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JOSÉ CASQUILHO... |
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Um eixo sagrado |
Esta coisa das carreiras em Portugal tem muito que se lhe diga, a bem da exercitação dialéctica do tema de perceber se Deus escreve direito por linhas tortas, ou torto por linhas direitas, ou ainda se os dois enunciados são transcendentalmente equivalentes e que portanto tanto faz. Por exemplo, um professor que dá o seu contributo para diminuir o insucesso escolar pode ver-se meio corrido do departamento, ou um engenheiro silvicultor que queira contrariar os fogos e o seu substrato pirófilo arrisca-se a sair 'queimado'. Mas não deixa de ser engraçado.
Mas não era dessas que eu vinha falar, sim da Quinta da Carreira, uma urbanização de S. João do Estoril, com alvará de loteamento, onde felizmente foram preservados grandes espaços, reserva fiduciária. Tudo indica que a carreira que dá o nome à quinta, que nós chamamos o caminho das oliveiras, é uma antiga via romana, aquela que ligaria a marginal a Sintra. E nela há um poço aparelhado, e nora, como aparelhado é o leito da ribeira, uma jóia de pedra de calcário encastrado.
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A carreira |
Felizmente, nas longas negociações construtivas promovidas entre a associação de moradores e a câmara, foram sendo sucessivamente alargados os limites de preservação do património local, primeiro ecológico e agora arqueológico, no conceito de ecoparque, um parque com mais de 3 hectares dedicado ao nosso dragoeiro, monumento nacional, que anda muito florido de há uns anos para cá.
Acontece que vendo as coisas com mais atenção, conjugando as grutas da Alapraia - uma necrópole do Calcolítico - com a Pedra do Sal e os seus achados arqueológicos, a ponte romana de S. Pedro, e as pedras que por aí andam, tudo indica estarmos perante uma zona muito rica em memória e História, onde o alinhamento perfeito do Sol no solstício de Inverno indicia, dir-se-ia, um dos eixos sagrados.
José Pinto Casquilho, Investigador
S. João do Estoril |
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Ribeira de Bicesse |
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Ribeira de Bicesse |
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