Procurar textos
 
 

 

 

 

 






JOSÉ CASQUILHO
O MISTÉRIO DO PORTUGUÊS

Existe um diamante famoso designado por Português que é o maior diamante facetado da colecção nacional de gemas dos EUA, pesando 127 quilates, com um talhe próximo do talhe esmeralda. Encontra-se no Smithsonian Institution em Washington, para onde foi adquirido em 1965, numa transacção efectuada com o sr. Harry Winston, um coleccionador famoso da sua época. A história desta pedra só é conhecida desde 1924, quando estava então na posse dos joalheiros Black, Starr e Frost. Num catálogo da Vogue de Fevereiro desse ano o diamante, referenciado como histórico, era posto à venda por $300000.

O seu nome é um mistério. Apesar de ter sobrevivido, houve tempos em que o quiseram designar por “o desconhecido”.

Na historiografia contemporânea dos diamantes famosos, o Português aparece referenciado como um diamante cujo nome será provavelmente um equívoco, sendo antes considerado que seria uma gema de origem sul-africana, e não brasileira, como se poderia supor.

No entanto o seu nome persiste como uma lenda, associando-o à antiga casa real portuguesa da dinastia de Bragança.

Existe notícia de que teria tido anteriormente um peso de 150 quilates e que seria uma pedra talhada em almofada, uma forma mais arredondada do que o talhe esmeralda que hoje se lhe conhece.

Já no catálogo da Vogue era referenciado como o maior diamante azul do mundo. Com efeito, sob certas intensidades de luz tem uma coloração azulada.

Os historiógrafos contemporâneos afirmam que não existe evidência conhecida de o diamante ter pertencido à casa real portuguesa.

Mas dir-se-ia que ela existe.

No retrato da Alegoria da Aclamação de D. José, que se encontra no Palácio das Necessidades, datado de 1750, o rei ostenta uma pregadeira de diamantes, a prender a capa de arminho, cuja pedra central encaixa na perfeição na descrição histórica do diamante.




A forma em almofada octogonal e a coloração azulada são pontos a favor desta interpretação.








A única imagem conhecida do Português, na historiografia internacional, é a fotografia de Peggy Joyce - americana, ex-dançarina que coleccionou 6 maridos - que o comprou em 1928 e o usava num colar.