Junto ao lírio de meu
peito
(as folhas brancas
vão nascendo como pequenas canções do azul
de minha saudade, um milagre de amor em seu espírito eterno.
canções frágeis,frágeis, como o vento,
irmãs do branco e dos poetas que cantam pássaros em flor)
musa,
ensina-me a luz deste canto
desta chave perdida em meu ser
deste mar que não tem cura,
minha voz em movimento
minha nau dentro dum templo,
minha mãe difusa,
minha torre minha alma
já de partida ou de chegada a outro porto
aqui me sento quieta
com as mãos sobre os joelhos
qual esfinge secreta
vivendo no cume dos espelhos
nuvem sem noite e sem velas
aqui,
em silêncio,
como água perdida em lágrimas de pedra
memórias de um Rei cortado em flor
junto ao lírio do meu peito
em X de amor,
meu repouso minha ilha,
agasalho de meu frio à beira do rio
onde sempre me vens tapar ao sol-pôr.
aqui me sento quieta
com as mãos sobre os joelhos
qual ilha secreta
vivendo no cume do Ser
de que dia de que pórtico
para que praia deserta
meu rosto de tempestade nos olhos
te encontrou nos espelhos em flor?
ensina-me este canto urgente
na fronteira do porvir no meio da cidade
entre o nascer e morrer,
entre a esfinge e o sol em movimento,
qual Kéops dentro de um templo,
ensina-me a partir,
meu punhal de vento!
aqui,em silêncio,onde me sento
não sei se oro, se minhas lágrimas de pedra
não têm tempo.
com as mãos quietas
sobre os joelhos,
qual flor secreta de incenso,
espero-te no cume dos espelhos.
assim me torno eu mesma.
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Cumpriu a Vontade suprema
Em seu manto Irreal,
Mestre do ouro,
Da perseverança,
Dos caminhos da Lusitânia.
Hoje,
Emerge o S da mítica Taça,
Iniciando
A
Terra
Ao Sétimo portal.
No prelo:
in" De Camões a Pessoa-Viagem Iniciática"
poemas de maria azenha,2005
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Em verso e chamas
De um antigo manuscrito,
Cobrindo este país
De raras flamas,
A nova Arca da Aliança
Regressou da Atlântida.
Trouxe -A ,
O poeta da Mensagem,
-Príncipe do Infinito-
Em seu ocluso peito,
Para ser desvelada,
Ainda.
No prelo:
in" De Camões a Pessoa-Viagem Iniciática"
poemas de maria azenha,2005
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