estou em frente ao jardim, mãe. levantei - me muito cedo. para chamar-te. as
abelhas dançam em redor do teu núcleo . é quase primavera
dentro do meu peito.
e sei que há fendas muito fundas nas paredes dos teus olhos.
é de onde vejo.
as tuas mãos esguias. fazem sombras
sobre a teia
dos muros.estendem-se para além das ruas.como pétalas
feridas
pelo chão mais duro.
as crianças. as que mataram de frio . dormem ao relento
através da lua.
suponho que escrevo. não sei. não me recordo.
estou num quarto escuro. que se move dentro do meu pensamento.
a minha voz começa aqui.
debaixo das nuvens.
é de lá que sai a luz
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