2 Príncipe de Saxe-Coburgo-Gota, Nasce em Viena em 1816, morrendo em 1885 em Portugal. Casado em 1836 com a rainha D. Maria II, rei-consorte acaba por enviuvar em 1853 e assegura a regência durante a menoridade do seu filho, o rei D. Pedro V. Casa em segundas núpcias 1869 com a cantora Elisa Hensler, recém criada Condessa d’Edla.

3 Segundo as palavras de Stieglitz seria este um dos objectivos quando, em 1791, o Landgrave ordenou a construção deste castelo no seu jardim de Kassel.

4 Pereira e Carneiro não se hesitam associar o Parque da Pena a um certo ar de germanidade, como se fosse intenção do rei restaurar – ou criar a sua sagrada urwald - a floresta primitiva. (PEREIRA e CARNEIRO, 1999: 121).

5 Jardim localizado nas imediações do Castelo de Zwernitz, cuja construção a instâncias da margravina Sofia Guilhermina de Bayreuth se iniciou aproximadamente em 1744.

6 Pseudónimo de François de la Motte, Arcebispo de Cambraia e preceptor do Duque de Borgonha, neto de Luís XIV, a quem dirigiu esta novela datada de 1699.

7 A origem da palavra romantismo reside, segundo H.W. Janson, nos romances ou histórias de aventuras medievais muito em voga em finais do séc. XVIII (JANSON, 1992: 574).

8 Dentro desta coerência, constata-se da ausência de toponímia e da representação da figura humana em toda a área delimitada do Parque da Pena, facto que reforça as intenções românticas do promotor. A Estátua do Gigante, que representa o Barão de Eschwege numa armadura quinhentista, foi transferida tardiamente do palácio para o penhasco onde actualmente se encontra.

9 Rico comerciante de origem inglesa que, na segunda metade do séc. XVIII, arrendou a Quinta de Monserrate nas imediações de Sintra e mandou erigir um palacete neogótico do qual ainda subsistem algumas ameias.

10 Wilhelm Ludwig, barão von Eschwege, nasceu na Hessel-Kassel, Renânia, em 1777; naturalista, estudou mineralogia, geologia e botânica, sendo engenheiro militar de profissão. Desenvolveu a sua actividade em Portugal desde 1803, combateu as tropas francesas e acabou por seguir para o Brasil em 1810. Regressa mais tarde a Portugal ocupando-se do projecto da Pena.

11 Este último por ilação de PEREIRA e CARNEIRO (1999: 121).

12 António Augusto Carvalho Monteiro nasceu no Rio de Janeiro em 1848, filho de portugueses, o comendador Francisco Augusto Mendes Monteiro e a sua mulher Ana Thereza Carolina de Carvalho. Herdou de seu pai não só a fabulosa fortuna multiplicada no Brasil mas também a alcunha. Licenciado em Leis pela Universidade de Coimbra, em 1871, revelou-se indivíduo de vasta cultura nos mais diversos campos desde a literatura à ciência, não esquecendo a música, da qual relevou as obras de Wagner.

13 Arquitecto paisagista francês que em 1888 ganhou o concurso internacional para o “Parque da Liberdade”, remate da avenida do mesmo nome, promovido pela Câmara Municipal de Lisboa. Mais tarde apresentou proposta para a reformulação da quinta da Regaleira, privilegiando a expressão neogótica, a qual foi preterida.

14 Luigi Mannini (1848-1936) nasceu na província de Cremona, em Itália, tendo estudado na Academia de Brera em Milão e depois com Carlos Ferrario professor de cenografia, que substituiu no teatro Scala (SOUSA VITERBO, 1922, 358). Veio para Portugal em 1879, contratado pelo teatro de S. Carlos como cenógrafo, cargo que ocupou até 1895. Talentoso, acabou por enveredar por outras artes como a pintura e a arquitectura, sendo responsável pelo projecto do Palácio Real do Buçaco. Regressou a Itália em 1913.

15 Segundo Ricouer, o símbolo apresenta-se antes de mais como uma estrutura cujo sentido não é, à partida, manifesto, exigindo ser interpretado (ÁVILA GOMES, 2002: 39).

16 Referências herdadas dos estágios anteriores da maçonaria que, segundo Helmut Reinhardt, se podem demarcar: A partir da palestra do Cavaleiro de Ramsay em 1736 em que os maçons ou pedreiros livres se assumem como descendentes das ordens medievais de cavaleiros, e como tal detentores dos velhos conhecimentos orientais adquiridos na Terra Santa; Em fase posterior, correspondente à década de 60 de setecentos, em que as tendências cabalísticas e alquímicas muito pronunciadas nos Rosa Cruzes tiveram uma grande projecção nos maçons, nomeadamente a nível da crendice na transmutação dos metais e na produção de ouro; E por fim na década de 80 do mesmo século, com a adesão aos misteriosos cultos orientais e egípcios que se reflecte a nível da arquitectura e restantes artes, tal como constatado na obra de Giovanni Battista Piranesi.

17 Este edifício de feição mourisca, cupulado e de planta octogonal, dispõe de afinidades com algumas representações medievais do Templo de Salomão ou Templum Domini dos Cruzados, tantas vezes replicadas em selos da Ordem do Templo.

18 Este símbolo a apresenta algumas afinidades com amuletos lunares, símbolos da Ordem do Templo e ainda com os remates da Cúpula da Rocha, levantada sobre o Templo de Salomão. Encontra-se disperso por todo o parque e encima cúpulas, gradeamentos e portões, reforçando talvez a temática neo-templária, introduzindo e fundindo a islâmica ou reduzindo-se simplesmente a uma alusão à Serra da Lua. Há ainda “entendidos” que lhe associam novos contextos e a relacionam com a feminilidade atravessada pela linga, representativa da masculinidade.

19 Este percurso não se destaca de forma evidente na planta de 1856. Contudo, de uma leitura atenta da mesma se pode reconhecer indícios e representações das estruturas mencionadas, das quais se refere apenas o Banco do Fogo, preservando-se o mistério e a dúvida na identificação das restantes.

20 Neste contexto de excessos, não será casual o recurso a palmeiras do género Phoenix, enquanto alusões à Fénix, que se imola no ninho de mirra e incenso e posteriormente se assume como símbolo de ressurreição.

21 Trad. “Afinidades Electivas”, novela datada de 1808-1809, de Johann Wolfgang von Goethe.