negra pedra
de esmeraldas carregada
rola no pulso
distraidamente infiltrado
na vulva
das silvas
esta espuma
de renovo
volta sempre @ ela anda para trás e para diante
não se cansa
e quando me canso eu de a ver andar assim
olha para mim e carangueja
tem pés escuros
por que respira alto pixel vem baixando
ou subindo cada vez mais louro
é uma gema na praia
um nó de claridade que se enreda
na cisterna dos meus olhos
e todo o movimento é feiticeiro
lamparina a nadar de bruços
como alga que os dedos alongasse
pelo imenso céu de gelatina
oscilando apenas por nele pensar um abutre
em putrefacção de cheiro
geme o astrolábio nocturno
rasante girassol de prata
sobrevoa toda a linha do horizonte
a perder de vista o pássaro
esse pingo de luz oculta
nas letras dos livros sábios
gota a gota
o mercúrio sobe a escada
ora se senta ora pára
as aladas pernas de ouro
cada vez mais chumbo
e chega lá
ao ovo
na febre do idioma
na ânsia de além
ao mais que a tudo soma
valor que não conhece bem
mas faz florir a escada