos em revistas científicas.
Como cidadão interventor, em defesa da Geologia e do património geológico,
publicou mais de 150 artigos de opinião. Foi diretor do Museu Nacional de
História Natural, entre 1993 e 2003, tempo em que pôs de pé várias
exposições e interveio em mais de 200 palestras, pelo país e no
estrangeiro.
Blogue:
http://sopasdepedra.blogspot.com/ |