Cordel Flavio Migliaccio

GUSTAVO DOURADO


Flávio Gomes Migliaccio

Do Brás, um bom paulistano

No Teatro de Arena

Arte em seu vasto oceano

Em 1954

Artista em primeiro plano

Ator talentoso e querido

Foi para outra dimensão

Deu adeus a esse mundo

De vírus e corrupção

Foi fazer teatro no céu

Em outra concepção

Célebre Teatro de Arena

No núcleo de fundação

No CPC da UNE

Teve boa atuação

Assistente de Sucksdorff

A arte foi sua paixão

Anos 1960:

Ator em cinematografia

“Terra em transe”, Glauber Rocha

Cinema pura magia

Sétima Arte na tela

Persona em cinemagia

Em mais de 30 novelas

Migliaccio participou

Personagens bem diversos

Em minisséries atuou

Na tv e no cinema

O artista se eternizou

Em “Rainha da Sucata”

Moreiras, na pão-duragem

Vitinho em “A Próxima Vítima”

Feirante de boa mensagem

Chalita em “Tapas & Beijos”

Deu um beijo na linguagem

Mamede em “Órfãos da Terra”,

Em “Passione” Fortunato

“América” e “Êta Mundo Bom!”

Sempre brilhante no ato

“Caminho das Índias” e outras

Foi destaque em foto e fato

Filho de um barbeiro

Tocador de violino

16 irmãos ao todo

Deram ritmo ao menino

Que se tornou um artista

Para alegrar nosso destino

Xerife e Tio Maneco

Papéis de repercussão

Em peças, filmes e séries

Teve boa atuação

A arte que eleva a vida

Vai além da depressão

Dirce Migliaccio, sua irmã

Na carreira teatral

Marcelo o seu filho

No caminho cultural

Na direção de cinema

A verve intelectual

“Confissões de um Senhor de Idade”

O seu último trabalho teatral

Nos palcos desde os 14

Experiência eclesial

Estudo em colégio católico

E o assédio clerical

Foi expulso do colégio

Por assédio denunciar

Espetáculo autobiográfico

Soube o fato narrar

Da igreja para o teatro

Na vida foi encenar

Três anos em ação

No teatro amador

Balconista e mecânico

A luta do trabalhador

Teatro e sobrevivência

A consciência do ator

1950 e tantos

A profissionalização

Com Ruggero Jacobbi

Fez teatralização

Rumo ao Teatro de Arena

Na arte da encenação

1956

No Arena atuação

“Julgue Você” em cena

Um cadáver em ação

Para fugir das pulgas

Fazia concentração

Anos 1960

Com o mestre Oduvaldo

“Chapetuba Futebol Clube”

Sem perder o rebolado

“Eles Não Usam Black-Tie”

Com Guarnieri no tablado

“A Revolução na América do Sul”

Com o grande Augusto Boal

 “O Grande Momento” no cinema

De um ator fenomenal

Filme de Roberto Santos

Cinema Novo é vital

25 anos em diante

No cinema nacional

Em “Cinco Vezes Favela”

Marcos Faria social

Segmento “Um Favelado”

Sétima Arte fulgural

“Pedreira de São Diogo”,

Com Hirszman na escritura

“Terra em Transe”, de Glauber

Cine arte se estrutura

Cinema Novo em cena

Eleva a nossa cultura

“A Hora e a Vez de Augusto Matraga”

Santos e Rosa na dianteira

“Todas as Mulheres do Mundo”

De Domingos Oliveira

Migliaccio cine e palco

Com a arte de primeira

Anos 1970

“Shazan, Xerife e Cia”

Flávio era o Xerife

Com  humor e  poesia

Paulo José era Shazan

Uma dupla que sorria

“As Aventuras do Tio Maneco”

Série e filme em romaria

“Maneco, o Super Tio”

Arte cinematografia

Teatro e televisão

Cine de noite e de dia

“Rainha da Sucata”, “Passione”

 E em “Senhora do Destino”

“Papel em Vila Madalena”

“A Próxima Vítima” em desatino

Prêmio por “Órfãos da Terra”

Para um ator diamantino

Chalita em “Tapas & Beijos”,

Um árabe em Copacabana

“Jovens Polacas” por último

A sétima arte emana

Flávio Migliaccio se foi

Em busca de seu nirvana

Sonhava ser Oscarito

Por Chaplin influenciado

Trajetória cinematográfica

Reconhecido em Gramado

Um ator entre os melhores

Trabalho bem premiado

Grande ator e roteirista

Cineasta e produtor

Também foi cartunista

Um destacado diretor

De família numerosa

Foi um mestre do humor


Gustavo Dourado