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MALARIA-PALUDISMO-SEZONISMO
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BOTELHO, Álvaro (1971) - Quimioterapia da malária. Anais da Escola Nacional de saúde Pública e Medicina Tropical, 5 (1-2): 99-102. Malaria. Paludismo. Álvaro Botelho. A partir da Segunda Grande Guerra. A pamaquina foi a primeira droga sintética sucedânea do quinino. Muitas outras, mais ou menos eficazes. Resistência dos protozoários. Investigação em larga escala nos USA, com a guerra do Vietname. Resistência dos mosquitos aos insecticidas.

AZEVEDO , J. Fraga de, F.J. C. Cambournac & Manuel R.Pinto (1947) - Observações sobre a incidência do sezonismo na Guiné Portuguesa. Nota preliminar. Missão de Estudo do Instituto de Medicina Tropical à Guiné Portuguesa em 1944. Anais do Instituto de Medicina Tropical, IV: 7-16, 1 mapa. Paludismo. História da malária. Malaria. Diptera. Culicidae. Anophele s. A Missão teve por fim principal estudar a doença do sono. Malária: estudo de 4000 de um total de 10000 preparações de sangue. Colheitas na época seca (Janeiro, Fevereiro), inter-epidémica. Encontradas 2 espécies de plasmódios: Pl. falciparum e Pl. malariae . A primeira é mais abundante e não coincide com o litoral (bolanhas).

BERLAND , Lucien (1948) - Les insectes et l'Homme. Presses Universitaires de France, Que Sais-Je?, 83. Paris, 128 pp.. Entomologia. Paleo-entomologia. Dispersão pelo vento, em barcos e aviões. Espécies migratórias. Espécies em conflito com o Homem. Os Anopheles têm regime preferencialmente nocturno e o que os atrai n é a luz, sim o odor da carne humana. O caso mais conhecido de combate aos mosquitos (febre amarela) era o Rio de Janeiro. Dakar também, a ponto de os mosquiteiros terem deixado de ser necessários. Anedota: "Je me souviens avoir vu, à l'Institut Pasteur de cette ville, convoquer un agent chargé des mesures d'hygiène pour lui faire remarquer, avec quelque sévérité, qu'on avait capturé la veille un unique Moustique, et qu'il fallait immédiatement rechercher où pouvait être son gîte, pour le faire disparaître". Medidas: mosquiteiros, quinino. História: pensava-se que eram os miasmas dos pântanos que causavam o paludismo: Paul Bourget, no romance "Cosmopolis", que se desenrola em Roma, conclui com o suicídio da personagem: a jovem embrenha-se nos pântanos para inspirar os ares que lhe deviam causar a morte. O paludismo é das doenças que mais estragos causam por estar disseminado por vastas superfícies do mundo.

CAMBOURNAC , Francisco J.C. (1938) - Sôbre algumas medidas de higiene e protecção anti-sezonática aos "ranchos migratórios". Separata da revista Clínica, Higiene e Hidrologia, Lisboa, 10 págs.. Estudo decorrente dos estudos feitos na estação anti-sezonática de Águas de Moura, em Portugal. Aconselhamento sobre as medidas a tomar, desde a construção das casas, cozinhas e latrinas, até ao tratamento de lixos. As habitações deviam ser construídas a não mais de 2 km do local de trabalho e a não menos de 50 metros dos terrenos encharcados.

CAMBOURNAC , F.J.C. (1947) - Perspectivas actuais da luta anti-sezonática em Portugal. Actualidades Biológicas (Conferências realizadas no Instituto Rocha Bento Cabral em Abril e Maio de 1947), Lisboa, XX: 189-229. Medicina. Malaria. Cambournac era entomólogo e dirigiu o Instituto de Malariologia, onde pela primeira vez fora possível revelar os órgãos em que possivelmente decorre o ciclo exoeritrocítico dos plasmódios no organismo humano. Apresenta as mais modernas descobertas a pôr em prática na luta contra uma doença que anualmente atingia cerca de 100.000 pessoas no Portugal metropolitano. Uma das razões da dificuldade de combater a doença pelas medidas de ordem geral é o facto de ser aquela que provavelmente mais modifica as suas características epidemiológicas. Em Portugal, as principais áreas de distribuição correspondem às bacias dos grandes rios: Douro, Tejo, Mondego, Sado e Guadiana. Os tipos epidemiológicos variam nelas conforme o clima e a extensão dos criadouros de Anopheles. Mais grave na zona sul, a partir do Tejo. Devido à acção dos Serviços Anti-Sezonáticos, a mortalidade baixara, sendo raros os casos de morte. As infecções eram devidas em 80% dos casos a Plasmodium vivax e 20% a Pl. falciparum . Criadouros de Anopheles : ribeiros e charcos formados no leito dos rios nos meses quentes. A transmissão da doença faz-se frequentemente pelas massas de trabalhadores que se se deslocam para as zonas de cultura de arroz e depois regressam à sua origem indemne. Zona de anofelismo intenso sem paludismo endémico é porém a Ria de Aveiro, por causa do clima: não há temperatura média acima de 20º. Os animais estabulados também desviam para eles os vectores. Os Anopheles existentes em Portugal são apenas de 3 espécies: Anopheles plumbeus, A. claviges e A. maculipennis . As duas primeiras são silvestres e não têm relação com o sezonismo. A mais abundante e largamente distribuída é A. maculipennis atroparvus . A outra subespécie, A.m. typicus é zoófila. A. m. atroparvus cria-se principalmente nos arrozais, onde chegam a existir 400 larvas por metro quadrado. Cada hectare de arrozal, entre Maio e Julho, produz por dia 20 mil mosquitos desta variedade, principal vector no nosso país.

História . Uma das formas de combater o mal fora a criação de postos dispensários por todo o país, dependentes de "Estações" que superintendiam a luta em zonas determinadas. A baixa na mortalidade foi assim um facto, apesar de não ter baixado a intensidade endémica. As tentativas de evitar a criação de Anopheles nos arrozais não tinham surtido resultado. Alguns larvicidas tinham sido lançados por meio de avião. Com o Instituto de Mariologia a situação modifica-se. Uma das medidas foi proibir a cultura do arroz em volta dos grandes aglomerados populacionais. O larvicida era usado nos charcos e valas, em zonas de pequena extensão. As redes eram aplicadas nos barracões onde se albergavam os ranchos migradores. O Instituto de Malariologia atacava o problema em várias frentes, estudando minuciosamente a biologia dos vectores e tudo o que se relacionasse com a epidemiologia e profilaxia do sezonismo em todo o País. Outro modo de combate era fornecer animais aos mosquitos. Coelheiras e pocilgas eram assim oferecidas aos habitantes de várias aldeias, o que foi um fracasso, pois um coelho, por exemplo, não consegue dar sangue a mais do que 200 ou 300 Anopheles por noite. Para livrar de mosquitos uma aldeia perto de um arrozal de 600 hectares seriam necessários 600.000 coelhos. Outros métodos, como a secagem, também se mostraram pouco radicais. A partir de 1943 entra-se numa nova era, com aproveitamento das propriedades de novas substâncias insecticidas. Exemplos de sucesso tinham sido a exterminação de Anopheles gambiae de uma vasta região no Estado do Rio Grande do Norte e no Egipto. Aconselha o DDT. Método idêntico: Gamexane. Pulverização com estas substâncias dos locias de hibernação. Bastam duas ou três pulverizações anuais. O problema difícil era o dos arrozais, mas tinha-se encontrado solução, com o envenenamento da água dos canteiros de rega com DDT, para eliminar as larvas. Para tratamento do paludismo aconselha duas doses semanais de paludrina ou cloroquina, impedindo assim a circulação dos plasmódios nos capilares periféricos, eliminando os sintomas e em muitos casos a evolução da própria doença. Os estudos feitos confirmam esta eficácia e têm sido publicados.

CAMBOURNAC , Francisco J.C. (1948) - Modernos processos de combate ao sezonismo. Anais do Instituto de Medicina Tropical, V: 321-340. Paludismo. História da malária. Malaria. Diptera. Culicidae. Anophele s. Um dos principais flagelos da humanidade. Síntese do que se conhecia. Acredita ter chegado o momento de nos podermos livrar do sezonismo. Estatística mundial: 300 milhões de casos com 3 milhões de mortos por ano. Poderá desaparecer do mundo dentro de muito poucos anos. História: desde os mais remotos tempos se conhece; registado em escritos chineses de há 3000 anos e reconhecido como doença em antigos escritos hindus. Destruiu exércitos, impediu realização de projectos de engenharia e impediu a colonização de vastos territórios nas zonas tropicais. Heródoto relata que já os egípcios usavam mosquiteiros; Empédocles, no séc. V a.C., libertou das "febres endémicas" a cidade de Selinus, mandando drenar os pântanos da região; os primeiros aquedutos romanos parecem ter sido construídos como processo de combate à elevada endemia sezonática que ao tempo se fazia sentir em Roma. O tratamento começa a fazer-se desde que houve conhecimento das propriedades da casca da quina-quina e a sua generalização fez-se a partir dos meados do século XVII, depois de introduzida pelos jesuítas. Não se conhecia a causa nem a origem. A 23 de Novembro de 1880 Laveran comunica à Academia de Medicina de Paris a sua descoberta do agente causador das febres intermitentes e 9 anos mais tarde Golgi, Marchiafava e Celli referem a multiplicidade de espécies do mesmo agente. Ross demostra que a transmissão se opera por intermédio de mosquitos e que é necessário ao parasita completar no organismo do insecto uma parte do ciclo evolutivo. De seguida, Bignami e Bastianelli averiguam que esse ciclo só pode completar-se no organismo de Culicidae do género Anopheles . Verifica-se que é possível impedir a entrada dos mosquitos pondo redes nas janelas. Em 1900 estava conhecida a etiologia, modo de transmissão e mostrava-se que uma casa podia ser protegida da entrada dos insectos. Estes conhecimentos são utilizados na construção do canal do Panamá, com tratamento imediato de todos os doentes (com quinino?) e protecção das janelas. Alto custo desta protecção. Começou então a pensar-se em destruir os mosquitos e combater os agentes causais (plasmódios). São desta época as grandes drenagens de terrenos criadores de Anopheles em África, na América e no Oriente. Em Itália, no Agro Romano e Paludi Puntuni. Escoamento, irrigação intermitente, este sobretudo nos arrozais. Uso de larvicidas como os óleos, o petróleo e o verde de Paris, este introduzido por Barber em 1921, pois se pensava que a verdadeira base da luta devia assentar no extermínio do vector nas fases aquáticas. O uso de larvicidas permitiu exterminar no Brasil, em 1940, o Anopheles gambiae , para onde havia sido introduzido, provavelmente, por alturas de 1928-1930. Foi o primeiro exemplo da possibilidade de extinção de um anofelino introduzido. O segundo exemplo foi o da extinção de Anopheles gambiae no Egipto, em 1945. Pensa-se que a introdução deve ter ocorrido em 1941-1942. No Brasil esta operação cobriu 300 mil Km quadrados, onde quase 100% dos habitantes tinham estado doentes e 50% das casa haviam sido abandonadas. A par da drenagem, administração de sais de quinina, para destruição dos plasmódios, o que n era eficaz. Tratamento de sete dias. Estuda-se a possibilidade de produzir um sucedâneo da quinina ou droga com maiores vantagens terapêuticas. A primeira droga de síntese foi a plasmoquina - tóxica em doses elevadas, por isso administrada em doses reduzidas só destruía as formas sexuadas dos plasmódios. Em 1923 aparece a atebrina, não completamente eficaz. Paralelamente estudam-se os hábitos do Anopheles e habitata, para os combater melhor. Descobre-se que têm preferências hemáticas, distinguem-se os antropófilos dos zoófilos, o que leva à distinção de raças. Procura-se a destruição das larvas, aumentando ou diminuindo a salinidade dos criadouros, poluindo a água à custa de plantas em decomposição, aumentando ou diminuido a velocidade da corrente das águas, introduzindo inimigos naturais, além da eliminação dos criadouros e do uso de larvicidas. Por volta de 1936 inicia-se o combate aos insectos perfeitos: pulverização das casas na Holanda com insecticida, campanhas na África do Sul.

Em 1942-1943 entra-se numa nova era, a do DDT (pp'-dicloro-difenil-triclorometil-metana), altamente tóxico para os insectos. Actua por contacto e ingestão; permanece activo por uns 8 meses, mas o periodo médio considerava-se de 4-5, a partir do qual ia perdendo a força. Outro insecticida moderno: o 666 ou gamexano (isómero gama do hexaclorocicloexano). Repelentes: dimetil ftalato. Medicamentos: paludrina, arelen (ou cloroquina) e a pentaquina. A paludrina age parcialmente contra Pl.vivax mas é segura contra Pl. falciparum .

Desaparecimento recente de Anopheles da Sardenha, Chipre, e de vastas regiões da Itália. Campanha em curso em Cabo Verde e no Ribatejo (pulverizações com DDT).

O Quadro I apresenta a "Classificação das medidas de profilaxia contra os insectos vectores do sezonismo", distinguindo-as entre naturais e artificiais. Movidas contra o estádio adulto: redes, vestuário especial, repelentes, ventoinhas, exposição ao vento, armadilhas e raquetes de arame, remoção de casas ou aldeias, pulverizações ou fumigações, criação de barreiras repelentes por meio de plantas aromáticas, administração de drogas, como o enxofre, provocando cheiros activos no suor, destruição de abrigos ou refúgios, corte de árvores, criação de barreiras com plantas para impedirem o voo, tornando as casas maus abrigos, introdução de inimigos naturais, desvio por meio de animais, combate durante o Inverno. Movidas contra os estádios aquáticos: drenagem (aberta, do subsolo, vertical, esvaziamento, valagem), escoamento alternante, colmatagem, protecção mecânica de poços e reservatórios, armadilhas, limpeza, larvicidas (óleos, solúveis, em pó, gasosos), poluição da água, mudança da salinidade, mudança dos caracteres químicos da água por meio de bactérias), colmatagem natural, comportas, inundação, flutuação do nível da água, secagem periódica, agitação, estagnação ou aumento da velocidade da corrente, turvação, criação de sombra ou exposição ao sol, secagem por meio de plantas, inimigos naturais, mudança da flora e da fauna, destruição dos alimentos.

CAMBOURNAC , Francisco J.C. (1949) - Sobre o combate ao sezonismo no território de Goa (Estado da Índia). Anais do Instituto de Medicina Tropical, VI: 7-40, fotos. Paludismo. História da malária. Malaria. Diptera. Culicidae. Anophele s. Cerca de 100 habitantes apenas. 70% das infecções devem-se a Plasmodium falciparum , 30% a Pl. vivax. Mais poderosos vectores: Anopheles fluviatilis, A. varuna, e outras. Medidas aconselhadas: dispensário, estudo das espécies entomológicas, combate aos vectores. Medicamentos: Paludrina. Eliminação de criadouros para exterminar larvas. Introdução de peixes larvícolas nos poços, indígenas ou importados ( Gambusia ). Larvicidas: verde de Paris e DDT. Adultos: Insecticidas : DDT. Aumento da área da cultura do arroz sem aumentar a intensidade da endemia sezonática - nos arrozais n há vectores poderosos, sim nos tanques e canais de irrigação.

CAMBOURNAC , F.J.C. (1972) - Diptères vecteurs de maladies parasitaires de l'homme, au Portugal. Anais da Escola Nacional de saúde Pública e Medicina Tropical, 6 (1-4). Malaria. Paludismo. Considera-se nesta data que o paludismo está completamente erradicado de Portugal. Os únicos casos observados resultam de importação. Alguns, devidos a transfusões de sangue. Antes era uma doença grave, mas por volta de 1938 já só cerca de 100.000 mil casos eram diagnosticados. As regiões orizícolas eram as mais afectadas.

CAMBOURNAC , F.J.C., H. Santa Rita Vieira, M.A. Coutinho, F.A. Soares, A.Brito Soares & G.J, Ganz (1984) - Note sur l'éradication du paludisme dans l'île de Santiago (République du Cap-Vert). Anais do Instituto de Higiene e Medicina Tropical, 10 (1-4) 23-34. Malaria. Paludismo. Cabo Verde. O paludismo foi introduzido, visto que as ilhas eram desabitadas à data da descoberta, por indivíduos oriundos de partes diversas. Os mosquitos também devem ter sido introduzidos por via marítima durante o povoamento humano, embora não se possa excluir a hipótese de importação por via eólica. Em 1507 já se tinha instalado, porque as caravelas das rotas da Índia tinham recebido ordens para não fazerem ali escala para que as pessoas não apanhassem a doença. Anopheles arabiensis . Larvicidas: gasoil com detergente e Temephos. Gambusia introduzida em todas as colecções de água possíveis.

CEITA , João Guadalupe Viegas de (1980) - Alguns aspectos da epidemia e profilaxia do paludismo em São Tomé e Príncipe. Anais do Instituto de Higiene e Medicina Tropical, 6 (1-4): 3-15. Malaria. Paludismo. As quatro espécies de Plasmodium existem em São Tomé. O principal agente é Pl. falciparum , mas tb existe Pl. vivax , desmentindo afirmações sobre a sua ausência da costa ocidental africana. Introduzido provavelmente por indivíduos oriundos de Moçambique. Cloroquina.

CONGRESSOS (VI) INTERNACIONAIS DE MEDICINA TROPICAL E DE PALUDISMO (1958). Organizada esta edição em Lisboa. Presidente da Comissão Internacional Interina, por Portugal, João Fraga de Azevedo. Anais do Instituto de Medicina Tropical, Lisboa, XV, suplemento I (número especial).

FERREIRA , F.S. Cruz, A.R. Pinto & C.L. de Almeida (1948) - Alguns dados sobre a biologia do Anopheles gambiae da cidade de Bissau e arredores (Guiné Portuguesa), em relação com a transmissão da malária e filaríase linfática. Missão de Estudo e Combate da Doença do Sono na Guiné. Anais do Instituto de Medicina Tropical, V: 223-250, fotos, gráficos e planta da cidade de Bissau. Paludismo. Malaria. Diptera. A planta da cidade mostra que estava rodeada por pântanos e bolanhas: Pessubé, Bandim, Antula, etc.. O Anopheles gambiae é um dos mais importantes vectores de malária em toda a África tropical. Vector de paludismo e agente transmissor de filaríase. É o Anopheles mais vulgar e conhecido na Guiné. Capturas: 9668 indivíduos de Culicidae, dos quais 7111 Anopheles gambiae: destes, 7007 fêmeas. Outros Anopheles : Anopheles funestus , A. pharoensis , A. nili , A. dancalicus , A. hargreavesi , A. rufipes , A. cinereus , A. coustani . Habitantes, na área da cidade: "população civilizada": 1573; "populaçao indígena": 976. O máximo de polução anofelina coincide com o período das chuvas (Setembro-Novembro). Biologia de A. gambiae : frequentador das casas, sendo em muitos locais a única espécie doméstica. Actividade predominantemente nocturna. Prefere o terço inferior das pernas. Não foi observado a picar indivíduos durante a marcha. Os viveiros são permanentes, temporários e acidentais. São viveiros os pântanos e planos de água dependentes deles, as bolanhas, as poças de água das chuvas, charcos e valetas com água corrente e vegetação marginal de pouca altura. Duração total do ciclo evolutivo, desde a postura à fase de insecto perfeito: 23 dias em média. A. gambiae está biologicamente adaptado a hospedeiro dos plasmódios e prefere sangue humano. Não se conhecem regiões em que exista isentas de malária. O índice esporozoítico é constituído pela percentagem de anofeles com esporozoítos nas glândulas salivares. Além disso também é vector da filaríase ( Wuchereria bancrofti ).

GIL , Gonzalo Piédrola (1950) - Recientes adquisiciones de la fisico-química en la lucha contra los insectos nocivos. Anais do Instituto de Medicina Tropical, VII: 93-150. Paludismo. Anopheles . Experiências de detecção de insectos com radar, de estudo da distribuição dos mosquitos com emprego de isótopos rádio-activos, da produção de sons para atrair e electrocutar mosquitos e da destruição de mosquitos por ultra-sons. Insecticidas obtidos por síntese: DDT, hexaclorociclohexano (666) e muitos outros. Estes são os principais, não se mostraram tóxicos para o homem. Na luta contra o paludismo têm-se usado insecticidas, o resultado é a melhoria das condições sanitárias gerais. Em 1949 a O.M.S. estabeleceu em diversos países equipas de luta anti-palúdica: 4 na Índia, 1 na Tailândia, no Afeganistão, Paquistão e Irão. Cada equipa tem um paludólogo, um entomólogo, um engenheiro sanitário e uma enfermeira. Outras campanhas anti-mosquito realizadas na Grécia, Espanha e Argentina.

GORDON , R.M. (1949) - Insects in control. The control of insects. Anais do Instituto de Medicina Tropical, VI: 247-272. Paludismo. História da malária. Malaria. Diptera. Culicidae. Anophele s. Controle dos insectos durante a guerra. Antigo Testamento: exército do Rei da Assíria dizimado quando invadia a Judeia e cercava Jerusalém. O mesmo aconteceu no mesmo local, vale do Jordão, na Primeira Grande Guerra, com as forças britânicas comandadas pelo general Allenby. Os militares interessam-se pelos insectos com importância durante a guerra, publicação do guia: "The minor horrors of war", de Shipley, de cuja modéstia Gordon discorda, pois trata de um dos maiores e não menores horrores da guerra. Entretanto outra guerra ocorreu, com as mesmas perdas. Mapa das baixas entre anglófonos nas várias partes do mundo durante os 100 anos anteriores ao artigo, durante a I e II Grandes Guerras e outras. Exemplos de guerras em que houve muitas baixas devidas a insectos: campanhas de Napoleão em 1812 (uns 100 mil homens morreram em combate mas mais do dobro morreu de doença, em geral tifo), frente britânica em 1914-1918 (20 mil baixas francesas e 88 mil britânicas na Macedónia devidas à malária, de um total de quarto de milhão da força original) e no SE asiático na II Grande Guerra - apesar de não se saber ainda a sua história médica, alguns factos são conhecidos: 40 mil mortos em combate e 250 mil por doença entre os aliados, na maior parte malária (mosquitos) e disenteria (moscas) - isto numa "single battle front". Donde se conclui que, contrariamente ao que em geral se pensa, a maior parte das baixas em guerra se deve à doença. 1914-1918: os soldados regressados à Europa e as hordas de refugiados trouxeram com eles o parasita da malária, com o qual infectaram os mosquitos locais que se reproduziam nos charcos e lagos outrora limpos de anofelinos, mas então, em resultado da falta de fundos e agricultura, tinham revertido às velhas condições de insanidade. Estas condições resultaram na difusão de formas epidémicas de malária em todo o sudeste europeu, infectando mais de 90% da população em certas áreas. De tal modo que isso foi considerado uma das piores catástrofes médicas da II Grande Guerra. Em suma, é preciso controlar os insectos para evitar as doenças. Métodos de controlar: DDT, etc..

HILL , Rolla B. (1938) - Método de profilaxia anti-sezonática em Portugal. Actualidades Biológicas (Conferências realizadas no Instituto Rocha Bento Cabral em Maio de 1938), Lisboa, XI: 58-86. Medicina. Hill era na época director do Instituto de Malariologia. Sucedeu-lhe Cambournac (Cambournac, 1947). (Rolla Hill era delegado em Portugal da Fundação Rockefeller).

O interesse público pelo importante problema da profilaxia anti-sezonática aumentara nos últimos 10 anos, devendo-se em parte ao Dr. J.A. de Faria, Director Geral de Saúde, que organizara um serviço de malária no Departamento de Saúde (o Instituto de Malariologia, em colaboração com a Fundação Rockefeller. Em 1928 subiu a director Geral de Saúde, por aposentação de Ricardo Jorge) e ao entusiasmo do Dr. Fausto Landeiro, que se ocupava directamente com trabalhos de sezonismo. (Entre outros cursos, Fausto Nunes Landeiro tinha o de Medicina Tropical e de Malariologia da Sociedade das Nações, tirado na Escola Superiore di Malariologia, de Roma. Em 1931 procedeu à montagem da primeira estação experimental de luta anti-sezonática em Portugal (Benavente), de que se exibiu documentário cinematográfico, com fotografia, montagem e legendas de sua autoria. Director do Serviço Anti-Sezonático da D.G.S.. Em 1933 chefiou uma comissão para inquérito completo ao sezonismo em Portugal. Homem do regime, com vários cargos na Propaganda e M.P.). Em Portugal havia cerca de 50 mil casos de malária por ano. Criação recente do Instituto de Malariologia. O paludismo não é uma doença contagiosa, é transmitido pela picada do Anopheles . "Os parasitas, captados para o estômago do mosquito, no momento em que ele pica uma pessoa com sezões, sofrem uma série de transformações, durante cerca de dez dias, antes que o seu portador os possa transmitir a outra pessoa. Durante esse lapso de tempo e depois os mosquitos podem ser mortos (...). Como foi estabelecido pelos malariologistas, temos no ciclo malárico uma cadeia com três anéis; poder-se-há prevenir a transmissão da doença pela interrupção de qualquer deles". Teoricamente, a profilaxia é simples. Na prática, o carácter da doença muda de local para local e consoante a a raça, os costumes, as ocupações, e em cada região há sua raça de Anopheles , com hábitos tão diversos como os dos homens. Por isso, antes de posta em prática qualquer medida profilática, os mosquitos devem ser estudados meticulosamente. Nos últimos quatro anos muito se tinha aprendido sobre o A. maculipennis atroparvus , mas ainda havia muito para aprender. Estes mosquitos existem em todo o país, em regiões de malária e isentas dela. As fêmeas hibernam nos estábulos, junto dos animais, e nos primeiros dias bons de Fevereiro começam a pôr os ovos na água limpa dos charcos e valas de pouca profundidade, em que a água aquece um pouco durante o dia. Os novos insectos aparecem em Março e vão aumentando até um pico em Julho, em que coincide com o pico da terçã benigna. As condições ideais são no entanto os arrozais, em que se reproduzem aos milhões. A fêmea adulta precisa de ingerir sangue para amadurecer os ovos. Durante a Primavera, uma refeição de sangue é suficiente para a maturação de uma postura de ovos. Quando a estação é mais seca e quenta e o mosquito perde hidratação, precisa de picar todos os dias ou mais. A vida do atroparvus é de cerca de 30 dias e nesses dias dá-se a maturação de várias posturas. Daqui se vê que um só mosquito infectado pode infectar muitas pessoas. No entanto, o Anopheles , em Portugal, prefere o sangue dos animais. Daí que em certas regiões onde há Anopheles não haja malária. Mas onde se começam a cultivar arrozais, a malária aparece, de tal modo que tinha havido protestos e certas culturas se tinham abandonado, com isso desaparecendo a doença. A história da orizicultura em Portugal é indissociável da malária. Isto muda porém consoante a região e a proximidade dos arrozais. Em Alcácer do Sal, como os arrozais estão longe e a água é salgada, quase não há paludismo. Porém, em 1933 cultivou-se arroz a poucos metros da Câmara Municipal e logo rebentou uma tremenda epidemia. A cultura teve de recuar e com ela a taxa de infecções. Em Portugal a malária circunscreve-se quase exclusivamente às regiões orizícolas.

Profilaxia. O primeiro anel da cadeia é o doente - quinino, reforçado por 2 drogas sintéticas, atebrina e plasmoquina. Este tratamento tem sido feito desde a descoberta da cinchona, havia quase 300 anos. (Referência a Bernardino Gomes). Mas só pelo tratamento do doente não só não é possível eliminar a doença como o resultado é medíocre. Uma das razões é que as pessoas podem estar infectadas sem virem a sofrer sezões, mas infectam os mosquitos. Depois há períodos em que parece que a malária está curada, mas em 50% dos casos há recidivas. De um lado não há pessoal para proceder a análises de toda a gente, de outro as pessoas não se dispõem a fazê-las, porque não se sentem doentes. Outro procedimento - protecção das pessoas contra os Anopheles - bomba de flit, mosquiteiros, redes nas portas e janelas. Problema dos ranchos - grupos de trabalhadores migratórios. São os principais difusores da doença. Lei do arroz - exigia que os barracões fossem protegidos com redes e aconselhava os habitantes das povoações a usá-las. Obras empreendidas pela Junta Autónoma Hidráulica Agrícola - todos os contratos exigem que as casas para os empregados sejam protegidas. Luta contra o insecto - flit e procedimentos similares. Contra a larva - secagem periódica das valas de rega.

LANDEIRO , Fausto (1936) - A quina e seus derivados. Separata do Boletim Geral das Colónias, 127, 62 págs., Agência Geral das Colónias, Lisboa. História das quinas e das cinchoninas/ Cinchona . Ricardo Jorge tem um estudo sobre sezonismo, de 1931. Em 1872 consumiam-se no mundo 70 mil quilos de quinino; em 1894, 300 mil; antes da guerra de 1914, 510 mil; na época, cerca de 500 mil. A Água de Inglaterra, de Jacob de Castro Sarmento, era um preparado de quina. A Júlio Henriques deve-se a cultura das quineiras nas colónias portuguesas.

MEIRA , Manuel T.V. de, Tito Serras Simões & J. F. Pinto Nogueira (1947) - Observações sobre o sezonismo nas ilhas do Sal, Boa Vista e S. Nicolau (Cabo Verde). Missão de Estudo do Instituto de Medicina Tropical a Cabo Verde em 1946-1947. Anais do Instituto de Medicina Tropical, IV: 213-238. Paludismo. História da malária. Malaria. Diptera. Anophele s. Só dois trabalhos anteriores sobre o paludismo em Cabo Verde, apesar de a sua observação remontar a um passado distante. Ilha do Sa l: 1000 habitantes em Novembro de 1942. Número de homens muito superior ao de mulheres. Actividade principal: indústria do sal e conservas de peixe. Bastantes na construção do aeroporto, em Espargos. Falta de fruta, défice permanente de vitaminas. A malária não é a primeira causa de mortalidade. Vector: Anopheles gambiae . Boavista : 2653 habitantes em 1944. Principal actividade: agricultura. A malária não é a principal causa de mortalidade. A taxa de mortalidade em relação ao número de casos de malária não é alta. Anopheles gambiae , só 1 indivíduo capturado. S. Nicolau : 10.680 habitantes em 1943, "sendo 4.799 varões e 5.881 fêmeas". Muita emigração para S. Tomé. Casos de paludismo em recém-chegados de S. Tomé. Três plasmódios presentes. Vector coligido: Anopheles pretoriensis .

MEIRA , Manuel T.V. de, T. Serras Simões & J. F. Pinto Nogueira (1947) - Observações sobre a fauna entomológica das ilhas do Sal, Boa Vista e S. Nicolau (Cabo Verde). Missão de Estudo do Instituto de Medicina Tropical a Cabo Verde em 1946-1947. Anais do Instituto de Medicina Tropical, IV: 257-267, fotos. Paludismo. História da malária. Malaria. Diptera. O principal objectivo do estudo da entomofauna era o da anofelina. Foram coligidas as espécies Anophele s gambiae e Anopheles pretoriensis .

MEIRA , Manuel T.V. de (1954) - Contribuição para o conhecimento sobre a malária na Ilha de S. Vicente (Cabo Verde) (Relatório da Missão do Instituto de Medicina Tropical a Cabo Verde, em 1952-53). Anais do Instituto de Medicina Tropical, 11 (2): 287-337, fotos. Malaria. Paludismo. Manuel T.V. de Meira. O principal objectivo da missão era obter conhecimento mais exacto da malária sobretudo em relação aos vectores para os combater. Chefe da equipa: Dr. Manuel Torcato Viana de Meira. Verba: mil contos para dois meses, inscrita sob a rubrica "Missão de combate à malária e possível extermínio dos anofeles e outros mosquitos, em Cabo Verde". Memória descritiva, a começar pelo estado do Mindelo, depois de chuvas torrenciais, com vista a anotar os planos de água susceptíveis de se transformarem em criadouros, como de facto estavam transformados. 1952 tinha sido o mais pluvioso em 33 anos e um dos 6 maiores desde 1885. Presença de Anopheles gambiae . Surto de paludismo. Casos graves no hospital. Cobrem-se os charcos com óleo queimado. Único insecticida usado - DDT. Anti-palúdicos modernos: Paludrine, Camoquina, Quinina, etc.. A maior parte dos doentes sofria terçã benigna - Plasmodium vivax ; a seguir vinha a maligna - Pl. falciparum ; a minoria tinha infecções mistas. Modelo de ficha domiciliária para inquérito: como são as casas, como se guarda a água, que animais domésticos, etc.. Ficha específica para existências de água para análise e apresentenção de resultados quanto a larvas. Criação experimental de Anopheles . Em cativeiro os mosquitos eram alimentados com água açucarada, fruta, etc., e com sangue humano, fornecido às fêmeas. Os técnicos ofereciam-lhes o corpo. Experimentação vária de infecção do homem com mosquitos infectados. O único vector conhecido é o A. gambiae .

MOURÃO , Manuel da Costa (1956) - Profilaxia do Paludismo com Paludrina e Daraprim nas Escolas de S.Tomé, Actas do Congresso das Associações Espanhola e Portuguesa para o Progresso das Ciências, IX: 467-480. Malaria. Em finais de 1953 foram feitas observações da população escolar da Ilha de S. Tomé com a finalidade de determinar a intensidade da endemia palustre. Administraram-se então comprimidos de Paludrina e Daraprin, tendo sido feito uma nova prospecção em Abril-Maio de 1954. Foi constituído um grupo testemunha, ao qual não foi administrado qualquer medicamento. O número total de alunos observados nas duas prospecções foi de 1104. As idades dos alunos variavam entre os 6 e os 14 anos. O quadro dos valores da esplenomegália (hipertrofia do baço), uma das consequências da endemia, permite pôr em evidência os efeitos positivos da profilaxia (p. 475). A Paludrina e o Daraprim são eficazes, reduzindo muito sensivelmente os índices paludométricos, mesmo em períodos relativamente curtos.

MOURÃO , Manuel da Costa (1956) - A evolução dos índices paludométricos da população da ilha de S. Tomé, nos últimos 3 anos (1953-1955)", Actas do Congresso das Associações Espanhola e Portuguesa para o Progresso das Ciências, IX: 579-592. Malaria. Paludismo. Foi feita a primeira prospecção em finais de 1953. A determinação dos índices paludométricos realizou-se em crianças entre os 6 e os 14 anos que nunca tinham sido submetidas a qualquer tratamento profiláctico antipalúdico. Para determinar o grau de hipertrofia do baço foi usada a escala de Hackett. Foram observados cerca de 150 alunos de raça preta e 35 de raça mista, por cada uma das idades dos 7 aos 14 anos (Quadro I, p.581). Verificou-se que a endemicidade é mais intensa nas crianças de 8 anos. O estudo da variação dos índices paludométricos por zonas mostra que são maiores nas zonas ribeirinhas, de maior incidência anofelina. Novas prospecções em finais de 1954 e de 1955 indicam uma diminuição dos índices paludométricos, sobretudo nas crianças negras. As crianças mestiças apresentaram índices esplenométricos quase sempre superiores aos das negras. É justificada a diminuição da endemia pela campanha anti-malária que vinha a ser feita, pela pulverização com insecticidas e o emprego de larvicidas.

PINA, Luís de (1958) - Investigadores portugueses sobre medicina tropical. Anais do Instituto de Medicina Tropical, 15 (2): 529-532. Malaria. Paludismo. Luís de Pina.

PINHÃO , Rui Costa (1978) - Professor Doutor João Fraga de Azevedo. Anais do Instituto de Higiene e Medicina Tropical, 5 (1-4)431-435, foto. Malaria. Paludismo. Biografias. Obituário. Parasitologia. Zoologia Médica.

POISSON , Raymond (1953) - Famille des Plasmodiidae. In Pierre-P. Grassé, "Traité de Zoologie", T. I, fasc. II - Protozoaires. Masson & Cie. Paris. Um único género, com numerosas espécies. Algumas específicas, do homem ou de certos animais. Há vários estados mórbidos reunidos sob o nome de malária, causados por espécies diferentes. Principais: Plasmodium vivax - febre terçã, benigna, intermitente simples; Plasmodium malariae - febre quartã, intermitente simples; Plasmodium falciparum - febre terçã, maligna, remitente perniciosa. Sinonínia abundante. Na época, só era conhecido o ciclo completo de desenvolvimento do Plasmodium das aves. Algumas fases dos Plasmodium do homem não eram conhecidos, apesar de numerosos estudos e publicações.

Distribuição - quase todas as regiões tropicais e sub-tropicais.

Plasmodium falciparum Welch, 1897 - Parasita do Homem.

Plasmodium malariae Laveran, 1881 - Parasita do homem e provavelmente do chimpanzé.

Plasmodium vivax Grassi & Feletti, 1890 - Parasita do homem, transmissível ao chimpanzé, mas não lhe provoca febre.

RIBEIRO , H., Helena da Cunha Ramos, R. Antunes Capela e C. Alves Pires (1980) - Os mosquitos de Cabo Verde (Diptera : Culicidae). Sistemática, distribuição, bioecologia e importância médica. Junta de Investigações do Ultramar, Lisboa. Estudos, Ensaios e Documentos, 135, 142 pp. ilustr., fotos e mapas. Insecta. H. Ribeiro. paludismo. Em 1955 é criada a Missão Permanente de Estudo e Combate de Endemias de Cabo Verde. Estudo da fauna entomológica. Postas em prática outras medidas de combate contra os mosquitos nas várias ilhas. Em consequência, erradicação em várias ilhas. Necessidade porém de actualização, objectivo deste livro. Espécies de Anopheles coligidas: Anopheles (Cellia) pretoriensis (Theobald, 1903) e Anopheles (Cellia) gambiae (Giles, 1902), as únicas, ambas do subgénero Cellia/Celia. O género Anopheles tem cerca de 370 espécies distribuídas pelo mundo. An. gambiae parece actualmente cantonado a Maio e Santiago. Desastrosa introdução no nordeste brasileiro nos anos trinta. Este nome designa um complexo de (6) espécies gémeas. Duas em Cabo Verde: além da nominal, An. arabiensis . Híbridos de Culicidae. Introduzida Gambusia affinis como predadora de larvas pela Missão de Estudo e Combate de Endemias. Aedes ( Ochlerotatus ) caspius meirae subs.nov. (Boavista, Sal, Maio); Aedes ( Stegomya ) aegypti (Lineu, 1762) (Santo Antão, Fogo, Brava). Paludismo=carneiradas. O paludismo é atribuído sobretudo a gambiae . Ae. aegypti é vector da febre-amarela.

SOEIRO , Alberto & António Rebelo (1943) - Noções de malariologia especialmente destinadas aos funcionários administrativos, com um capítulo de técnica por António Rebelo. Estação Anti-Malárica, Lourenço Marques, Moçambique, 40 págs. ilustradas por Mário de Carvalho Pereira. Paludismo. Malaria. António Ribeiro era médico entomologista dos Serviços de Saúde, a sua parte técnica presta informações sobre o Anopheles e ensina a coligi-los para estudo. O continente negro era fracamente povoado. Tal resultava de duas doenças: paludismo e doença do sono (tripanosomíase). Este artigo destinava-se a industriar pessoal não-médico a colaborar no combate à doença.

Só as fêmeas do Anopheles infectam. O hematozoário é um parasita dos glóbulos vermelhos. O paludismo não é uma doença, sim quatro, consoante o protozoário, que pode aparecer associado a outros no organismo. Os dois piores são o da terçã e quartã malignas: Plasmodium falciparum e Pl. malariae . O primeiro é o mais comum em Moçambique.

TRINCÃO , C. (1948) - Anemia das células falciformes. Anais do Instituto de Medicina Tropical, V: 357-400. Paludismo. A anemia falciforme é uma doença hemolítica, crónica, familiar, essencialmente própria dos negros, caracterizada clinicamente por anemia, manifestações reumatóides, úlceras das pernas, crises agudas de dor. Caracteriza-se morfologicamente pela presença de glóbulos vermelhos em forma de foice. Alguns médicos pensavam que uma das causas pudesse ser a infecção por paludismo. Também existe nos animais.