REVISTA
TRIPLOV
de Artes, Religiões e Ciências
ISSN 2182-147X
NOVA SÉRIE
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Maria Estela Guedes
Foto: Ed. Guimarães |
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Eis a nossa esperança |
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Nos debates que temos visto recentemente na
televisão, acusa-se o primeiro ministro de ter aconselhado os jovens a
emigrar; vemos com frequência Medina Carreira a dizer a verdade, e por
isso, outros, mais tímidos, a declararem que é preciso dar alguma
esperança aos portugueses.
Em nome da necessidade de dar de comer a quem tem
fome, já pedi aos políticos isso que afinal foi censurado: que se
tornassem públicas linhas de orientação para os jovens, para que os
jovens não partissem de Portugal sem algum apoio político. Os políticos
têm o dever de criar condições para que os nossos jovens fiquem, claro
que sim. Mas no horizonte próximo eles não têm nenhuma saída, em
Portugal, a não ser viver à custa dos pais ou de expedientes que nem é
bom explorar. Portugal é um país de emigração, nós sempre emigrámos,
dentro e para fora. Toda a minha adolescência foi vivida fora de
Portugal. Em que família portuguesa não houve nunca alguém emigrado?
Almada Negreiros tem aquela célebre formulação,
segundo a qual ele não era otimista nem pessimista, entre ele e a
realidade não existiam equívocos. Pessimismo e otimismo são divergentes
modos de escapar à realidade, e nós precisamos de ser realistas em
tempos que não permitem esbanjamento. Em que estamos pobres.
O extremo realismo, entretanto, a existir, seria
demoníaco. É preciso que a mente se mova num espaço flexível, com lugar
para utopias, para sonhos e devaneios. A esperança também é um bem
material, uma dádiva de amor, um poder de trabalho. Por isso as grávidas
estão "de esperanças".
As minhas esperanças, neste Natal de aflições, em
Portugal, são as de que os jovens encontrem uma solução para o seu
desemprego. Partam, aconselho. Mas partam de acordo com orientações
políticas, para países com os quais Portugal tenha acordos de
cooperação. Partam, pois os jovens são a nossa esperança, o nosso
futuro.
Desejo-vos Feliz Natal e um 2012 com soluções
práticas do governo sobretudo para o desemprego entre os jovens.
Casa dos Banhos, 23 de dezembro de 2011 |
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Maria Estela Guedes
(1947, Britiande / Portugal). Diretora do Triplov
Membro da Associação Portuguesa de Escritores,
da Sociedade Portuguesa de Autores, do Centro Interdisciplinar da Universidade de Lisboa e do Instituto São Tomás de Aquino. Directora do TriploV.
LIVROS
“Herberto Helder,
Poeta Obscuro”. Moraes Editores, Lisboa, 1979; “SO2” .
Guimarães Editores, Lisboa, 1980; “Eco, Pedras Rolantes”, Ler
Editora, Lisboa, 1983; “Crime no Museu de Philosophia Natural”,
Guimarães Editores, Lisboa, 1984; “Mário de Sá Carneiro”. Editorial
Presença, Lisboa, 1985; “O Lagarto do Âmbar”. Rolim Editora, Lisboa,
1987; “Ernesto de Sousa – Itinerário dos Itinerários”. Galeria
Almada Negreiros, Lisboa, 1987 (colaboração e co-organização); “À
Sombra de Orpheu”. Guimarães Editores e Associação Portuguesa de
Escritores, Lisboa, 1990; “Prof. G. F. Sacarrão”. Lisboa. Museu
Nacional de História Natural-Museu Bocage, 1993; “Carbonários :
Operação Salamandra: Chioglossa lusitanica Bocage, 1864”. Em
colaboração com Nuno Marques Peiriço. Palmela, Contraponto Editora,
1998; “Lápis de Carvão”. Apenas Livros Editora, Lisboa, 2005; “A_maar_gato”.
Lisboa, Editorial Minerva, 2005; “À la Carbonara”. Lisboa, Apenas
Livros Lda, 2007. Em co-autoria com J.-C. Cabanel & Silvio Luis
Benítez Lopez; “A Boba”. Apenas Livros Editora, Lisboa, 2007;
“Tríptico a solo”. São Paulo, Editora Escrituras, 2007; “A poesia na
Óptica da Óptica”. Lisboa, Apenas Livros Lda, 2008; “Chão de papel”.
Apenas Livros Editora, Lisboa. 2009; “Geisers”. Bembibre, Ed.
Incomunidade, 2009; “Quem, às portas de Tebas? – Três artistas
modernos em Portugal”. Editora Arte-Livros, São Paulo, 2010.
“Tango Sebastião”. Apenas Livros Editora, Lisboa. 2010. «A obra ao
rubro de Herberto Helder», São Paulo, Editora Escrituras, 1010.
"Arboreto", São Paulo, Arte-Livros, 2011.
ALGUNS COLECTIVOS
"Poem'arte - nas margens da poesia". III Bienal de
Poesia de Silves, 2008, Câmara Municipal de Silves. Inclui CDRom
homónimo, com poemas ditos pelos elementos do grupo Experiment'arte.
“O reverso do olhar”, Exposição Internacional de Surrealismo Actual.
Coimbra, 2008; “Os dias do amor - Um poema para cada dia do ano”.
Parede, Ministério dos Livros Editores, 2009.
Entrada sobre a Carbonária no Dicionário
Histórico das Ordens e Instituições Afins em Portugal, Lisboa,
Gradiva Editora, 2010. "Munditações", de Carlos Silva, 2011. "Se lo
dijo a la noche", de Juan Carlos Garcia Hoyuelos, 2011; "O
corpo do coração - Horizontes de Amato
Lusitano", 2011.
TEATRO
Multimedia “O
Lagarto do Âmbar, levado à cena em 1987, no ACARTE, Fundação
Calouste Gulbenkian, com direcção de Alberto Lopes e interpretação
de João Grosso, Ângela Pinto e Maria José Camecelha, e cenografia de
Xana; “A Boba”, levado à cena em 2008 no Teatro Experimental de
Cascais, com encenação de Carlos Avilez, cenografia de Fernando
Alvarez e interpretação de Maria Vieira. |
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