Várias questões se colocam sobre o olhar. Uma dessas questões prende-se com a omnipresença do olhar pois vivemos num mundo de olhares em que olhar e ser olhado faz parte da vivência normal de cada um.
O olhar encontra-se na fronteira entre o exterior e o interior e é simultaneamente uma ponte entre dois mundos que através dele se comunicam. Mais do que um simples visionador, o olhar é também um revelador do interior emocional - a chamada “janela da alma”.
Porém, olhar não significa necessariamente ver e muito menos observar.A intenção, a atenção e a emoção que lhe estão subjacentes condicionam a natureza do olhar.
Por outro lado não podendo considerar-se o olhar como uma entidade material, creio que não haverá dúvidas sobre a realidade daquilo que se poderá designar por peso do olhar, uma força difícil de explicar, que a ciência ainda não explicou mas que é sensivelmente perceptível. Quantas vezes, de repente, num qualquer lugar não sentimos o peso de um olhar e procurámos instintivamente localizar quem nos olha.
Por vezes não encontramos esse olhar, talvez escondido por trás de uma cortina…ou mais além, talvez atrás das nuvens…
Estaremos a ser observados, sem o saber, a partir do espaço? Haverá um Deus, um “Big Brother”, seres alienígenas ou outras entidades observantes que nos vêem a partir do espaço e registam todos os nossos actos?
Estas questões constituem um tema recorrente de uma Humanidade, consciente da sua solidão, que se um pouco perdida e inquieta na imensidade do Universo.