BRUNO RESENDE
Sonhar ar húmido
Arqueado ao ente
Margem que seduz
Onde outrora outras deslizavam
Deixando os pés cálidos
Sonhas o rio fumegante
Odores ascensos às narinas
De uma coloração absoluta
Encobre esses leito do mistério
Onde o banho te é familiar
Tens a terra nas unhas
Crivas os poros de vivência
Deslizas ao querer sorrir
Esse vulto gutural que preenche
Dias de areia onde não nos vislumbram
Tens ardência latente a palpitar
Um riso que rasga grãos de areia
Não se conta a interjeição esgotada
Nem os vidros fraturados de outrora
Os fumos dilatam o disco colorido
Desenha nos astros a infância
Nas margens ocultas vociferamos o nome
Mudo ecoa pelo infinito da cor destemida