vi na água um rosto.
pareceu-me estranho.
era um rosto
feminino
de trinta e dois anos.
chamei-o pelo nome
ele sabia o caminho.
trouxe-me de volta
um eco
uma ave
uma foice
um trevo do mar.
deitei-me à água
sem corpo
num barco branco
de
trevas
toda a noite a lua
e o fogo
foram minha coroa de pérolas.
atravessei o oceano
em minhas asas de ar
voaram para longe
sobre o espelho desfeito
do mar.
volto a clamar
pelo nome do rosto
que vi como um sonho
ao Guardião entrego
três moedas de ouro
três nomes gravados
três sinais fechados |