INOVAÇÃO-TRADIÇÃO-GLOBALIZAÇÃO
AS CIÊNCIAS MODERNAS À DESCOBERTA DO MUNDO
MAPEANDO A NATUREZA BRASÍLICA NAS ROTAS DOS MARES DO SUL

ANA LUÍSA JANEIRA (1), LUÍSA BORRALHO (2) & MÁRIO FORTES (3)


A bibliografia tem enaltecido a qualidade da iconografia europeia, logo nos primeiros contactos com as riquezas naturais brasileiras. Isso acontecendo quando os exemplares são autónomos, ou quando figuram como ilustrações de textos. Paralelamente, é comum lamentar-se a ausência deste tipo de informações por parte dos portugueses, em períodos similares.

A desproporção entre esta e aquela presença na magnífica exposição O Brasil dos Viajantes, apresentada no Centro Cultural de Belém, em Lisboa, serviu para nos evidenciar uma questão, no meio de um certo mal-estar.

Depois, motivados por algumas observações, aquando da preparação da exposição O Jardim do Éden (4), fomos revivendo a questão sem qualquer saída imediata, pelo que nos mantivemos dentro da linha interpretativa comum (5).

Mas ao longo dos últimos meses, começámos a explorar uma hipótese de trabalho inovadora: perspectivar portulanos e cartas como testemunhos informativos complementares, ou não, para as Ciências da Natureza em Portugal e no Brasil. Ou seja, avaliar a cartografia portuguesa relativamente ao conhecimento da realidade natural brasileira. Atitude que se alicerça numa demanda onde se interceptam a Filosofia das Ciências, procurando desbloquear vazios e alargar o alcance testemunhal das fontes para a História das Ciências e até mesmo da Arte, indagando a constituição da Natureza brasílica e a representatividade da sua Paisagem.

Quando interroga a tipologia das fontes que constituem o universo heurístico dominante, o questionamento filosófico evidencia como ainda não foi colmatada a lacuna epistemológica, criada pela falta de estudos que relacionem Cartografia e História Natural. Neste sentido, será importante iniciar uma abordagem, visando localizar, aferir e aprofundar nexos entre as representações nos mapas e o conhecimento da Natureza.

A iconografia europeia de Vera Cruz

Apesar das novidades com que os europeus se depararam no Novo Mundo, - “e digam lá os sábios da Escritura, que segredos são estes da Natura” -, é indiscutível que a mentalidade vigente não estava preparada para tanta novidade.

Para colmatar estas fragilidades, a imaginação e o simbólico intervieram, no sentido de dar uma maior solidez às posições. Por outras palavras, face à natura desconhecida - coisas nunca vistas -, a cultura intervém - paradigmas, modelos, regras -, como património a assegurar a convicção de uma supremacia, quer no contacto primário, quer na interpretação secundária. Assim, o legado cultural servia como património disponível, como resposta aos desafios de uma envolvência recém-descoberta, interferindo na perceptibilidade do exterior.

Facto que nem sempre equivaleu à melhor estratégia, mas que correspondeu seguramente a estratégias possíveis.

Geralmente, as mudanças súbitas facilitam situações opostas, ao ocorrerem entre termos extremados: ou o recurso a um estilo pré-concebido, apesar de postiço para a situação nova – caso europeu -; ou o recurso a um tempo de espera, tido por necessário à adaptação futura – caso português -.

Os desenhos, pinturas e gravuras dos europeus fazem recurso a um estilo pré-concebido e postiço para a situação nova: as magníficas frutas tropicais emergem entre céus e cenários de feição paisagista e naturalista, o traçado da ilustração em livros faz-se segundo cânones ao bom estilo tradicional. Isto sendo possível, logo desde a chegada, apesar de estes registos serem seguidos por muitos de outros estilos, diversificados no tempo.

Na situação presente, e no que respeita a divulgação artística e científica, o comportamento dos portugueses parece ter recorrido a um tempo de espera, tido por necessário à adaptação futura: foram percorridos anos desde os primitivos rudimentos gráficos até ao emergir gradual de uma iconografia que pudesse ser assumida como científica, logo ilustradora de traços mais adequados, com menos preconceitos e clichés transferidos.

Biblio-iconografia portuguesa

Na verdade, houve necessidade de um percurso diacrónico, articulado entre o olhar, o ver e o observar.

Numa primeira fase – o olhar - . A imagem solta ou em livros pode estar ausente (6).

O espanto inicial, escalonado entre o choque e o entusiasmo pela novidade, descreve uma panóplia de sensações imediatas, eivadas de ecos espontâneos, onde a formalização dos conteúdos não tem lugar, nem significado.

Nesta fase privilegia-se de uma forma geral a redacção e a narração em detrimento da ilustração. Da análise dos testemunhos subsistentes pode pensar-se que, embora a escrita estivesse a braços com a imensa tarefa de descrever novidades nunca vistas, recorreu de forma limitada à imagem para facultar a inteligibilidade, processo que favorece presumíveis desajustes entre significantes e significados.

Numa segunda fase – o ver - . O desenho aparece a par da escrita (7), assumindo-se mais do que por simples rudimentos, a nível da ilustração de animais e de plantas.

A familiarização com a realidade circundante gera proximidades, onde o quotidiano joga efeitos continuados, com recurso a uma intelectualização apetrechada e alargada pelo traço linear.

A mutação nas formas de comunicação, com destaque para o risco, inclui fauna e flora. A partir de agora, essa expressão suprime as fragilidades, quando a palavra não consegue exprimir nem transmitir os objectos envolventes.

Esta forma de documentação e expressão não se pode isolar no século XVII, evoluindo desde meados do séc. XVI até finais do séc. XVIII. Período que compreende o reinado de Filipe II de Espanha, I de Portugal, no qual se institui o cargo de cosmógrafo cronista o qual viria a contemplar não só o desempenho de funções a nível da Astronomia e Geografia, mas também de registo histórico, etnográfico e nunca esquecendo a “historia natural das ervas, plantas, animais, aves, pescados e outras coisas dignas de se saber” (8).

Numa terceira fase – o observar - . A ilustração científica assume-se como uma realidade (9), segundo conceitos actuais.

A par da gradual objectivação dos processos descritivos inerentes à classificação e identificação de animais e plantas, a ilustração perde a subjectividade regendo-se por regras precisas. Neste processo, destacado em finais do século XVIII, predomina uma pretensa “imagem científica”, cujo realismo pode ser questionado face a questões de ordem biológica, a qual se prende ao reconhecimento de “tipos” e não de exemplares isolados.

Com efeito, paisagens, testemunhos sociais, peixes, plantas e rochas adquirem uma expressão nova, seja pelo traço linear de desenho ou gravado, seja pela coloração ou pintura, feitos ao serviço do rigor requerido pelo universo teórico-experimental, na sua faceta comparativa.

Embora a discursividade entre as palavras e as coisas tivesse escalonado a aproximação entre os termos, é fora de dúvida que a lógica inerente foi percorrendo intervalos, entre a percepção imediatista e a inteligibilidade científica.

Cartografia portuguesa

Entretanto e nos primórdios deste processo moroso foram os mapas, copiados e recopiados, que guardaram informações sobre as dificuldades de desenhar a Natureza brasílica, já desde o século XVI.

Quem já tem visto destas imagens, mas não está familiarizado com o corpus, poderá pensar que a colecção com representações naturais é grande. Mas a realidade é bem outra: a falsa sensação de quantidade resulta da beleza e qualidade dos originais, facultando várias reproduções dos pormenores.

Mesmo assim, estes pormenores realistas podem revelar-se úteis, em dúvidas quanto aos processos e modelos utilizados na elaboração de representações naturais. Dificilmente estas imagens resultaram de observação directa de exemplares.

Serão fruto de recordações ou tentativas de interpretação de escritos de viajantes?

Ou serão, antes, cópias de desenhos, esboços e esquissos prévios de seres vivos, actualmente perdidos?

De momento, apenas se pode especular e tirar ilações condicionadas através do estudo dos testemunhos subsistentes, no contexto dos processos de exploração e colonização.

A primeira colonização do Brasil para além das motivações e pressões de ordem económica só podia ter sido costeira: porque éramos poucos e continuávamos ainda a investir no Oriente, e porque a geografia local - com a Serra do Mar e outras “muralhas” - dificultava a penetração terras dentro.

Sendo assim, sabiam-se cartografar as áreas junto à costa, reconhecidas até do barco, mas tudo além continuava bastante desconhecido.

Não podendo ser retratado com base na realidade, o vazio territorial correspondia a uma série de lacunas pujantemente desconcertantes. E porque não senti-la como uma incapacidade simbólica devendo ser esconjurada?

Foi assim que replicando soluções do passado e comuns na cartografia da época, e para deleite estético dos vindouros, os cartógrafos pegaram nos seres-naturais-vislumbrados-na-terra-perto-do-oceano-ou-dos-rios, ocupando, desde logo, o imenso-continente-a-descobrir-mais-para-dentro.

Brilhante, de facto, mas talvez mérito de um passado mais remoto.

Quando bem aproveitadas, há dificuldades que se tornam favoráveis à criatividade, pois permitem formas inteligentes de contornar os obstáculos e vias inovadoras para o futuro. Na verdade, esses desafios propiciam desbloqueamentos sucessivos, por meio de uma imaginação desafiante e sem peias, juntando tradições e misturando estilos.

No caso, encontros onde sobressaem por contraste: linhas delineando contornos, (efeitos de uma navegação mais costeira), linhas cruzando-se (efeitos da navegação mar fora) linhas abrindo lugar para iluminuras, pincelando uma fruta exótica ou um animal exótico. Ao lado de belíssimas rodas dos ventos, também.

Gestos reveladores de uma configuração epistemológica que acolhe a possibilidade de juntar cálculos matemáticos, servidos pelas exigências de um desenho preciso, e pinturas de seres vivos, mais fabulosas e espontâneas. Mais emblemáticas, enfim.

Mestiçagem cultural, sem dúvida.

Dá a impressão que a iconografia inscreve no real - os fenómenos impostos ao desenho e à pintura – o lado do imaginado - os sonhos paradisíacos que a bibliografia continua a transmitir, apesar de tudo.

Como os padrões portugueses simbolizam marcas indeléveis de passagem-presença, os mapas apoderam-se simbolicamente da arara ou do ananás, os mais exuberantes para o olhar recém-chegado. E isso mesmo antes de haver quem vai encaixotá-los ou engaiolá-los, com destino ao mundo científico europeu. Comportamentos que mostram como as ciências modernas estiveram sempre ligadas à descoberta-conquista do mundo, incluindo os seus avanços, ou as ambiguidades do conhecimento, como neste caso. Tudo misturado aos subterfúgios coloniais.

Assim sendo, a territoralização do continente sul-americano resulta, quer da «real-idade» simbólica projectada - pelos mapas -, quer do domínio efectivo «real-izado» - com armas -. Entre ambos, múltiplas actividades e múltiplos agentes, suportados pela ideologia e pelas ciências antes do desembarque, e acalentadas pelo conhecimento ingénuo e pelas ciências terras além, numa penetração sob a égide do ouro e conseguida pouco a pouco.

Por outras palavras, a apropriação política portuguesa implicará, não só a conquista furando a Mata Atlântica ou a Floresta Amazónica, como o deleite posterior provocado por um qualquer exotismo, num qualquer Gabinete de Curiosidades.

Para as ciências modernas, por seu turno, implicará mapas, viagens filosóficas e descrição taxonómica, já no contexto científico de estudos desenvolvidos no interior dos Jardins Botânicos e dos Gabinetes de História Natural.

Por isso, as narrativas desmultiplicam-se em formas configurantes diversificadas, das palavras aos desenhos, dos livros a outros objectos. Conjunto que irá permitir leituras de tipo gnoseológico, com mais-valias para uma melhor aproximação de como foram vividos os primeiros espantos e choques, a partir dos desenhos esparsos naquelas fontes cartográficas.


Conclusão: como eram desenhadas as representações dos seres naturais nos mapas?

Visibilidade equivale a existência? Verdadeiro. Invisibilidade significa inexistência no passado ou no presente? Falso. Logo, importa acrescentar: não ser / estar visível não quer dizer que não tenha existido, desaparecendo depois. Até poderá querer dizer que existe, está perdido ou escondido, mas ainda não foi encontrado. No caso, ter sido destruído por cataclismos como o Terramoto de 1755, por guerras e acidentes. Ou simplesmente perdido ou substituído, pela simples fragilidade do material ou pela respectiva precaridade informativa. Ou ter ainda sido saqueado, oferecido, embalado, arquivado sem estar inventariado e permanecer perdido, por isso, na Biblioteca Nacional de Lisboa, Biblioteca de Mafra, Biblioteca de Ajuda, Biblioteca do Escorial, Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro, Biblioteca de França, etc..

I
I

A maior parte da vasta Cartografia com registos do Brasil não tem imagens dos seres naturais. A que inclui estas imagens limita-se a algumas representações pouco fidedignas e a muito poucas que permitam a identificação através de caracteres fisionómicos realistas (excepção: capivara e araras).

Assim sendo, os mapas revelam uma lacuna epistemológica, neste particular. Revelam ainda outras tantas especificidades da época nos conteúdos inerentes ao conceito de Natureza - por restrições nuns casos (o índio não é homem) e amplificações noutros casos (o Reino Animal inclui o índio) -. Na verdade, a Cartografia incluiu símbolos e ícones: montanhas e rochas / mineral, plantas / vegetal, e bichos (que é diferente de animais mas integram as referências) / animal, desde tempos remotos.

Mas os selvagens indígenas de Vera Cruz, que na perspectiva de então não eram homens, aproximavam-se dos animais e como tal estavam em cenários naturais pouco antropomórficos. Contudo, os mapas integravam também representações de carácter etnográfico em que se isolava e destacava da Paisagem o europeu (e o oriental). De forma pouco consciente, os índios do Brasil acabaram por receber os atributos etnográficos que eram devidos aos europeus. É que os homens da Renascença, que concebiam e realizavam as cartas, e que não compreendiam esses entes exóticos como Homens-Pessoas, não tiveram outro remédio senão acabar por associar, aos Seres Selvagens, os atributos de Homens Europeus. Assim, parece que já nos primórdios do século XVI se começava a esboçar (aquilo que se repudiava e que só terá sido (?) resolvido no séc. XIX): os índios, por mais que se quisesse o contrário, acabavam por ter atributos de Homens!

Com efeito, apesar das novidades do Renascimento e dos avanços introduzidos pelo Humanismo terem servido uma ideia de Homem diferente da tradição cristã mais genuína, importa ter presente quanto a ideia de Natureza permanecia diferente do que virá a revelar-se na Modernidade.

O conceito de Natureza comportava, ainda, uma Criação una e universal: centrada na figura do Criador e dominada por um tipo de raciocínio marcadamente analógico. Neste contexto, as referências iconográficas limitadas a um tão reduzido número de espécies podem indiciar pouco interesse, no contexto da Cartografia (a não ser numa perspectiva iconográfica) e podem indiciar ainda pouco interesse pela História Natural, dado o ínfimo número de espécies face à variedade botânica, animal e mineral a que os portugueses tinham acesso no decurso das viagens e da colonização.

II

Assim sendo, a face visível do arquivo iconográfico sobre a Natureza Brasílica aponta, a seu modo, para o longo tempo que parece ter sido percorrido, com altos e baixos, até que surgissem as novidades trazidas pela Viagem Filosófica de Alexandre Rodrigues Ferreira e companheiros (segunda metade do séc. XVIII) e, só com elas, a emergência efectiva da História Natural luso-brasileira.

Emergência que deverá estar intimamente ligada às consequências de dois outros eventos, nunca por demais relevados, que ocorreram significativamente:

- a Reforma Pombalina da Universidade de Coimbra, em 1772;
- e a criação da Real Academia de Ciências de Lisboa, em 1791.


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(1) Professora Associada com Agregação em Filosofia das Ciências do Departamento de Química e Bioquímica da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa
Rua Ernesto de Vasconcelos, 1700 Lisboa, tel. 351.217573141, fax 351.217500088
Investigadora do Centro Interdisciplinar de Ciência, Tecnologia e Sociedade da Universidade de Lisboa (CICTSUL)
Instituto de Investigação Científica Bento da Rocha Cabral
Calçada Bento da Rocha Cabral, 14
1250-047 Lisboa
janeira@fc.ul.pt e analuisajaneira@clix.pt
(2) Arquitecta Paisagista.
(3) Arquitecto Paisagista.
(4) Os autores deste texto fizeram parte do Comissariado Científico da exposição O Jardim do Éden, prevista pela Comissão Nacional dos Descobrimentos Portugueses para o Mosteiro dos Jerónimos, 2000.
(5) Ana Luísa Janeira – «Todo o Brasil parece hü jardim». “Episteme”, Porto Alegre, no prelo. Luísa Borralho, Mário Fortes - Descrições do Reino Vegetal - Do jardim do Éden às Terras de Vera Cruz, “Episteme”, Porto Alegre, no prelo.
(6) Pêro Vaz de Caminha (? - 1501), Gabriel Soares de Sousa (1540 - 1592), Pero de Magalhães Gandavo (? - 1579), Fernão Cardim (1542 - 1625).
(7) Exemplo significativo: Frei Cristóvão de Lisboa (? - 1652).
(8 )José Maria López Piñero; María Luz López Terrada, La botánica en el reinado de Felipe II. In Carmen Añon; José Luís Sancho (Eds.) – “Jardín y Naturaleza en el reinado de Felipe II”, Madrid, Sociedad Estatal para la Commemoración de Los Centenarios de Felipe II (1998) y Carlos V (2000), 1998, p.281.
(9) Alexandre Rodrigues Ferreira (1756-1815) e companheiros.