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PRIMEIRO DIA - Quase lá |
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Quase lá, quase no ar limpo, quase numa mesquita, sem imagens, quase quase numa esterilizada capela de hospital, a escrever a branco no céu, sem colete-de-forças. Quase o azul, quase a manhã, não podes dizer "quase Mário" porque é justamente o contrário de Mário o que pretendes: uma escrita ametafórica, com palavras-coisas e palavras-actos e nada de representações barrocas. Que o relâmpago abrase que a palavra "leite" alimente que a palavra "perdão" perdoe. E que a salvação salve. O cavalo de Tróia bem podia estar vazio, sem soldados escondidos dentro, quase Pégaso, quase sopro do Divino Espírito Santo, quase bruma, Vvvvvvvvvvvvvvvvvvv!, façamos força, assopremos com vontade! Mais um pouco e teríamos chegado lá, ao topo da noite com o seu astro, a sua redonda mãe branca. Um pouco mais e teríamos podido planar na sombra em que se eclipsa. Um pouco mais e terias vestido um hábito de monja e sacudido as sandálias peregrinas! Quase lá, no Peso, o peso da Regra! Como são extensos os campos de milho, como espigam as hastes sob o sol seco, como são amarelas as barbas e os tentáculos! O ar sem cor lateja, o sol frita, e as vinhas, em latadas, rogam preces ao Senhor, antecipando vindimas de águas. |
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