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Fernanda Frazão e Gabriela
Morais revelam os segredos da simbologia do baralho de cartas |
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Fernanda Frazão e Gabriela
Morais acabam de dar a lume a Simbologia do baralho histórico português.
Subintitula-se Uma história de longa duração porque, embora a
história das cartas de jogar seja mais recente, a dos principais símbolos
que as decoram e identificam é muito mais antiga.
As autoras
perfilham a Teoria da Continuidade Paleolítica, que redimensiona a
permanência dos Celtas na Península Ibérica, suas migrações e regressos à
origem, e de acordo com essa teoria têm vindo a publicar trabalhos de
grande originalidade, caso desta história dos naipes e suas figuras
centrais, que faz uma incursão bem interessante pela cultura e literatura
dos trovadores e das novelas de matéria bretã. Esta cultura não está na
origem dos símbolos, visto que são muito mais arcaicos, mas foi a
literatura medieval e a ornamentação das catedrais que lhes conferiu a
expressão cultural que hoje conhecemos, quer nas versões originais, quer
nos transportes para filmes e séries de televisão.
Assim, as
copas, associadas ao vaso campaniforme, caldeirão dos druidas, cálice
(Graal) e senhores de pendão e caldeira; os ouros, ligados às
pedras, pedras megalíticas, de coroação e filosofal; as espadas, espelho
da cavalaria e de heróis como o rei Artur; e as mocas ou paus, imagens da
lança, usada na guerra pelos peões, mas que se integra também numa mais
secreta cultura dos habitantes da Floresta, delineiam um muito amplo
território espacial e cronológico, enquanto figuras arquetípicas
provenientes do mais antigo povo que contribuiu não só para a nossa
cultura como para o caldo genético da nossa atualidade, enquanto povo
ibérico.
Em torno dos quatro símbolos, muitos outros vêm à tona,
como as imagens serpentiformes, e outros temas se entrecruzam com o do
entretenimento, como o da mulher e sua pertença ao mundo antigo,
subjacente ao culto quase mariano da "mia señor" na lírica medieval.
Maria Estela Guedes
Odivelas, 3 de janeiro de 2015
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FERNANDA
FRAZÃO & GABRIELA MORAIS Simbologia do baralho histórico português
Uma história de longa duração Lisboa, Apenas Livros, 2014 |
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APENAS LIVROS EDITORA
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