A paródia do bloco de cobre é uma entre as muitas que ocorrem na ciência, na história e nos estudos literários. É a mais antiga que conhecemos, datando de 1782, não talvez por coincidência do ano da morte do Marquês de Pombal.
O nosso estudo primário incide nos textos científicos e o gaio método é posto em acção quando neles detectamos anomalias sobre dado objecto científico. Vamos por etapas.
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Gaia ciência ou gaio saber - saber alegre - era a arte dos trovadores, também chamada linguagem das aves. Daí tirámos o nome do nosso método de trabalho. O gaio método é comparativo: reunimos o maior número possível de textos sobre o objecto anómalo, para verificarmos como se comportam os autores perante ele e para vermos se há erratas, comentários ou qualquer explicação.
A pesquisa não tem fim, pois uns textos levam a outros, e as gralhas são afinal um fio de Ariadne que os autores nos convidam a seguir. Daqui resulta por vezes um xadrez, em que todas as peças se encontram ligadas por qualquer motivo, seja familiar, político ou de irmandade em sociedades iniciáticas. A recolha de documentos permanece até que o objecto estudado se defina num quadro de inteligibilidade. Mas nem sempre é fácil o acesso a documentos. Os mais importantes para o bloco de cobre não são só os publicados e os trazidos do Arquivo Público da Bahia, mas sobretudo os do Arquivo da Biblioteca Nacional, no Rio de Janeiro. Deles só temos, até agora, notícias, resumos ou citações, nos catálogos de manuscritos publicados nos Anais da Biblioteca Nacional, como se nota na bibliografia.
Identificam-se os autores e averigua-se que mais escreveram, mesmo quando as obras nada em aparência tenham a ver com a investigação. Muitos cientistas e exploradores são militares, membros de governo, sacerdotes e escritores. É imprescindível estabelecer o conjunto de interesses de cada um, para se compreender a situação social em que o discurso científico se exerce. Por vezes aparecem marcas esotéricas, o que exige alargamento da pesquisa a esse campo. Não fazemos qualquer discriminação entre a origem dos textos: manuscrito ou publicado, literário ou científico, profano ou sagrado.
No caso do bloco, Maria Estela foi ao Brasil. Além de ter participado numa exploração no município da Cachoeira, promovida pelo Museu Geológico da Bahia, destinada a averiguar mais uma vez se havia indícios de jazidas de cobre em locais mencionados pelas fontes como local de proveniência do bloco - Cachoeira, Santiago do Iguape, riacho Mamocabo, Santo Amaro, Nazaré (vide anexo C) -, também fez pesquisa no Arquivo Público da Bahia, de onde trouxe vários manuscritos. Publicamos agora um (anexo A), dos outros damos notícia na bibliografia.
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