Petrópolis, 18 de abril de 2011.
Prezados amigos e amigas
Estamos no tempo da Quaresma e da Páscoa. É ocasião de pensarmos em seu
sentido profundo de passagem e transição não apenas da escravidão
para a liberdade (sentido judaico) ou da morte para a ressurreição
(sentido cristão) mas também da centração em nós mesmos para a
solidariedade para com os que mais sofrem. É o sentido existencial desta
festa.
É neste espírito pascal que venho
solicitar o exercício da solidariedade de cada um de vocês sempre na
medida do possível.
Desde 2002 venho escrevendo semanalmente um artigo sobre os mais
diferentes temas como ecologia, etica, espiritualidade, análises da
situação atual da Terra e da Humanidade. A acolhida tem sido tão
generosa que grupos, por sua própria conta, os tem traduzido para o
espanhol, ingles, italiano e alemão. Tenho enviado o texto a muitos
jornais brasileiros, especialmente do interior, e a pessoas e entidades
que compartilham semelhante visão de muito. Tudo é oferecido
voluntariamente, sem qualquer ônus.
Agora vem a minha solicitação. Estou ligado, desde o início, ao Centro
de Defesa dos Direitos Humanos de Petrópolis do qual sou presidente de
honra e que existe há mais de 30 anos. Temos trabalhado sempre com os
mais vulneráveis e marginalizados da sociedade. Importa dizer que
Petrópolis, embora sua fama de cidade imperial, tem mais de cem
comunidades pobres (favelas). A perspectiva é conferir autonomia às
pessoas, atender suas muitas urgências a partir da perspectiva deles
mesmos. O que mais fizemos nestes anos foi colaborar na organização
dos meios populares e até de sindicatos livres.
A cidade, de tempos em tempos, é assolada por grandes deslizamentos nos
quais muitos perdem suas casas e as vidas. Há anos, no verão de
1992/1993 quando cerca de 170 pessoas morreram e centenas de casas foram
destruidas, foi o Centro de Defesa, por causa da omissão do poder
público nacional e local, que assumiu a organização do desabrigados. A
partir daquele momento o Movimento dos Desabrigados com o apoio e
participação do Centro de Defesa conseguiu moradias para 1500 pessoas,
a construção de cerca de 200 casas em mutirão e o assentamento de 500
outras pessoas num conjunto habitacional.
Entre outros projetos atualmente cerca de 120 jovens de comunidade
frequentam as diversas iniciativas do projeto Arte/Educação para a
ecocidadania.
O tsunami interno que tivemos em janeiro deste ano no qual muitíssimos
ficaram desabrigados e centenas morreram o Centro teve e tem uma atuação
decisiva.
Sempre temos trabalhado com aperto financeiro mas cheios de generosidade
em favor dos invisíveis e esquecidos de nossa sociedade que, nós
cristãos, os chamamos como Jesus os chamou de “meus irmãos e minhas
irmãs menores”.
Nesse momento estamos, mais que em outras ocasiões, necessitados.
Contamos com sua reciprocidade. Caso você se sinta sensibilizado
qualquer contribuição, mesmo que pequena, será benvinda. A conta é a
seguinte:
Centro de Defesa dos Direitos Humanos de Petrópolis
Banco do Brasil
Agencia 0080-9
Conta corrente 26973-5
CNPJ 27.219.757/0001-27
Se alguém precisar de recibo dirija-se à Carla, secretária do Centro
cujo e-mail é cddh@cddh.org.br
Visite nosso portal ainda em construção e conheça um pouco mais de
nossos vários projetos: <http://www.cddh.org.br>
Façamos uma corrente do bem divulgando esta solicitação para pessoas ou
entidades próximas a você.
Agradecemos pela generosidade e desejamos uma feliz e solar festa de
Páscoa.
Leonardo Boff
Presidente de honra do CDDH |