ZUCA SARDAN
E X T R A ! ! ! E X T R A ! ! ! ORIENTALISMO OCIDENTAL !!! ANJOS DA PATAGÔNIA!!!
No/A-520
com as gigantonas de PedroK e as fotografias chinesas de Ellen Spielmann
Akabô fazilina !! Apparrat kenong fonkzioniert DAAANN… nesssse … Das Pasko nomg bode barrar !!!
E X T R A ! ! ! E X T R A ! ! ! ORIENTALISMO OCIDENTAL !!! ANJOS DA PATAGÔNIA!!!
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GUARDA-PORTA FEROZ EM BEIJING
(quadrinha marota de Zuca Sardan sobre intimidante fotografia de Ellen Spielmann)
Guarda-Porta Feroz
Solta uma gargalhada terrifiante
de ameazzza derradeira !…
(ou estará loucamente
gozzzaannnnnnnnndo)
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TASCA DA CHINA E RESTÔ DO JAPÂO
mais um pagode sino-japonês na cozinha
(por Zuca Sardan e Anita Borges)
REITOR (com colher de pau) – Os Japonas têm o estômago às avessas. Quanto mais comem, mais magros vão ficando. E os Chineses, quanto menos comem, mais engordam.
NASTÁCIA (remexendo na despensa) – Então vou fazer arroz japonês pra gente emagrecer comendo e virando o estômago pelo avesso.
REITOR – Poizé… mas se fosse pra engordar com grãozinhos de arroz, se usares só os de China, o efeito será triplicado.
NASTÁCIA – Ih… Só tenho arroz japonês. Se misturar com chinês vai dar guerra na minha barriga.
REITOR – Jamais misturar prato chinês com japonês !… O chinês prefere tudo frito. E o japonês quer tudo cru… Gosta de comer lagosta crua… viva.
NASTÁCIA (meditabunda, contemplando a garrafa de óleo) – Escutei de uma chef chinesa: “a gente frita até alface”. Comer algum ser vivo estando vivo, no sentido não metafórico, eu acho errado.
REITOR – Também acho, mas os japonas são mais onívoros, até no metafórico, que os africanos.
NASTÁCIA – Que o diga Lévi-Strauss.
REITOR – O Claude?
NASTÁCIA – Não, a Dina. Pergunta pra Ellen.
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ALEGORIA BARROCA 2020: O PÂNTANO ESPIRAL
(colagem de Pedrok com exegese de Zuca Sardan)
O Pântano em remoinho, A Mão Invisível, o Anjo Fanático, a Gigantona assustada !… Sendo o Tempo em espiral, estamos voltando exatamente à mesma posição … mas… num ponto mais avançado da espiral … O Pântano, movimentado pela Mão Invisível descoberta pelos Economistas Liberais Ingleses, que assegura o Equilíbrio da Economia – Laissez Faire, Laissez Aller – culminou na Globalização, a qual ora nos trouxe a Destruição Ambiental, e agora, pra coroar o desastre….. a Peste Mundial !… O Anjo Monstruoso é o Fanatismo Religioso Terrorista, e a Gigantona esbaforida… é a Humanidade.
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OS ASTECAS E O MODO DE PRODUÇÃO ASIÁTICO
(teatro didático de Zuca Sardan e Anita Borgia, estreado no Lyceo Pitanga)
Acocorados numa sala quase vazia, formando um semicírculo, surpreendemos os rebulicionários Ramona, Panchito e Gaspadim Tavares no meio de uma conversa. Frente a cada um deles há um montinho de pedras. Uma máquina dessas em que se coloca uma moeda para escolher uma canção é o único móvel da sala. Mas não tem canções, só discursos de Lenin. E não dá para escolher, os discursos são aleatórios. E não precisa colocar moeda, a máquina liga sozinha sem ninguém pedir. Quando isso acontece, algum dos três joga uma pedra no aparelho, que se cala.
MÁQUINA (levando pedrada) – Ai!
PANCHITO – Don Pepe é o Boca de Ouro redivivo, cada vez me convenço mais. Nelson Rodrigues inspirou-se nele pra escrever o Boca de Ouro, passou quase um ano inteiro em cartaz no Cine Azteca.
RAMONA – Lembro de uma história dos astecas: quando chegaram no México central, se estabeleceram na zona rural dos toltecas e foram logo criando uma péssima fama, porque roubavam camponeses pobres e desavisados para os sacrifícios que aquele deus deles, o Huitzilopochtli, exigia. O negócio foi ficando sério e depois de várias conversas e escaramuças que escalonaram de menos a mais violentas, os civilizadíssimos dirigentes toltecas acharam interessante tentar uma aliança por casamento. Um governante pegou uma daquelas filhas com menos valor comercial, das que ele tinha às pencas com as concubinas e casou seu rebento com o líder asteca. A história toda de como a recebem é um pouco longa mas, pulando para o final: sacrificaram a moça a Huitzil… e a esfolaram, porque o sacerdote precisava de uma roupa bonita com a qual dançar em homenagem ao pai da garota, que estava chegando de visita e claro, não sabia de nada até que…
MÁQUINA – Kamaradas! … (pedrada) Ai!
RAMONA (retomando) – …até que soube, no meio da festa, precisamente procurando pela filha.
Aí foi demais. O tolteca juntou outros governantes e os astecas levaram a surra da vida. Depois de quase exterminados, os vencedores pegaram os astecas que sobraram e disseram a eles que, por generosidade, iam dar-lhes terra fértil onde poderiam plantar e viver em paz, sempre e quando não saíssem de lá nunca mais. Mas era tudo lorota, claro: naquela terra nada crescia, era um deserto e só tinha cobras. A ideia era que elas acabassem com os astecas. Mas quando estes as viram, levantaram as mãos para o céu e agradeceram, felizes: “Huummmm, proteínas!” E mataram e comeram as bichas todas.
GASPADIM TAVARES – Presta atenção no nome, Kamarada: Boca de Ouro.
RAMONA – Boca de Ouro… e daí, Tavares? O que isso tem a ver? Você por acaso está dando a entender que os astecas eram capitalistas? E o modo de produção asiático, Kamarada?
MÁQUINA (entusiasmada) – Sim, Kamaradas! … (três pedradas) Ai! Ai! Ai!
GASPADIM – Os Aztecas eram faxistas decadentes…O modo de produção asiático é excelente, Kamaradova, na China, na Coréia do Norte, e na Rússia é exemplar, operários e campônias felizes… Mas nos demais países do Extremo Oriente, além dos lacaios dos Yankees, Japão e Coréia do Sul, os demais países são muito atrasados e supersticiosos, numa miséria total. Os monges budistas, paupérrimos, fazem fila batendo de colher na tigela vazia, diante porta dos restaurantes, pra ganharem uma sopinha de arroz grátis.
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REPENTES ORIENTAIS
(Zuca Sardan)
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BEICINHO
De leque dança
pro Camões ding-ding
no kimono enroladinha
a mimosa Ding-Deng
boquinha preta ding-dong
na gruta de Macau
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IMPERADOR
Quando Imperador Ming
faz xixi em Peking
xove em Macau
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CAPELA SISTINA COMUNISTA
(título-recensão de Anita Borgia sobre foto de Ellen Spielmann)
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