Das quatro referências de Feijó a lagartos, nas ilhas do Fogo, S. Nicolau, Santo Antão e "dito Ilheo" (Branco ou Raso), Bocage optou pelo primeiro e escreverá "Dois Lagartos do Ilheo Branco", como se tal fosse a redacção original. Segundo a sua interpretação, Feijó mandou no mínimo quatro espécimes (o tipo de Euprepes, levado em 1808 para o Museu de Paris, e os três coevos encontrados no Museu da Politécnica). Desses quatro, "Dois Lagartos [são] do ilhéu Branco". E os outros, de onde seriam?
Admitamos que a interpretação é correcta. Mas como mais nenhum documento de Feijó permite a leitura "lagartos do ilhéu Branco", os outros dois podiam ser do Raso, de Santo Antão, de S. Nicolau ou mesmo da ilha do Fogo, tudo locais onde já sabemos ter ele colhido lagartos. Aliás, se nas cartas e listas usa sempre o plural, é óbvio que mandou bem mais do que quatro das várias ilhas.
E que lagartos seriam esses? Quando Bocage interpreta a documentação de Feijó, não opta só por uma localidade, também vai optar por um táxone. Isto para não dizer que também optou pela data e pelo colector, uma vez que nada deixou à posteridade que permita aceitar que os quatro pertencessem de facto ao mesmo lote e tivessem sido montados no Gabinete da Ajuda, a não ser a sua palavra. Não a ponho em dúvida neste ponto, digo apenas que neste ponto só temos a sua palavra. Enquanto a refutamos e não refutamos, mais informação útil há-de aparecer.