PAULO JORGE BRITO E ABREU
(«In Memoriam» de minha Mãe, doutorada, dessarte, em Ciências Matemáticas)
I, OS COMPANHEIROS DE EMAÚS
«Deus não joga aos dados com o Universo.»
Albert Einstein
Aqueles que estudam Riemann ( Breselenz, Hanôver, 17/ 09/ 1826 – Selasca, Verbania, 20/ 07/ 1866 ) e Lobachevsky (Nijni Novgorod, 01/ 12/ 1792 – Cazã, Império Russo, 24/ 02/ 1856), aqueles que escrutam Pascal (Clermont-Ferrand, 19/ 06/ 1623 – Paris, 19/ 08/ 1662) e a Geometria não-Euclidiana, eles são, belamente, abençoados por Deus. Que Matemáticos, Poetas e Filósofos são os que marcam a «Mathesis», são os que templam, as Estrelas, com a ajuda de um espelho. Que o espectro é especial, e é, o especular, o espectacular. Por isso «Matemático», entre os Latinos, era sinónimo de «Astrólogo». Homens dos números, da Poesia e da Filosofia, somos todos um pouco como o Tales de Mileto ( Mileto, 624 a. C. – Mileto, 546 a. C. ): ao observarmos, de boamente, os Astros no Céu, caímos, deveras, em poços abertos a nossos pés; ou melhor, de mirarmos, tanto tempo, as Ideias platónicas, tornamo-nos alheios ao espaço, ao tempo, ao princípio, real, da causalidade. E nanja amesquinhemos, nós, os civilizados, a Sabedoria dos Antigos: Tales previu, com exactidão, um eclipse solar, em 28 de Maio de 585 a. C. Pra Pitágoras (Samos, c. 570 – Metaponto, c. 495 a. C.), de feito, «todas as coisas são números», para Galileu Galilei ( Pisa, 15/ 02/ 1564 – Florença, 08/ 01/ 1642 ), augustamente, «a Matemática é o alfabeto com o qual Deus escreveu o Universo». Sendo pois, a «máthesis», a «acção de conhecer», o «desejo de se instruir», «conhecimento», «ciência». A «Mathesis Universalis» da qual falava, deveras, Descartes (La Haye en Touraine, 31/ 03/ 1596 – Estocolmo, 11/ 02/ 1650). Fazendo um trocadilho de Kabbalah fonética, essa Metaciência ela é, também, uma Materciência. Quanto ao mais, deriva, «Matemática», do grego «mathema», que significa, decerto, «aquilo que pode ser aprendido». E ora vamos forte em frente: patrono de escribas, de filósofos e matemáticos, era, no Egipto, o deus Thoth; foi ele quem doou, ao bípede implume, os números e as letras. E nem de propósito, se lê, na Sabedoria de Salomão, 11: 20: «Mas tudo dispuseste com medida, número e peso.» Pois se é, a Filologia, irmã da Filosofia, também é, a Filosofia, aliada à Matemática – e é o que sucede com Pitágoras (Samos, c. 570 – Metaponto, c. 495 a. C.), Leibniz ( Leipzig, 01/ 07/ 1646 – Hanôver, 14/ 11/ 1716 ) e Pascal (Clermont-Ferrand, 19/ 06/ 1623 – Paris, 19/ 08/ 1662), com Descartes ( La Haye en Touraine, 31/ 03/ 1596 – Estocolmo, 11/ 02/ 1650 ), d’Alembert (Paris, 16/ 11/ 1717 – Paris, 29/ 10/ 1783) e Bertrand Russel (Trelleck, País de Gales, 18/ 05/ 1872 – Penrhyndeudraeth, País de Gales, 02/ 02/ 1970). Sendo, este último, o estreme pedagogo e o extremo Pacifista. E ele foi, de feito, Prémio Nobel da Literatura em 1950. E é que inventou, em 1642, Pascal a pascalina, foi a primeira, e a prima, máquina de calcular. E quanto, agora, a d’Alembert, foi filósofo, matemático e escritor. Além de redigir o «Discurso Preliminar» da Enciclopédia, escreveu, em 1749, sobre «A Precessão dos Equinócios». Mas é que é, Filipe de Fiúza (Sintra, São Pedro de Penaferrim, 14/ 07/ 1983 ), o feitor, e o fautor, de «Rezando no Cosmos Matematicamente» ( Sintra, 2024, 1.ª Edição ). Meditemos e mentemos: escrever, para Fiúza, é uma forma de oração. Era laia de oração para Vergílio Ferreira ( Melo, Serra da Estrela, 28/ 01/ 1916 – Lisboa, 01/ 03/ 1996 ). E era isso mesmo, bom Filipe, que fazia, de feito, Pitágoras, deveras, o Áugure pítico. A talho de foice, não fulgurava, de facto, Pascal, nos Jansenistas de Port-Royal??? De Pitágoras é deveras, bem cabal e cabalina, a primeira, e a prima, sociedade iniciática no mundo ocidental. Mencionemos, novamente, o Leibniz, o promotor, e o fautor, do cálculo diferencial e integral – e não te alembras, aqui mesmo, do Nikolai Piskunov ( Ivanovo, 09/ 05/ 1908 – 1977) ??? E não remembras, ainda, Bento de Jesus Caraça ( Vila Viçosa, Conceição, 18/ 04/ 1901 – Lisboa, Santa Isabel, 25/ 06/ 1948 ), Pedro Nunes ( Alcácer do Sal, 1502 – Coimbra, 11/ 08/ 1578 ) e Sebastião e Silva ( Mértola, 12/ 12/ 1914 – Lisboa, 25/ 05/ 1972 ) ??? Ademais é Filipe o Engenheiro Civil, ele é, desde 2011, um membro, selecto, da Ordem dos Engenheiros. Tendo concluído, em Fevereiro de 2007, leve Licenciatura. Ora «engenheiro», etimologicamente, é o homem do «engenho». «Engenho» vem de «ingenium», «in-geno», ingénito, o que se gera dentro, se insufla, de feito, com a geração. Que o génio é o gérmen, o gérmen, engenhoso, é sempre o generoso. Pois «génio» vem de «gigno», «gerar», Poeta é aquele que gera igual a si próprio. De acordo, caroal, cos dicionaristas, se o dom da poesia é inato no homem, se alcança, a eloquência, por o trabalho e pelo estudo. Na língua do Lácio, «nascuntur poetae, fiunt oratores», «se os poetas nascem, fazem-se oradores». «Se a tanto me ajudar engenho e arte», aduz Camões; o engenho é Poesia e a arte, deveras, é Engenharia. E imaginação, inspiração, também é própria do engenho. Que a talho de foice, os escritores são «os engenheiros das almas»: assim dizia, ou aduzia, levemente, o Leon Trotsky ( Ianovka, 07/ 11/ 1879 – Coyoacán, 21/ 08/ 1940 ). E já estamos, afinal, a zarpar, se as palavras são as naus, já estamos a falar do Filipe de Fiúza. Que ele é, nanja o D. Sebastião ( Lisboa, 20/ 01/ 1554 – Alcácer Quibir, 04/ 08/ 1578 ), mas o Infante de Sagres para a Poesia Portuguesa, e esse, portanto, o seu crisma, o seu canto e carisma… De tal modo que eu aduzo: não ao túmulo, nanja, dessarte, ao «Thanatos», sim à âncora, sim à barca, para a marca filipina. E dêmos aqui mesmo, a Filipe de Fiúza, a vez e a voz: «Dentro do peito / de deus perpassa / o universo.» (pág. 55). E, na lauda anterior: «Da minha casa / o caminho é / dar as mãos.» E temos, então: Filipe caroal, comunitário, humanitário deveras. Ou seja, a Cruz e o crisol, a «communio», unitária, da comunicação. Comunicação, por isso, é fulcral, comunicação, na Poesia, é o pôr em comum. Qual a cifra, e qual a safra, de um novo Pentecostes, Poesia, em Filipe, é qual a Gnose, é o estado gnósico da Palavra, e nisto ela se assemelha ao Poeta João Belo (Cebolais de Cima, 25/ 06/ 1959). Nisto ela se assemelha, outrossim, a Nuno Júdice, navegante (Portimão, Mexilhoeira Grande, 29/ 04/ 1949 – Lisboa, 17/ 03/ 2024). E se reata deveras, a Poesia de Filipe, ao alor e à mancia, ao dogma e ritual da Alta Magia. Porquanto, outrossim, raia o rapsodo: «Cabe ao poeta a voz / e ao profeta adivinhar / magia violeta e vibrar.» ( pág. 22 ). Quer ele dizer: se o Poeta canta, o adivinhar é ser divino, o adivinho é o que lê no pensamento de Deus. Sendo o «Profeta», etimologicamente, o «porta-voz da divindade», «aquele que fala em nome de». Ser Poeta, por isso, é ser um médium, é ser engravidado, deveras, do Espírito Santo. Em todos os tempos, e em todalas plagas, como instrumentos da Providência, Deus se serve dos heróis, dos Génios e dos Santos – e falamos, aqui, do João Belo ( Cebolais de Cima, 25/ 06/ 1959 ). E falamos, sem falácia, do Filipe de Fiúza (Sintra, São Pedro de Penaferrim, 14/ 07/ 1983). E por isso as expressões, tão frequentes na Bíblia, «assim fala Jeová», «oráculo do Senhor», e é por isso que os Poetas invocam as Musas. E por isso, de Hipocrene, a Fonte Cabalina; Poesia, por isso, é mancia, é um estado, selecto, do supra-real. E ora muito e muito bem. Da Bíblia Sagrada, colhemos o passo: «Se houvesse um profeta de Jeová entre vocês, eu dar-me-ia a conhecer a ele numa visão e falaria com ele num sonho.» (Nm 12: 6). O sonho, alguém o disse, é o deus, dessarte, dos povos primitivos. E louvamos, aqui, o Abraham Maslow ( Brooklyn, Nova Iorque, 01/ 04/ 1908 – Menlo Park, 08/ 06/ 1970 ), «persona» de prol: é que estuda, a Psicologia Transpessoal, os «estados alterados de consciência», e Psicologia é, de feito, a fala da Alma, é diálogo, selecto, de pessoa pra pessoa. Sendo o todo muito mais do que a soma das partes, e sendo, essa pessoa, uma unidade irredutível. Continuemos, então. Na lauda 47 de «Rezando no Cosmos Matematicamente», é chama, e chamada, mais uma cita: «A cruz voltará / quando a morte / nascer.» Ou melhor: morremos, todalas noutes, pra voltarmos a nascer no dia seguinte, e é dos mortos, deveras, que nos vem o alimento, e os mortos comandam, eles dirigem, e regem, a nossa Humanidade. Alembramos, aqui, o Carlyle ( Ecclefechan, 04/ 12/ 1795 – Londres, 05/ 02/ 1881 ): a História da Cultura não é mais, não é mais, do que a vida, deveras, dos homens ilustres. E alumbrado, de feito, no lustro, Filipe foi nado, em São Pedro de Penaferrim, a 14/ 07/ 1983. Somando os dígitos, nós temos, então, seu Caminho de Vida ou Percurso de Vida: 1 + 4 + 7 + 1 + 9 + 8 + 3 = 12 + 10 + 11 = 22 + 11 = 33. Se trata, no Pitagorismo, do nominado Número Mestre. É de alguém que, forte e firme, oferenda a sua vida para o bem da Humanidade. Que rechaça a violência e ama, mavioso, a harmonia das esferas. E nessa atitude lunar e de oblação, o simbolizado por o 33 ele tem, na Arte, o carme e o Karma. Projecta alor, generosidade, o paládio e a luz da Palas Atena. Ele é, acima de tudo, um mensageiro de Beleza, de muito Amor e de harmonia. E o Filipe não é feliz habitando na cidade, ele ama, campesino, o contacto, maternal, com a Madre Natura. Em Filipe se realiza o razoar rimbaldiano: se «o Eu é um Outro», ele coloca o seu saber, coloca, deveras, a sua energia ao serviço dos outros. Sua profissão está ligada, decerto, à criatividade, à solerte e Selene comunicação. Que é dele, deveras, o cor da comunhão, o sólio, solar, da solidariedade. Pra calcularmos, do Filipe, a Missão, somemos o dia com o mês: 1 + 4 + 7 = 12, sendo 1 + 2 = 3. É a via, por excelência, do feraz criacionismo. Daqueles que avessos, dessarte, às tarefas da rotina, estão aqui para tornar o mundo mais belo. Que a via 3 é a vida, acima de tudo, do estésico e estético, do beletrismo, de feito, das Belas Artes. E eis o oráculo, aqui, do dia 14. Quem nasce neste dia ele é afecto, e afeito, às novidades e mudanças. Muito preza a família e a sua estabilidade. Mas deve ter autocontrolo no sexo, no jogo e nas bebidas. A sua inteligência não é só racional, é também, nas imagens, imaginativa. Gosta do «sui generis», da mudança, da originalidade. Mas sendo, o 14, um número material, poderá, o Filipe, ser empresário, negociar com os livros, com as lavras, com produtos inusitados. E ora muito e muito bem. A talho de foice, o Escritor António Quadros foi nado em Lisboa, a 14 de Julho de 1923. Risoleta Pinto Pedro, por sua vez, em Elvas nasceu, a 14 de Julho de 1954, ela é Filósofa, Esoterista, e Professora de sonhos. E Ingmar Bergman, cineasta sueco, foi nado em Uppsala, a 14 de Julho de 1918. Finalmente, e fielmente, um histórico evento: feriado nacional, 14 de Julho é, na França, o Dia da Bastilha, a Festa, feraz, da Revolução. A 14 de Julho de 1789, a população, enfurecida, toma essa Bastilha, liberando, do cárcere, sete prisioneiros políticos. E pondo termo ao absolutismo, ao despotismo, do Rei Luís XVI. E dando início à Razão, à nova era, para toda a humanidade. E com o Destino, também, de 33, citemos, agora, selectas pessoas: a Poetisa Maria Azenha foi nada em Coimbra, a 29/ 12/ 1945: ora 2 + 9 + 1 + 2 + 1 + 9 + 4 + 5 = 12 + 3 + 18 = 15 + 18 = 33. E eis agora, ó ledor, eis a prova, probante, de que os números não mentem: Albert Einstein, Prémio Nobel da Física em 1921, nasceu em Ulm, a 14/ 03/ 1879: ora 5 + 3 + 9 + 16 = 8 + 9 + 16 = 17 + 16 = 33. São nautas, por isso, os nitentes. São nomes, e são Numes, os sápidos números.
II, HOMO MISERICORS
«O drama do ser termina na libertação final pelo bem.»
Antero de Quental
Filipe, dessarte, o Filaleteu. Perito, ou expedito, nas linguagens ou imagens. Filipe, figadal, o Filadelfo curial. Por isso ovante, avante vamos. Que Deus diz a Moisés, no Livro do Êxodo, 3: 14: «Eu sou Aquele que sou». Quer dizer o Livro sacro: «Eu sou o Alfa e o Ómega, diz o Senhor Deus, Aquele que é, que era e que há-de vir» ( Ap 1: 8 ). Que é lícito, ou implícito, nas quatro consoantes hebraicas do nome Jeová: YHWH. Também a Ontologia, para o estrénuo Estagirita, é o estudo, curial, do Ser enquanto Ser. Que afiança, no Hamlet, Shakespeare, o xamane: «Ser ou não ser, eis a questão», «To be or not to be, that is the question». E correlaciona-se, o Nome divo, com as quatro estações do ano, os quatro elementos, os quatro querubins de Ezequiel, os quatro naipes, de feito, da cartomancia. Sem olvidar, na verve, os quatro pontos cardeais e os quatro temperamentos de Hipócrates. O Tetragrama, sagrado, e a Santa Tetraktys. E biblicamente falando, são quatro, outrossim, os Profetas maiores: Isaías, Jeremias, Daniel, Ezequiel. E não esquecendo, «verbi gratia», os quatro Evangelhos do Novo Testamento. E fabulando o bom Filipe, o «Logos» é primeiro, o Espírito, especular, é qual uma espada, e averbamos, na aliança, o Espírito esperança. E já estamos a falar, condignamente, da oblata e da Obra do Filipe de Fiúza. A liberar, a laborar, e a preste batalhar. Como ele disserta, certeiro, em lauda 17: «Sorrindo fui / à loucura mas remei / choro adentro.» Ou, con-siderando, na página seguinte: «Música opalina / que toca no espírito / mar ondulante.» Dizer isto é remembrar, alembrar, e alumbrar ao ledor: se a Palavra é como Pão e a Palavra é como leite, o Filipe aliviou, acalentou, o dolente, o amargurado e o doente, ele era, na missão, quase adolescente. Pois no Verão de 2003, ele fez o papel de voluntário, quero eu dizer, de Bom Samaritano, na Casa de Saúde do Telhal. Avivando, valorando e abrilhantando, a Ordem Hospitaleira de São João de Deus. Que o Santo padroeiro dos enfermeiros e doentes era tratado, em sua vida, qual amente, qual vesânico e orate. E por isso aduziremos: Filipe de Fiúza, em nome de Adonai, o «adelante», o adorante, e o «Dominus tecum». Filipe de Fiúza, como vimos, o lógico e lícito, o homem, caroal, da misericórdia. O livre pensador que bem quer e abençoa, que acende, nas trevas, uma Luz. Na Casa do Telhal, cremos que praticava, o Filipe, o escol e a escola da Logoterapia. Também apelidada, por Viktor Frankl ( Viena, 26/ 03/ 1905 – Viena, 02/ 09/ 1997 ), de Análise Existencial. Ora essa ciência é caroal e cordial, é terapia centrada no espiritual. Santamente, civilmente, centrada na pessoa. E a palavra «enfermo», ela tem que se lhe diga. Ela vem do latim «infirmu», «in-firmu», quer dizer, «não firme», o enfermo é o indivíduo que carece de firmeza. E o Filipe lá está pra ser o Sol e solidário. Ou não fosse a Poesia, pra Filipe, do Paráclito e esfera do Espírito Santo. Poesia é lilial, é ponderosa, e sempre religiosa. E as imagens são de prol, a «imago», para o Vate, é qual o Vaticano. Que o homem não pode pensar, correctamente, sem o carme, sem a ajuda das imagens, é por imagens que sidera, se manifesta, o subconsciente. Que o trovador, aqui, fala por tropos. Quem fala de imagens fala de metáforas, de litotes e metonímias, da alegria, fantástica, das alegorias. De fábulas, preste e pronto, de parábolas, outrossim. E ponderemos, então: segundo o Padre Lereno Sebastião Dias, é, Jesus Cristo, o mor, maior Poeta de todos os tempos, ou melhor: o nosso Cristo, como o Krishna, o nosso Cristo é um Deus que sabe dançar. Pois «Rezando no Cosmos Matematicamente», o Poeta abre a ponte, o Poeta abre a porta, o Poeta abarca e abraça todo o Universo. Eis a meta metafísica, «A Metáfora do Coração» no rezar e na voz de María Zambrano. Ou melhor: se o ser do mundo é «A Musa à Mesa», Poesia, pra Filipe, é «Dharma» e humo, se releva, radical, no sentido das raízes. É «razão animada» para Álvaro Ribeiro, o «raciovitalismo» para Ortega y Gasset ( Madrid, 09/ 05/ 1883 – Madrid, 18/ 10/ 1955 ). E em lais diremos mais: em livre e pois a lavra, o «Logos» do Filipe é contra o funcionário unidimensional. Se o Ser, por isso, é essência, pra Berkeley (Condado de Kilkenny, 12/ 03/ 1685 – Oxford, 14/ 01/ 1753 ), belamente, ser é perceber ou ser percebido, e o mundo, pra Filipe, é qual o «Dasein». O substantivo, por isso, está sob. E Deus é um Tu, um Tu absoluto que não se deixa captar como objecto. Certeiro asserta, João Belo ( Cebolais de Cima, 25/ 06/ 1959 ), a máxima seguinte: «Sou mais Eu quando Tu és a síntese de Nós.» Ou melhor: se «o Eu é um Outro», prima, o Filipe, por a descousificação. Uma coisa, pra Filipe, é o deificar, outra causa, e outra cousa, é o reificar. Que o homem foi dado em natureza pra se fazer, de feito, em Liberdade, e se a Fada, aqui, é o «Fatum», voltamos a falar do Filipe de Fiúza. Prossigamos ora pois. Também chamada de Festa das Tendas, nós cremos que se trata, este livro, da Festa das Colheitas, mas a serpente mercurial não se funde, nem confunde, com o cifrão comercial. Ou melhor: a Vinha é qual vianda, o trigo existe, em Filipe, para a feraz Fracção do Pão. Para a adelfia, na Ágora, e o Ágape, agora. Quero eu dizer: se é flórida a Florália, o fermento, pra Filipe, é qual o frumento. E é qual a franquia. Ponderemos, portanto, as nossas palavras: Filipe faz, por a Poesia, aquilo mesmo que fez Lutero, por a Cruz e o Cristismo; em ambos a Fénix, em ambos a Fé, e ambos em «philia», e eis a Paz e eis o Pão, eis um homem, aqui, que escreve na acribia. Filipe de Fiúza, acima de tudo, é inteligente e é cultor, ele lê, acareado, no coração do ledor. E no átrio aditemos, no ádito seja dito: à guisa, no cor, de Comenius (Nivnice, 28/ 03/ 1592 – Amesterdão, 15/ 11/ 1670 ), este livro é altruísta, é uma Sabedoria holista. Que é dele a Teologia, ou melhor, a perene Pansofia, quer dizer: em «mathema» e alquimia, na Mónada de Abril, a caminho está Filipe do saber enciclopédico. Que afiança, de facto, o Filipe de Fiúza: se «O corpo pede música / e as águas / dançam» ( pág. 28 ), aqui acendramos, aqui adentramos a harmonia das esferas. Não citas, no Verbo, o Filipe??? Não sentes tu a Musa Logoterapeuta??? Que ele é, na aliança, o alvor e labor. Ele é, libertário, o homem do livro.
III, HOMO VIATOR
«O inconsciente é o discurso do Outro.»
Jacques Lacan
E eis, em Filipe, o Estoicismo. E eis, aqui, o estético ateneu: e alçando, se alcandorando, e alteando, surde, aqui, a Musa minerval. E com ela tu militas, com ela fazes tu o teu ministério. A liberar, a acendrar, a sondar e a esquadrinhar. Que é dele a «schola» e é dele o «otium», é dele, dessarte, o ministério menestrel. Ou em termos, agora, de Álvaro Ribeiro ( Porto, 01/ 03/ 1905 – Lisboa, 09/ 10/ 1981 ), não basta, para o Filipe, conhecer a Verdade, é mister o criar, e o cuidar, dessa mesma Verdade, é que o homem colabora, com Deus, no projecto criacionista. Pois no Novo Testamento, afiança, de feito, São Paulo: «Efectivamente, nós somos cooperadores de Deus e vós sois cultura de Deus, sois edifício de Deus.» (1 Cor 3: 9 ). Filosofemos, então, com Heidegger ( Messkirch, 26/ 09/ 1889 – Friburgo em Brisgóvia, 26/ 05/ 1976 ): se o «Dasein» é estar no mundo, é precisa, e preciosa, a dialéctica, o diálogo, informal, do Eu com o Tu. E urge que o criador seja uma criança. Que nele, que nele se forme a visão inaugural. Victor Hugo (Besançon, 26/ 02/ 1802 – Paris, 22/ 05/ 1885), aqui, desta sorte estava certo: abrir uma escola é a melhor, melhor maneira de fechar uma prisão. De pequenino, diz o povo, se torce o pepino: se se ensinarem, devidamente, as crianças, não será necessário castigar os adultos. Quão longe está Filipe, «verbi gratia», do roaz positivismo do augado Augusto Comte (Montpellier, 19/ 01/ 1798 – Paris, 05/ 09/ 1857)!!! Urge que os homens de ciência sejam, também, os homens de consciência; e por isso, na Kabbalah, e por isso a Poesia, como a Música, e por isso a Poesia é Matemática com asas. Nos Antigos, desse modo, e na Idade Média, Matemática, no lance, era estudada no Quadrívio, e o Quadrívio incluía a Música, a Aritmética, a Geometria e a Astronomia. Santo Agostinho ( Tagaste, 13/ 11/ 354 – Hipona, 28/ 08/ 430 ), desta sorte, estava certo: quem canta, no carme, é porque reza duas vezes. E temos aqui, na safra, o saltério filipino, a Arte, sempre e sempre, ligada à Religião. Que essa Arte é expressão do feraz inconsciente. E o inconsciente, já o vimos, o inconsciente se manifesta através das imagens. Das imagens, dos tropos ou figuras de estilo – e temos, como em Freud ( Freiberg in Mahren, 06/ 05/ 1856 – Londres, 23/ 09/ 1939 ), e temos, em Filipe, o dom das línguas, as línguas pois de fogo do almo Pentecostes. Ora o dom, por definição, é o que deve ser doado, e já o vimos, genesíaco, e já o vimos a propósito do germe e do engenho. Redigimos, aqui, sobre um douto – e por signas, ou por signos, o próprio do doutor é doutrinar e ensinar. Quanto à Revolução, ela se faz pra instruir, e não e nanja, bom Filipe, pra danar ou destruir. E doravante ovante vamos. Se Filipe é activista, se Filipe é o homem da Revolução, é que ele teve, na juventa, a voz e a vez da Revelação. Ou melhor: se o nascimento de Buda se deu a 560 a. C., o de Confúcio, a 550 a. C., e o de Sócrates, a 470 a. C., ouçamos, de feito, João Belo: «Não é por acaso que nada é por acaso.» Queremos dizer: em labor e oratório, foi Filipe consagrado para o laboratório. «Quod scripsi, scripsi»: te convoco, Filipe de Fiúza, te convoco para a missão, pois tu és, qual o Paulo, a ponte e pois a porta, um missionário de palavras. E digamos preste e pronto: o Belo é missa d’alba, segundo Horácio a Lira é de «influxo divino». Assertemos ora pois: em trânsito, por isso, e transeunte, o «transfert», desse modo, é teatro, Fiúza escreve, os seus poemas, em estado de transe. E são, os seus noemas, a Lísia e pois a Luz, a escala e didascália. A propósito de Filipe, o palco é pois a Palas, a mente se estrutura no Brahma e psicodrama. Nesse drama ritual, o didacta é qual a «arché», a parábola é o mito e a Palavra é pois a barca. Se a Teoria é templação, essa barca é uma temática, é matriz e é natura, são quais lemas e emblemas. Segundo o Estagirita, a actividade contemplativa é a forma mais feraz de uma fecunda, facunda felicidade; a isso chama ele, no «daimon», uma eudemonia. Quanto a Portugal, o Demo é pois atril, se passou, do Abril, para o perene diabril. Não há pois democracia, nós vivemos, deveras, em veraz demagogia. Portugal precisa pois dum pedagogo, de pessoas quais o Shelley, o Dante, e o Filipe de Fiúza. Não imundo, nem mendace. Ele na Lira pelotiqueiro, mas não e nanja politiqueiro, e eis o pólen, o polido, e a polícia filipina. Sendo o manso, e sendo o Mago, apaixonado, dessarte, por a força da «imago». Entende-se, por imagem, «O Mar e o Marão», tudo aquilo que procede por a muita imitação. Que imitação, por isso, é d’oração, é o mito e a mentira postos em acção. E aqui temos o onirismo, e aqui temos, sem dislate, o mistério da Arte. Se essa Arte é uma «communio», o emblema é pois o lema, tem no poster o «teenager» a guitarra do cantor. Ao invés do que se passa nas ciências positivas, na Arte há sinergia, ou simbiose, entre sujeito e objecto do conhecimento, e se é, o magnete, o magnificente, na Arte está, o espectador, em estado hipnóide. Que o Poeta seja, aqui, o «Sol tremendo / entre deuses ocultos / nas atmosferas.» (pág. 46 ). Pra retomarmos um título de Soren Kierkegaard, urge vencer, aqui, «O Temor e o Tremor» ( 1843 ). Urge acalentar o «Povo trabalhador e só / máquinas à fome / de felicidade.» (pág. 21 ). De um lado está, portanto, a existência anónima e massificada – e está, do outro, o homem único, o sujeito, unitário, da individualidade. Sendo pois a unicidade, Filipe é «sui generis», Filipe é subjectivo e está do lado da Verdade. É dele a Via, a «Veritas» e Vida. Ou melhor: no vasto e sideral Teatro do Ser, o único é holismo, a pessoa é superior ao génio da espécie. E como sucedeu com Eduardo Lourenço ( Almeida, São Pedro de Rio Seco, 23/ 05/ 1923 – Lisboa, 01/ 12/ 2020 ), o seu nome é o Nume, Poesia é signa e o sinal de heterodoxia: e não falávamos, inda há pouco, da ex-centricidade do Ser??? E hemos, temos visto. Jogral que é, o Filipe, no jornal, é faceto e é jocoso, ele joga pois o jogo da genialidade. Se ele é irónico, deveras, o seu so (n )ho, e o cultor, é onírico e é nauta. E por isso a translação, e por isso, em Filipe, as palavras são as naus. A propósito do Filipe: há cerca de vinte anos, redigia, radical, o Autor destas linhas: «A arqueologia do saber reflecte-se e repete-se na genealogia do poder.» Quer dizer: a ética, em Filipe, subordina-se e depende da virtude dianoética, e, como em Platão, a gnose é pois o gene, a mania do rapsodo é qual a mancia. E se é, o Autor, um Engenheiro Civil, eis a «tékhne» da «Sophia», eis a técnica ao serviço da civilização. Que o divo é pois a Luz, que às armas prefere, o Filaleteu, a aliança das Almas. A aliança, o testamento, a reza e razoar da Filotecnia. Genesíaco, generoso, genital é pois o gérmen. O gérmen ao serviço da generosidade. Se o fantoche, por isso, é fetiche, inata, nativa, é nossa natura, a natura, o natal e o grande nascituro. Uma vez aqui chegado, bem lícito, e ledo, seja o meu ledor: se o Eu é um Outro, é tempo, com Filipe, duma heterodoxia. O livro, a liberdade e o livre-cultismo. O Krishna e pois o Cristo, o Buda perene, o bago, o «bateleur» e o Bhagavad Gita. A letra e pois a janta, o jornal de jornadas. São palavras, em Filipe, germinando em jardinagem. Um reparo aqui porém: se os Poetas são, como em Virgílio, teólogos, positivismo é metafísica ateia, desse modo, e materialista, são deuses feitos, quiçá, à imagem do homem. E as imagens, alfim, se materializam, tal como o vapor de água se transforma, pelotiqueiro, em pedaço de gelo. Que me releve, o ledor, o bilinguismo: na língua do Galo, é, «image», o anagrama perfeito de «magie», e por isso o inconsciente, por isso falamos, em Filipe, do mundo mágico-simbólico. Dizer isto é remembrar: há duas formas máximas de servir, galhardamente, a cristiana religião: uma é o sacerdócio, a outra, a profecia. Como João Belo ( Cebolais de Cima, 25/ 06/ 1959 ), de feito, e Carlos d’Abreu ( Maçores, 15/ 09/ 1961 ), o Filipe, fastamente, ele tomou o partido da preste profecia. Apetece citar, levemente, São Lucas, 12: 49: «Eu vim trazer o fogo à terra, e como gostaria que ele já estivesse aceso!!!» Dito doutro modo, é Filipe, como José Gomes Ferreira ( Santo Ildefonso, Porto, 09/ 06/ 1900 – S. João de Brito, Lisboa, 08/ 02/ 1985 ), um «Poeta Militante». E já o dissemos nós adrede: um missionário de palavras. E seguindo e segundo o Hegel, as grandes cousas, nesta terra, só se fazem com paixão. E foi dum Poeta, dum Poeta que falámos. E Paz para a tua oblata, e Paz pra todo o orbe. Paz na terra, Paz pra ti, Amor para a Humanidade……………………………………………………………….
Tomar, 16/ 11/ 2024
IGNE NATURA RENOVATUR INTEGRA
PAULO JORGE BRITO E ABREU
NOTA BENE
I
Exarámos, no começo, que era, Filipe, um Filaleteu. Em Grego, o «Philaletheos» significa, etimologicamente, o «Amigo da ‘alêtheia’», isto é, o «amante da verdade». A escola dos Neoplatónicos, Alexandrinos, Analogistas ou Teósofos foi fundada, no século III, por Ammonio Saccas ( Alexandria, 175 – Alexandria, 240/ 242 ), e conta, entre os seus luminares, nomes e Numes como Plotino ( Lycopolis, Egipto, 204/ 205 – Campânia, 270 ), Porfírio ( Tiro, c. 234 – Roma, c. 305 ) e, alfim, Jâmblico ( Cálcis da Celessíria, 245 – Apameia, 325 ) e Orígenes ( Alexandria, Egipto, c. 185 – Cesareia ou Tiro, 253 ). Sendo, Plotino, o seu discente, ou discípulo, mais afamado. Na História da Filosofia, estes sábios são conhecidos como os Neoplatónicos de Alexandria.
II
Dissemos, alfim, que é Filipe o Filadelfo. Do Grego «philo» + «adelphós», quer dizer, «amigo do seu irmão». A História regista que Ptolemeu II Filadelfo ( Alexandria, 309 a. C. – Alexandria, 246 a. C. ), Rei do Egipto, patrocinou a tradução das Sagradas Escrituras da língua hebraica para a língua grega, a fim de que o trabalho fosse adicionado à renomada Biblioteca de Alexandria. A lenda diz que 72 judeus, 6, dessarte, de cada tribo de Israel, efectivaram, a trasladação, em Alexandria, durante dias 72. A História explana que a Septuaginta, como é chamada, foi utilizada pra traduzir as primeiras versões do Antigo Testamento para a língua latina. O cognome «Fhiladelphí», «que ama a irmã», se deve, dessarte, ao consórcio do Rei com Arsínoe, sua sóror, cerca de 278, sendo este, no lance, o seu segundo casamento. O local da Biblioteca era adjacente ao Museu, que simbolizava, para os Antigos, o Templo das Musas.
III
O seu, agora, a seu dono: «A Musa à Mesa» é um livro da Autoria de António Manuel Couto Viana ( Viana do Castelo, 24/ 01/ 1923 – Lisboa, 08/ 06/ 2010 ), dado a lume por a Universitária Editora, em 1994. António Manuel, que escreveu mais de 100 livros, fica para a História como sendo o fautor, e promotor, da «Távola Redonda» ( 1950 – 1954 ), revista de Poesia onde campearam, entre outros, Ruy Cinatti ( Londres, 08/ 03/ 1915 – Lisboa, 12/ 10/ 1986 ), Fernanda Botelho ( Porto, 01/ 12/ 1926 – Lisboa, 11/ 12/ 2007 ) e David Mourão-Ferreira ( Lisboa, 24/ 02/ 1927 – Lisboa, 16/ 06/ 1996 ). Pessoa inusitada e por isso «sui generis», António Manuel Couto Viana foi Poeta, Memorialista e Encenador, Tradutor, Actor e Professor. Sendo ele próprio Autor de peças teatrais, traduziu, entre outros, Sófocles, Molière e Calderón de la Barca.
IV
«Elísia», «Lísia» ou «Ulisseia» são nomes antigos para a cidade de «Lisboa».
V
«O Mar e o Marão», de 1989, é um livro-manifesto de António Cândido Franco ( Lisboa, 13/ 07/ 1956 ). Licenciado, em 1981, em Filologia Românica, por a Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, com média de 14 valores. A 26/ 09/ 1997, doutorou-se, pela Universidade de Évora, com a tese «A Literatura de Teixeira de Pascoaes». Debutou-se nas Letras em 1977, com o livro de Poesia «Murmúrios do Mar de Peniche». Nos últimos anos, foi Autor de três frementes, bem-querentes, e extremosas biografias: de Agostinho da Silva (2015), de Luiz Pacheco ( 2017) e de Mário Cesariny ( 2019 ). Escreve, desde 1979, na revista de «cultura libertária» «A Ideia», que edita, dirige e coordena, caroalmente, desde o ano 2012. É, como acontece com Paulo Borges ( Lisboa, 05/ 10/ 1959 ), um dos mais lúcidos Poetas e Filósofos da minha geração.
VI
«Jornal de Jornadas» é um título da cerebração de António Manuel Couto Viana. E mais concretamente, é a parte tércia, ou terceira, do volume de memórias «Ler, Escrever e Contar», dado a lume, em 1999, por a Universitária Editora. E seja dito, agora, no ádito: irmão de Maria Manuela Couto Viana, o nosso Poeta estreia-se, em 1948, com o livro de poemas «O Avestruz Lírico». Tenho a honra de o dizer, deveras e adrede: por fins do século XX e começos, teatrais, do século XXI, com ele convivi, semanalmente, na Tertúlia Rio de Prata, onde campeavam, outrora, Julião Bernardes, Luís Graça e Ulisses Duarte e, sem temor nem tremor, Joaquim Evónio. E eis, na Esperança, o meu carme. E eis, aqui, a Festa da Poesia………………………………………………………………………………………………………
VII
De acordo, curial, com Schopenhauer ( Danzig, 22/ 02/ 1788 – Frankfurt, 21/ 09/ 1860 ), o mundo não é mais do que a representação, a re-apresentação, de Filipe de Fiúza. Como assertam, desta sorte, os Estóicos: o que importa, para nós, não é aquilo que nos acontece, é como a gente reage àquilo que nos acontece. Que a mente ( «mens», em Latim ), a mente é dessarte aquilo que mensura. Que a mente são os óculos, a mente são os «spectacles» com que assistes e contemplas o espectáculo do mundo: se as lentes forem azulinas, te alevantas ao celeste, mas se as lentes forem negras, tudo vês tu cor da morte. E eis, em Filipe, o grado e a grafia. Eis a grande verdade do Idealismo… E a talho de foice, «mens agitat molem», «o espírito move a matéria»: assim afirma Virgílio, na mente, o Poeta mantuano…………………………………………………………………………..
Tomar, 23/ 11/ 2024
NAMASTÊ
MARAN ATHA
PAULO JORGE BRITO E ABREU