Senhor Noute
que ama nos outros
o diverso de si
a luz rápida @ imponderável o vestido secreto
sobre marfim
tome a heliogravura o cdrom impresso
numa cidade de mim
despida a praia
por uma onda fm
inclina os dedos @ gaia
até beber na concha tantos segredos
gruta ofuscada pela raiz solar
de que rebentam cabelos
rochedo que dormitas
encostado ao poente
com a lua seta a tocar-te os dentes
línguas salgadas
que de mar saciam
a gruta vazada do tecto aos joelhos
doce a palavra possuída
cumprida a maré vai longa
sobre penedos
que rondam @ líricas sepultas
na sede lilás de sob a onda irrompem
na praia do peito
a minha boca agarra
um astro direito
liquefeito o olhar retorna
à baía e ao barco estreito
fundeado @ leveza oscilante
entre pedra e maresia e a cidade circunvagante
um anel abarca toda
a lágrima @ que aflora
em bátegas de diamante
radiante o barco facetado
na fronte a pedra que geme luz reflecte @ vaga a duna sitiante
baía capital onde naufraga
a taça do levante
e se relva de cristal
metal fundido
queima o arvoredo e a ínsua que a maré invade
uníssona a sede
dos braços que estreitam o planeta regular
a boca fundeia @ na palavra nocturna
cega de luar