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MARIA AZENHA |
JAZZ CÓSMICO |
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O Primeiro Poema
No princípio era o Som
E o Som formava todas as coisas
Todas as coisas mesmo antes de existirem
Não havia espaço nem tempo
Nem Sol nem anjos
Tudo era Noite
Permanecia o Um
E a palavra Amor era Som
E a luz era Som
E o Som era a única palavra que existia
E com ele Rá já se movia
Desceu então por ela mesma
Fez-se Dia o Poema
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O sétimo dia
Quando tudo era Noite
Quando a Realidade era Som
Habitava o sonho o mistério
Para lá da Unidade cantante
E já o cosmos reverberava
Numa saudade sonora
E o cosmos criou-se cantando
E a dança celeste tomou os orbes
E o sétimo dia se formou |
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Eis o Oitavo dia
(E no sétimo dia Deus descansou
mas o Canto continua)
As palavras cantam
As palavras antes e depois de existirem
cantam
O meu sonho é a sombra de um átomo que canta
As árvores e os seres sob a forma de yang
apelam para a dialéctica celeste
Eis que yang e yin se desdobram
no espelho do Universo
e criam no triângulo cantante
a forma eterna
de
Deus
Eis o Oitavo dia
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Eu sou senão Tu senão não sou
(Mas sua existência está fundada numa realidade, a substância-raiz de Binah,
distinta e separada do aspecto consciência de Chocmah.)
Sou o Amor que canta
desde a 1ª revolução celeste
O Pai - Anjo é o meu som Yang
que apela pela Mãe - Yin
na câmara nupcial
E todas as coisas dançam
mediante
a melodia secreta
de
Chocmah e Binah
dois coros dois anjos
dois tronos
mediante o Um Real.
É isso o que cada um é.
E cada um é senão este diálogo
porque todo o ser é Som
e o Silêncio
também é Som
que nos vem deste Jazz cósmico
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Na Câmara Verbal do Um
Cada poema é uma onda sonora
que se acende no Cosmos
O poema é diálogo digo
as suas ondas percorrem a música calada
da Saudade sonora
E o firmamento segreda
a cada instante
esse diálogo celeste
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Dialéctica
Sou senão Tu ou não sou nada
Com o eu sou Tu na câmara verbal
do
Um
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