ANTÓNIO JUSTO
Ursula von der Leyen manda os Europeus apertar o Cinto… e o Gatilho!
A Europa está em pó! A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, pegou nas suas trombetas mediáticas e anunciou ao mundo que é hora de trocar o pão pela pólvora. Num discurso épico — e sem direito a perguntas, porque quem questiona é inimigo da “verdade” e dos valores da União Europeia —, o líder germânico em Bruxelas apressa-se a apresentar o plano “Rearmar a Europa”, um projeto ambicioso que promete mobilizar 800 mil milhões de euros para a defesa do continente; pressa esta para que se criem fatos que contrariem conversas entabulares. Porque, afinal, nada mais dos povos faz que uma boa guerra, evitando para isso conversas sérias.
A ideia é simples: enquanto os cidadãos apertam o cinto para pagar a crise energética e a inflação, os Estados-membros vão abrir os cordões à bolsa para comprar tanques, mísseis e drones. E, claro, não poderia faltar um extra de 150 mil milhões de euros em financiamento para os 27 países da UE, porque nada diz melhor “solidariedade europeia” como gastar dinheiro em armas em vez de hospitais ou escolas.
Portugal, sempre na vanguarda da conformidade, já contribuiu com 700 milhões de euros para a causa bélica e agora prepara-se para desembolsar mais 300 milhões. Afinal, quem precisa de investir em saúde ou transportes quando se pode ter uma caça F-16 a sobrevoar o Algarve?
Enquanto isso, os meios de comunicação, em perfeita sintonia com os funcionários de Bruxelas, começam a tocar a música da guerra num ritmo de verdades e mentiras. Uma narrativa cuidadosamente construída desde a Conferência de Munique em 2007, ignora a Ucrânia como cavalo de Tróia moderno, manipulada por oligarcas internacionais, EUA, UE, NATO e Inglaterra. As tentativas de paz de figuras como Donald Trump são descartadas como irrelevantes, porque, convenhamos, quem quer paz quando se pode ter uma boa guerra para distrair as massas e encher os bolsos dos que se alinham atrás do Reino Unido?
Von der Leyen, com a sua retórica marcial, apela aos europeus para deixarem de viver… para viverem a guerra. Mobilizem-se soldados, roubem-se citadinos e aldeões! – parece ser o lema não oficial. E, se alguém ainda duvida da seriedade do plano, basta lembrar que até os fundos de Coesão — sim, aqueles que desviam reduzir as desigualdades regionais — podem ser desviados para comprar armas. Prioridades, não é? Já se conta que dos fundos de reforma alemã foram desviados verbalmente para a Ucrânia.
A respeito da Ciência da Burrice: num mundo onde “burros mandam em homens de inteligência”, como diria o poeta António Aleixo, talvez a burrice seja mesmo uma ciência. E, se for, a Europa está prestes a doutorar-se com louvor. Enquanto os cidadãos comuns se perguntam como pagar as contas do gás e os alimentos que compram, os líderes europeus garantem que o futuro está em… mais armas.
Resta saber se, no final desta marcha bélica, só sobrará algo mais do que dívidas e cinzas. Mas, os deuses do olimpo Bruxeliano, garantimos que teremos um continente “seguro e resiliente”…
António da Cunha Duarte Justo
Pegadas do Tempo: https://antonio-justo.eu/?p=9974