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REVISTA
TRIPLOV
de Artes, Religiões e Ciências
ISSN 2182-147X
NOVA SÉRIE |
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A.M. GALOPIM DE CARVALHO |
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Jean-Baptiste Louis Romé de l'Isle
(1736
-
1790) |
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Antigo oficial de marinha francês,
celebrizou-se como mineralogista e fundador da cristalografia,
disciplina que, ao tempo, era exclusivamente morfológica ou geométrica,
baseada, sobretudo, em medidas de ângulos diedros entre as faces dos
cristais.
Durante um período de cerca de três
anos em que, juntamente com Georges Balthazar Sage (fundador da École
Royale des Mines de Paris), ficou prisioneiro dos ingleses nas
Índias Orientais, desenvolveu com este seu companheiro o gosto pela
mineralogia, disciplina que lhe abriu o caminho da cristalografia.
Influenciado pelas ideias de Lineu,
procurou estabelecer uma sistemática dos minerais em função das
respectivas formas externas, em especial, dos seus cristais, tendo
enunciado o conceito de “forma primitiva”. |
Foi o autor
da conhecida “Lei da constância dos ângulos”, que formulou com
carácter genérico, na sequência dos estudos anteriores de
Nicolau Stenon (1638-1696),
Domenico Guglielmini
(1655-1710)
e Mikhail Lomonosov
(1711-1765). Esta lei fundamental, que ele demonstrou através de
medições instrumentais precisas, diz que “os ângulos diedros
formados por faces homólogas são constantes para os cristais da
mesma espécie mineral”. Ela marca, com efeito, o início de
uma nova disciplina que, durante mais de dois séculos,
constituiu um precioso complemento na diagnose mineralógica. |
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Romé de l'Isle |
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Autodidacta de génio, de l’Isle
rodeou-se de colaboradores de grande craveira, como Arnould Carangeot
que, com o seu goniómetro de aplicação, mediu os ângulos diedros dos
cristais que lhe permitiram formular a dita lei, e Swebach Desfontaines,
escultor que, com base nos elementos que lhe forneceu, produziu a
primeira colecção de modelos cristalográficos em barro, num total de 448
“cristais” de referência.
O seu “Essai
de Cristallographie”
editado em 1772, teve uma
segunda edição, em 1783, em 3 volumes, acompanhada de um atlas, tendo
sido esta edição que o tornou conhecido e lembrado como o “Pai da
Cristalografia”.
Em 1775,
Romé de l'Isle
foi eleito membro estrangeiro da
Academia Real
das Ciências da Suécia. |
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- Disciplina nascida da mineralogia e que actualmente estuda a estrutura e
organização espacial dos elementos integradores da matéria sólida
(cristalina) que constitui a quase totalidade dos minerais. Inicialmente
de cariz geométrico e matemático - a Cristalografia Morfológica -
deu apoio, como complemento tido por indispensável, à caracterização e
diagnose dos minerais até às primeiras décadas do século XX. Alargou-se,
depois, com o advento dos raios X e com o desenvolvimento da
Cristaloquímica, para, a partir daí, se irmanar com a Física do Estado
Sólido, com recurso às modernas tecnologias de análise. Constituiu-se,
então, como um nova disciplina, a Cristalografia Estrutural, de
âmbito alargado a todos os sólidos cristalinos, sejam eles inorgânicos
ou orgânicos, naturais e artificiais ou sintéticos. |
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A.M. Galopim de Carvalho. Professor
jubilado da Universidade de Lisboa. Geólogo e escritor. Foi diretor do
Museu Nacional de História Natural de Lisboa.
Blogue:
http://sopasdepedra.blogspot.com/ |
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