SOLANGE CASTRO : ALÔ MÚSICA!







O TriploV formou uma tripla aliança com a Agulha - Revista de Cultura (http://www.revista.agulha.nom.br), dirigida pelos escritores Floriano Martins e Claudio Willer, e com o Alô Música, para reforçarmos a divulgação dos nossos portais através do envio por e-mail de uma publicação comum, o Ser Espacial. Já conhecemos Floriano Martins, hoje vamos conhecer a comandante da aeronave Alô Música. Alô, Solange Castro!

Solange Castro é produtora desde 1987. Trabalhou com artistas no início da carreira, mas o seu ideal sempre foi trabalhar com eventos. Em 2000 começou a fazer as pesquisas para o www.alomusica.com.br que foi para o ar em Janeiro de 2001. De lá para cá tem vindo a dedicar-se somente ao site, que hoje conta com mais de 9.000 endereços cadastrados, entre artistas, compositores, instrumentistas, produtores, escolas de música, casas de espectáculos, lojas de discos e de instrumentos musicais, palcos, som, luz, geradores, efeitos especiais, camarins, toldos e lonas, capistas, rádios, transportes, etc.. Hoje o Alô Música é considerado o site referência para a produção musical brasileira e o seu maior divulgador tanto no Brasil como no estrangeiro.


ESTELA - Solange, tu és a webmaster do Alô Música, mas parece que o teu portal é diferente do TriploV. No teu discurso tão profissional, por vezes dizes coisas que eu nem entendo. Por exemplo, o teu acesso à Internet é via rádio, falas de estudar PHP para ficares independente... Como e o que é o Alô Música?

SOLANGE CASTRO - Estela, não sou webmaster, sou produtora cultural... Quando o Alô Música começou ele era em ASP e, logo no início, a sociedade foi desfeita... Fiquei eu com um imenso site, com um grande banco de dados na mão sem ter a menor noção de como aquilo funcionava... Como não encontrei ninguém que quisesse trabalhar a parte tecnológica (sociedade todos querem, mas dedicar o tempo que é necessário, não...), parti eu mesma para estudar ASP – bom, em resumo, consegui dois sócios... Eles resolveram trocar tudo para PHP (outra linguagem) e, depois de tudo pronto, também ficaram sem tempo... Então vou partir eu mesma para estudar PHP – se consegui aprender ASP vou conseguir aprender PHP... Mas não sou webmaster, sou produtora cultural...

ESTELA - A minha sensação, como webmaster, é a de que o TriploV é uma nave espacial... Também te sentes a pilotar um ovni? Como é constituída a tua equipa?

SOLANGE CASTRO - Como te disse, em PHP – o Alô Música não é um site, é um “portal” – ele tem mais de 9000 informações armazenadas em seu banco de dados, muita informação sobre música brasileira, enfim... O Alô é imenso...

ESTELA - Bem, o TriploV também está a ficar imenso, pelo menos em número de páginas... Que tipo de música divulgas no Alô? Há muitos contactos directos entre o site e os compositores e cantores?

SOLANGE CASTRO - Estela, o Alô Música prima pela música de qualidade... Hoje em dia, no Brasil, a verdadeira música brasileira praticamente não aparece – a vergonha do Jabá assola nosso povo de forma absurda, e na maioria dos veículos de comunicação só tocam as músicas que são pagas para tocar, impedindo que a verdadeira música brasileira chegue ao nosso povo... Pois eu faço questão de divulgar a verdadeira música brasileira... Temos trabalhos belíssimos que merecem chegar ao nosso povo...

ESTELA - Tu e o Floriano comentaram algo sobre o facto de Lula ter escolhido Gilberto Gil para um ministério... Parece que vocês sentem mais do que nós, em Portugal, os vínculos da arte brasileira com o Poder e com o regionalismo. É natural, certamente serão indiferentes aos vínculos da arte portuguesa... O que é que se passa com esse tal populismo baiano?

SOLANGE CASTRO - Isso é coisa muito séria - Antônio Carlos Magalhães é considerado o “coronel” da Bahia – e os “Baianos” (Caetano, Gal, Bethânia e Gil) deram a mão a ACM – isso complica tudo, Estela... Como já disse, gostei muito de Gil quando o conheci na Rio92 – e dos ‘dendês”, como são chamados, ele é aparentemente o menos comprometido... Ele tem uma postura correta... Não sei se terá força para acabar com a vergonha do Jabá, com a pirataria e com a falta de pudor que existe em relação aos direitos autorais...

ESTELA - Adoro ler os teus e-mails, quando ao alto escreves, para mim e para o Floriano Martins: "Queridos Parceiros", ou algo no género... Mas sabes que de momento a nossa parceria está a funcionar ainda só como afecto, porque tu é que tens tido o trabalho maior...

SOLANGE CASTRO - Ué, Estela – e parceria não é isso? Cada um faz o que pode e quando pode – quando eu não puder por algum motivo, vocês fazem – e creio que nossa parceria vai crescer... Ainda temos muito o que fazer juntos...

ESTELA - Uma coisa que me aflige no ciberespaço é a quantidade de homepages, cujos visitantes são os seus próprios webmasters ou nem isso. Para elas serem visitadas, precisavam de conteúdos e de muito investimento em trabalho e dinheiro. E é aí que eu acho úteis as parcerias: elas concentram esforços, permitem renovações de páginas com permutas de matérias, alargam o campo da divulgação, quando unificamos listas de endereços...

SOLANGE CASTRO – Sem dúvidas...

ESTELA - Profissionalmente, és produtora. Que eventos mais importantes já produziste?

SOLANGE CASTRO – Meu maior e melhor projeto foi o Música Viva, que leva a vida e obra de nossos compositores para escolas – fazemos uma pesquisa sobre a obra de um compositor e apresentamos uma “aula-show” – é um trabalho muito bonito que já foi apresentado para cerca de 150.000 crianças e adolescentes no Estado do Rio de Janeiro – estamos preparando novas pesquisas para 2003 e levaremos o Projeto para São Paulo...

ESTELA - E como é que concilias as tuas ocupações com a vida familiar? Para mim, que sou celibatária, o TriploV é também a minha família. Grande parte dos colaboradores são amigos e alguns até são família mesmo, irmã e primos. Por isso passo com eles uma média de seis horas por noite. Quantas horas passas tu por dia a pilotar o Alô?

SOLANGE CASTRO – 25 (risos...) – Estela, eu trabalho direto no Alô Música... Gustavo, meu filho, é quem cuida do visual... Não tenho tido tempo sequer de respirar – o Alô Música, de agosto para cá, multiplicou por quatro – é maravilhosamente assustador seu crescimento e sou muito atenciosa ao Site – gosto muito de trabalhar, me dá muito prazer, por isso não me incomodo... Trabalhar no Alô Música me deixa muito feliz... E agora que vamos voltar com o Música Viva (parei em 2000 para fazer o Alô...) vai ser uma adorável loucura (rs...) – vou ter que me dividir entre Rio e São Paulo, pois as primeiras apresentações serão feitas por mim... Mas será ótimo... Creio que o mais importante na vida é fazermos o que verdadeiramente amamos – se todos trabalhassem assim a humanidade seria bem mais harmoniosa...