Da colecção Património Natural Açoriano, depois de Aves Nativas dos Açores e de Cetáceos dos Açores - Baleias, Golfinhos e Toninhas, aparece esta obra sobre o tabaco.
Livro de divulgação, escrito de modo acessível, relaciona a planta do tabaco com outras da mesma família, faz a história da sua vulgarização pelo mundo, dos seus mistérios, das suas virtudes como fonte de fármacos e trata da sua cultura e produção.
Vindo do Brasil, o tabaco chegou a Portugal durante o período dos descobrimentos e daqui foi levado para a África e para a Ásia, pelas mãos dos portugueses, onde desempenhou papel importante na medicina, na religião e até na economia.
Era a “erva santa” da terminologia portuguesa do século XIX, graças às suas virtudes incontestadas. Os médicos, notando o efeito sedativo do fumo do tabaco, receitavam-no para todas as espécies de males do corpo humano.
Se no Novo Mundo o tabaco para fumar progredia sem obstáculos de maior, a história viria a ser outra para o Velho Mundo, onde se procurou sufocar violentamente o vício de fumar tabaco com proibições e castigos que muitas vezes ultrapassavam a vida terrena. Papas houve que puniram com a excomunhão os fumadores; czares e sultões asiáticos condenaram os fumadores a torturas e a mortes horríveis. No entanto, a maioria dos governos decidiu tirar partido económico tributando a sua produção e comércio.
No capítulo História são referidas as práticas agrícola e industrial nos Açores desde que o Desembargador Vicente José Ferreira Cardoso da Costa encetou, em 1812, os primeiros ensaios do cultivo do tabaco nas suas propriedades do Cabouco e do Nordeste, na ilha de S. Miguel. No capítulo A cultura e produção estão discriminadas as práticas agrícolas desde que são preparados os viveiros até à apanha das folhas ou até das plantas inteiras, passando pela remoção de infestantes, sachas, desponta e esladroamento, a cura e a transformação industrial para que seja usado ou inalado (cigarro, cachimbo, charuto, cigarro de palha), ou aspirado (rapé) ou mascado.
Os autores, Paulo Rosa, Fernando Correia e Nuno Farinha, biólogos profissionais, o primeiro especializado em Biologia Vegetal, e os outros dois especializados em Ilustração e Design de Comunicação, são os principais responsáveis pela boa ilustração desta obra.
Inclui uma lista considerável de referências bibliográficas.
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