Apesar de ultrapassada pelos avanços da tecnologia, a ponte D. Maria Pia continua a dar mostras da sua imponência ao não permitir que os avanços do tempo surtam efeito e ao resistir aos constantes temporais que se têm feito sentir nas cidades de Porto e Gaia.

Criação de Gustavo Eiffel inaugurada em Novembro de 1877, a Ponte D. Maria deslumbrou portugueses e estrangeiros na sua época. Um projecto audacioso e criativo, definido pelo seu criador, há mais de 100 anos, como uma obra construída “no limite das possibilidades clássicas da construção metálica”.

Obra que ocupou 150 operários e utilizou 1,6 toneladas de ferro, a ponte chamou-se inicialmente D. Fernando, em honra do rei artista, até ao dia da sua inauguração, quando a rainha autorizou que lhe fosse dado o seu nome – Maria Pia.

Com o passar dos tempos, a velha ponte começou a ficar ultrapassada, pois não permitia às modernas máquinas ultrapassar os 20km/h e apresentava limitação de carga. Então, com o aparecimento da Ponte de São João, em 1991, a Ponte D. Maria Pia é desactivada.

No entanto, no dia da comemoração do 120º aniversário da sua inauguração, o presidente da Câmara do Porto apresentou o “Projecto de Comboio Turístico e Histórico”, tendo em vista a valorização da rota das Caves do Vinho do Porto e as Escarpas do Douro.

De destino ainda incerto, a Ponte D. Maria apresenta pelo menos a garantia de que a sua demolição não é considerada.

Angela Azevedo Gomes