CARLOS MARTINS, NICOLAU SAIÃO, JOAQUIM SIMÕES, ANA SANTOS, JORGE GAILLARD NOGUEIRA & ÁLVARO DE NAVARRO
“Esperava-se que a liberdade de expressão estivesse mais consolidada em sociedades que se dizem abertas.
Não está. Pelo contrário: assistimos a uma regressão inquietante das garantias civis.
E a imprensa não é uma vítima da conjuntura: é algoz”.
(Dos jornais)
Caros confrades de todo o mundo:
Sem paninhos quentes ou medo das palavras, temos de o referir: neste ano de 2021, a maior parte da comunicação social portuguesa (TV, rádios, jornais) tornou-se num dos auxiliares do regime cleptocrático em que transformaram Portugal, no intuito de acabar com a liberdade de expressão e, por extenso, a democracia.
Vivemos, hoje, em pleno ambiente precursor dum forte autoritarismo, ainda suficientemente reptício para conseguir ludibriar a generalidade da população. Os actuais mandantes lusos procuram instaurar um totalitarismo que sirva os seus interesses de classe dominadora.
O governo e a comunicação social que o propagandeia estão a tornar-se, no nosso país, nos maiores inimigos duma legítima Democracia. A chamada “Carta para a Era Digital”, através do seu nefando Artigo 6º, é a arma necessária que faltava ao regime para efectivar o bloqueio de direitos civis democráticos garantidos na Constituição.
A atitude censória faz parte de todo um processo de limitação das liberdades fundamentais, já em curso, aliás, a pretexto de um grave problema de saúde. E tal atitude está agora a ser possível devido ao silêncio, por via do “pensamento” ideológico ou do estrangulamento económico, da chamada “classe” dos jornalistas (a actual, entenda-se), os quais são, em grande parte, eles mesmos, os censores ou os esbirros desses inimigos. Nos anos anteriores que todos conhecemos, tal seria absolutamente impensável e teria tido, certamente, como resposta um imediato repúdio por parte, até, da própria sociedade no seu todo.
Consideramos, em sã consciência, que a actual classe mandante, estabelecida e solidificada nos partidos PS e Bloco de Esquerda, com a complacência do PSD e do presidente da República, está claramente, com hipocrisia e manha, nem sempre sequer já disfarçada, a tentar criar um sistema discretamente ditatorial.
Solicitamos aos confrades que difundam, com largueza, este nosso escrito, fruto da profunda inquietação em que estamos imersos.
Antes que seja tarde de mais!
Viva a República e a Democracia! Viva a liberdade!
Carlos Martins/Nicolau Saião/Joaquim Simões/Ana Santos/Jorge Gaillard Nogueira/
Álvaro de Navarro