E conheci Gérard Calandre
NICOLAU SAIÃO

Caros/as confrades & amigas/os
  Foi numa luminosa manhã de um Maio já algo longínquo que a drª Maria José Maçãs – minha colega na Casa-Museu José Régio onde eu oficiava como responsável do Centro de Estudos da mesma – me disse um recadinho que cito de memória: “Está ali um visitante, muito curioso, que talvez queira conhecer…”. Interessado, respondi que sim.
  E dai a bocado, no fim da visita efectuada pelo senhor em causa, dirigi-me a ele – e conheci Gérard Calandre.
   De boa presença e fino trato, conversámos seu bocado com prazer. Foi então que entrou na sala, vindo de fora para um dos seus habituais momentos de trabalho, o prof. Manuel Inácio Pestana, que era nessa altura membro da comissão instaladora do Centro e proverbial estudioso das coisas regianas, a quem apresentei GC ficando o trio uns minutos  a trocar palavras.
   Em suma, fomos os três depois degustar um aprazível almoço no simpático Restaurante Poeiras, passe a publicidade, situado nas vizinhanças…
   Calandre vinha de França, atravessara a Espanha (que, nos disse, sempre desejara conhecer) e dirigia-se a Lisboa – donde partiria uma semana depois para o Canadá francófono, onde depois viria a residir.
    Cerca de 3 meses a seguir enviou-me cópia do seu livro, “Vestígios”, que eu traduziria e de que faria um ano após uma edição copiografada – de que em anexo vos mando a capa.
     Assinalando 20 anos dessa primeira edição, que em 2012 teria saída a lume no Brasil num belo tomo tipográfico artesanal – para coleccionadores – sob a égide da “Editora Nephelibata” do paulista Camilo Prado, mando-vos hoje o acervo para uns minutos de leitura primaveril.
    Com a estima cordial de sempre, fica com apreço o vosso
     ns

(GérardAndré Loison Calandre nasceu em 1952 na Bretanha, França. Viveu em Itália, trabalhando e leccionando na cidade de Messina. De formação científica e amigo da philosophia, tem-se mantido afastado do mundo das Letras. Autor, além do presente Vestígios, de artigos críticos e de textos sobre o seu ramo profissional. Visitou Portugal em 1992 e 1997. Após o falecimento de sua mulher foi viver para o Canadá francófono, entregue à sua tarefa própria de “laboreur au four”.

   Colaborou, entre outras, nas revistas “DiVersos” – dir. José Carlos Marques, “Bicicleta” – orientada por Manuel Almeida e Sousa, “Agulha”(Brasil) – dir. Cláudio Willer & Floriano Martins, “Abril em Maio” de Eduarda Dionísio, ”TriploV” de Maria Estela Guedes, etc).

VESTÍGIOS
Gérard Calandre
Tradução de Nicolau Saião