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PRIMEIRO DIA - Tietê |
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Como se chama o rio que nasce na Serra do Mar e anda em sentido inverso ao habitual, internando-se poluidamente pela cidade de São Paulo? Trazes o Brasil na ponta da esferográfica, ponto de referência para qualquer imprevista alteração da rota. Rota que será, queira-o eu ou não queiras tu, uma linha mais ondulatória do que recta, no sentido perpendicular, feita de fibra real e imaginária, como aliás o é o que transporta a óptica. MIDA - a paisagem anuncia-se a si mesma, a paisagem anuncia máquinas para desbastar e aplainar madeira, atravessamos um pinhal ralo poucos quilómetros antes da Cidade dos Milagres. Como evitar pensar no rio de lixo que Fátima é? Um rio invertido, de fé no abismo, real e mítico na sua máquina de fazer dinheiro com fantochadas. Não queiras destruir Fátima, Lilith. Fátima é um bastião da economia portuguesa, cortar as suas águas equivaleria a suprimir receitas ao Estado e a lançar milhares de pessoas no desemprego. Não, Fátima é boa, e vão para lá os simpáticos scooters, man! Todas as boas pessoas vão para Fátima depois de morrer! Podemos a grimpa e desbastemos a ramagem mas nada de ferir de morte a árvore das patacas! Nada de atentar contra a aura da herclíptica Senhora! Sim, chegamos a Fátima. A crista das montanhas corta como serrote, a serra só não é vermelha crista de galo, de resto eriça-se no horizonte, à maneira de Tyrannosaurus rex. Lá por cima marcharam essas ou parecidas entidades, acasalaram e deram ovos à luz ou mesmo meninos placentários, quem sabe? E mais além a curva do monte é um doce, quanto mais distantes, mais doces e azuladas, como as memórias, numa ilusão de óptica, trazem aos olhos um Tietê salgado. Vou morrer não tarda muito, |
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