A Alquimia operativo-laboratorial (1) - a que é praticada em laboratório - é um rito sacrificial em que o alquimista sacrifica a matéria, constituindo esse rito (2) urna actividade individual. Apesar disso, os alquimistas reuniam-se por vezes em escolas, mesmo que reduzidas ao Mestre e ao discípulo, e trocavam opiniões entre si dentro de uma mesma escola, ou entre alquimistas de diversas escolas (3). Existiram, no entanto, a partir de meados do século XVIII (e sobretudo nesse século), ritos e rituais herméticos e alquírnicos que não pretendiam fazer alquimia, mas preparar o candidato para uma assimilação dos princípios herméticos e da prática alquímica, num contexto ritual e dentro de um grupo organizado, através de uma cerimónia iniciática onde seriam revelados - na iniciação, na instrução e no catecismo - os segredos alquímicos. Grande parte desses ritos e rituais foram criados num contexto maçónico, constituindo (altos) graus maçónicos, como o ritual (do grau) de Cavaleiro do Sol, ou mesmo um sistema (rito) maçónico, como o Rito Hermético de Dom Pernety, ou a Estrela Flamejante do Barão de Tschoudy. Ocorre, a propósito, referir que alguns destes graus herméticos ou alquímicos ocorreram no seio da Maçonaria "dos Antigos", ou do universo maçónico por ela influenciado (e que tem raiz no hermetismo renascentista, nos Rosa-Cruzes do século XVII, etc.), mais aberta (e mesmo entusiasta) a receber ensinamentos provenientes de correntes esotéricas como a Cabala, a Teurgia, a Alquimia, etc., e interpretações esotéricas de tradições como a Cavalaria - como os ritos "escoceses", quer o Antigo e Aceite, quer o Rectificado, mas também os ritos de York, da Ordem Real da Escócia (Heredom de Kilwining e Cavaleiro Rosa-Cruz) e do Rito Sueco, proveniente, como o Rito Escoçês Rectificado, da maçonaria da Estrita Observância Templária alemã, e mesmo, ainda que não "regulares", os ritos "egípcios" de Cagliostro, de Misraim, etc. -, o que não se passa, de modo algum, na Maçonaria mais exotérica "dos Modernos" ( como, p.ex., o Rito de Emulação, inglês, e o Rito Francês) (4). Vamos analisar, brevemente, alguns desses rituais e ritos - maçónicos ou para-maçónicos -do séc. XVIII (o último dos quais, o de Misraim, fixado em começos do século XIX, a partir de materiais do século XVIII). A) O "Ritual alquímico secreto do grau de verdadeiro maçon académico" (1770) (5) de Dom Pernety (1716-1796) e dos seus "Iluminados de Avignon". Antoine Joseph Pernety (Dom Pernety) nasceu em 1716 em Roanne-en-Forez e pronunciou os votos como beneditino da congregação de Saint-Maur, em 1732, na Abadia de Saint-Alllire de Clermont. Muito inteligente e culto - versado em Matemáticas, Ciências Naturais (participa na expedição de Louis de Bouganville às Ilhas Maldivas) e Pintura e Escultura (6) -ele encontra, na biblioteca da Abadia de Saint-Germain-des-Prés, o livro do abade Lenglet-Dufresnoy, Histoire de la Philosophie hermétique (Paris, 1742), completado com a tradução do Véritable Philalète (Entré au Palais fermé du Roi), que desperta nele uma paixão que perdurará até ao fim da sua vida: a Alquimia. Em 1758 (e 1786) (7), publicará as Fables égyptiennes et grecques dévoilées et réduites au même principe e em 1758 ( e 1787), o Dictionnaire mytho-hermétique, dans lequel on trouve les allégories fabuleuses des poètes, les métaphores, les énigmes et les termes barbares des philosophes hermétiques expliqués (B) . Em ambos os livros (mas particularmente no primeiro, ao qual ele se refere constantemente no Dictionnaire), Dom Pernety propõe-se dar uma explicação alquímica das "fábulas" da Antiguidade (Elíada, Odisseia, etc.) e também dos mitos religiosos egípcios que, segundo ele, conteriam todos os segredos da Grande Obra. Tendo entrado em conflito com a congregação monástica beneditina de Saint-Germain-des-Prés, o nosso abade chega a Avignon em 1766, onde propõe desde logo um novo rito maçónico, o rito hermético, que foi adoptado pela Loja aristocrática dos Sectateurs de la Vertu (à qual ele parece aderir sem sabermos se ele já era maçon anteriormente ou se nela foi iniciado). O rito (ou regime) de Pernety - inteiramente baseado no Hermetismo e destinado a cristãos discretamente sapientes (9) -era constituido por seis (altos) graus, para além dos três graus simbólicos (de Aprendiz, de Companheiro e de Mestre): 1 -Verdadeiro Maçon 2 -Verdadeiro Maçon na via recta 3 -Cavaleiro da Chave de Ouro 4- Cavaleiro da Iris 5 -Cavaleiro dos Argonautas 6 -Cavaleiro do Tosão de Ouro. O ensino hermético era dado pelo Orador da Loja, desde o primeiro alto grau (de Verdadeiro Maçon): «Ia science à laquelle nous vous initions, est Ia premiere et Ia plus ancienne de toutes les sciences. Elle émane de Ia nature, ou plutôt c' est Ia nature elle-même, perfectionnée par I' art et fondée sur I' expérience. Dans tous les siècles, il y a eu des adeptes de cette science, et si, de nos jours, des chercheurs y consument en vain leurs biens, leurs travaux et leurs temps, c'est que, loin d'imiter Ia simplicité de Ia nature et de suivre des voies droites qu' elle trace, ils Ia parent d'un fard qu' elle ne peut souffrir et s' égarent dans un labyrinthe où leur folle imagination les entraîne.(10) A partir de 1766-7, Dom Pemety está em Berlin como bibliotecário de Frederico II. Nesta cidade conhece outros hermetistas, toma contacto com as doutrinas de E. Swedenborg (relativo aos contactos com entidades celestes) e aperfeiçoa o seu Rito Hermético. Em 1783 recebe a "Santa Palavra" de uma entidade celestial que lhe ordena que abandone a Prússia e retome a Avignon, para fundar o grupo dos "Iluminados" - na sequência dos "Iluminados de Berlim", a que pertencera. Em 1787, o Rito tem cerca de uma centena de elementos e em 1789 é já célebre nos meios esotéricos. A Instrução (ou Catecismo) - do Grau de Verdadeiro Maçon Académico - contém perguntas e respostas (11) relativas à teoria alquímica e também algumas alusões à sua prática (tradução é nossa): P. -Por onde andaste? R. -A percorrer o céu e a terra. P. -O que viste? R. -O caos. P. -Quem o criou? R. -Deus. P. - Quem o produziu? R. -A Natureza. P. -Quem o aperfeiçoou? R. -Deus, a natureza e a arte. P. -O que entendes por caos? R. -A matéria universal sem forma e susceptivel de adquirir toda a forma. P. -Qual é a sua forma? R. -A luz encerrada nas sementes de toda a espécie. P. - Qual é a sua ligação? R. -O espirito universal cido. P. - Sabes trabalhar a matéria universal? R. -Sim, Sapientissimo. P. -De que é que te serves para esse fim? R. -Do fogo interno e externo. P. -O que é que resulta disso? R. -Os quatro elementos que são os princípios principiantes e mediantes. P. -Como é que eles se denominam? R. -O fogo, o ar, a água e a terra. P. -Quais são as suas qualidades? R. -0 quente, o seco, o frio e o húmido. Acopuladas duas a duas, dão respectivamente: a terra, seca e fria; a água, fria e húmida; o ar, húmido e quente; o fogo, quente e seco, o qual se vem a conjugar com a terra, pois os elementos são circulares como o vento, o nosso pai Hermes. P. -O que é que produz a mistura dos quatro elementos? E as qualidades de que tudo é composto? R. -Os trés princípios principiantes mediatos. P. -Que nome Ihes dás? R. -Mercúrio, enxofre e sal. P. -0 que entendes por mercúrio, enxofre e sal? R. -Eu entendo-os como mercúrio, enxofre e sal filosóficos e não vulgares. P. - O que é o mercúrio filos6fico? R. -É uma água e um espírito que dissolve e sublima o sal. P. -E o que é o enxofre? R. -É um fogo e uma alma que o guia e o colora. P. -O que é o sal? R. -É uma terra e um corpo que se congela e se fIXa e tudo isso se faz mediante o veiculo do ar. P. -O que decorre destes três princípios? R. -Os quatro elementos rodopiados como diz Hermes, ou os grandes elementos como diz Raimundo Lúlio, que são o mercúrio, o enxofre, o sal e o vidro, dos quais dois voláteis, a saber a água e o ar, que é o óleo, porque toda a substância liquida pela sua natureza dissipa o fogo, e a terra pura que é o vidro sobre o qual o fogo não tem acção (...) P. -O que entendem por mixtos? R. -os animais, os vegetais e os minerais. P. -Quem dá aos mixtos o movimento, o sentimento, o alimento e a substância? R. - os quatro elementos: o fogo dá o movimento, o ar dá o sentimento, a água, o alimento, e a terra, a substância. P. - Para que servem os quatro elementos redobrados? R. -Para engendrar a Pedra Filosofal se se for bastante industrioso para Ihes dar o fogo conveniente e Ihes dar os pesos da natureza. P. -Qual é o grau de fogo? R. -Trinta e duas horas para a putrefacção, trinta e seis para a sublimação, quarenta para a putrefacção... B) Os rituais alquímicos do Barão de Tschoudy (1724 -1769) e os Estatutos dos "Filósofos Desconhecidos": O nome desta Sociedade dos "Filósofos Desconhecidos" parece ter sido inspirado pelos "Estatutos dos Filósofos Desconhecidos", incluidos na obra do Cosmoplita (o alquimista polaco Michel Sendivogius), Tratados do Cosmopolita novamente descobertos (12). -A Estrela Flamejante (1766) Este Rito é "verdadeiramente alquímico" (13), e no seu catecismo (destinado a aprendizes, companheiros e professos) é feita uma descrição da Grande Obra Alquímica, inspirada nos textos do alquimista Michel de Sendivogius (1566-1646), o Cosmopolita (que também influenciou Dom Pernety), particularmente Nova Luz Química e Cartas Filos6ficas. Da "instrução para o grau de adepto ou aprendiz Filósofo Sublime e Desconhecido", retiremos a seguinte passagem: P. -De que mercúrio devemos servirmo-nos para a Obra? R. -De um mercúrio que não se encontra sobre a terra, mas que é extraído dos corpos, mas nunca mercúrio vulgar... P. - Como chamas a esse corpo? R. -Pedra bruta ou caos, ou "iliaste'; ou "hylé". P. -É essa mesma pedra bruta cujo símbolo caracteriza os nossos primeiros graus? R. -Sim, é a mesma que os maçons trabalham a desbastar e da qual eles querem retirar as imperfeições; essa pedra bruta é, por assim dizer, uma porção desse mesmo caos, ou massa confusa desconhecida e desprezada por todos... (14) -O Cavaleiro do Sol A Ordem ou "Sociedade dos Filósofos Desconhecidos" possuiu um sistema maçónico baseado no Hermetismo e na Alquimia, num contexto cristão, cujo 7°, Grau, de "Cavaleiro do Sol", foi praticamente incluido no 28° Grau do Rito Escocês Antigo e Aceite (codificado em 1802, em Charleston, E.U.A.) e no 51°, Grau do Rito de Misraim. A sua palavra de passe é Stibium, Estibina (Sulfureto de Antimónio), uma das matérias primeiras da Alquimia operativo-laboratorial, e a sua doutrina contém, segundo Michel Monereau (15), os seguintes temas: 1 - existe um primeiro princípio, incognoscível, que penetra o universo em todos os seus planos; 2 -a vida humana é apenas um ponto face à eternidade; 3 -a harmonia universal resulta do equilíbrio engendrado pela analogia dos contrários; 4 -o absoluto é o espírito que existe por si próprio; 5 -o visível é apenas a mainfestação do invisível; 6 -o mal é necessário à harmonia universal; 7 -a analogia é a única chave da natureza.(16) C) A Ordem dos "Arquitectos Africanos" e o "Crata Repoa" (1770) A Ordem dos "Arquitectos Africanos", ou dos "Irmãos Africanos" ("africanos" querendo dizer "egípcios"), foi instituída em 1767, na Prússia, sob os auspícios de Frederico o Grande (inspirador e protector de outros graus e ritos maçónicos entre os quais o Rito Escocês Antigo e Aceite) e teve como Grão Mestre von Koppen, ilustre membro da Estrita Observância Templária (organização maçónico-templária dirigida pelo Barão Carl von Hund). Estava organizada em 7 classes: 1ª, Pastophoris; 2ª, Néocoris; 3ª, Melanophoris; 4ª, Chistophoris; 5ª, Balahata; 6ª, Astrónomo da Porta de Deus; 7ª, Profeta ou Saphenath Pancah. Este sistema hermético "visava revelar os segredos do antigo Egipto" (17) e estava baseado no livro do "Crata Repoa" publicado em 1770, na Alemanha, onde figuravam os graus desta "antiga maçonaria". Após ter passado pelas Trevas (no 3°. Grau, na "Porta da Morte" do Mestre Osíris), de onde apenas sairia após ter adquirido "verdadeiros conhecimentos", e de ter atingido a Luz após a "Batalha das Sombras" do 4°. Grau - onde receberia o "escudo de Isis" -, o iniciado assistia no 5° Grau a uma representação da morte da Serpente - Typhon, por Horus, finda a qual o Balahata aprendia a "química" (isto é, a Alquimia), "a arte de decompor as substâncias e de combinar os metais": D) Cagliostro e o Ritual da Maçonaria Egípcia Este ritual -mais hermético do que alquímico-laboratorial, visto que ele aponta no sentido das "alquimias internas" (não psico-espirituais, mas fisiológico-espirituais) -inclui umas "quarentenas espirituais", durante as quais cada um receberá propriamente o Pentágono (Estrela Flamejante), quer dizer, essa folha virgem sobre a qual os Anjos primitivos imprimiram os seus números e selos, e com a qual ele se tornará Mestre (...) e o seu espírito ficará cheio de um fogo divino e o seu corpo se tornará puro como o da criança mais inocente (...) com um poder imenso, não aspirando senão ao repouso para atingir a imortalidade e poder dizer dele próprio: Ego sum qui sum (Eu sou o que é). O objectivo do seu Rito -a imortalidade conquistada durante a vida física -pode ser resumido por uma frase extraída do seu catecismo: «Tendo sido criado à imagem e à semelhança de Deus, eu recebi o poder de me tornar imortal e de ordenar aos seres espirituais para reinar sobre a terra». Em 1784, Cagliostro fundou a Loja-mãe do seu Rito, "A Sabedoria Triunfante", mas o Rito em si parece não ter sobrevivido ao seu criador. E) Os "Arcana Arcanorum" do Rito de Misraim e de Menfis-Misraim Os "Arcana Arcanorum" (Mistério dos Mistérios) são os últimos graus do Rito de Misraim e do Rito de Menfis-Misraim que, embora constituídos nos começos do século XIX, estão baseados em textos do século XVIII (18), entre os quais provavelmente alguns de Cagliostro. No 88° Grau "o iniciado deve... receber os influxos celestes e... sentir bater nele a vida universal, depois de o «orvalho celeste» ter descido nele para fecundar o germe que ele traz dentro de si". Após o 89°, Grau, que "permite um contacto com o invisível", vem o 90º. Onde é dito que: «Toda a vida oscila entre estes dois polos: Matéria e Espírito; Bem e Mal; Felicidade e Sofrimento. Toda a iniciação deve conduzir-nos da Lua ao Sol, de Isis a Osiris, da Matéria à essência divina». Segundo Jean-Pierre Giudicielli (19) "É no grau do Cavaleiro Rosa Cruz que se desenvolve um Wuei Tan (via exterior) e não um Nei Tan, que é a obra mais avançada. Com efeito, o 18° Grau diz respeito às duas etapas clássicas da via exterior... Mas é sem equívoco possível, nos últimos graus de Misraim (87°, 88°, 89°, 90°), também chamados Escala de Nápoles, que residem certas chaves operativas da alquimia interna do Corpo de Glória (nei Tan), a qual já tinha sido anunciada no 12°. Grau de "Grande Mestre Arquitecto": A suprema ambição dos Grandes Mestres Arquitectos é de fazer viver em eles a verdade e de comer o fruto da Árvore do conhecimento, de serem deuses. Conclusão Estes ritos e rituais herméticos e alquirnicos aparecem, no século XVIII, num contexto maçónico ou para-maçónico no ambiente iniciático que se pode denominar, numa perspectiva generalizada, de "Maçonaria dos Antigos", esotérica e mesmo ocultista. Por falta de tempo não nos foi possível referir os Ritos da " Rosa Cruz de Ouro" (Alemanha, 1777) e da "Rosa Cruz de Ouro do Antigo Sistema" (Alemanha, 1781), ambos de natureza hermética e alquirnica, o que ficará para uma segunda parte desta introdução. NOTAS (1) Escolhemos esta denominação para distinguir a alquimia que é praticada em laboratório -também denominada de "fisica": embora ela pretenda promover a espiritualização da matéria, e nesse sentido ela é também e essencialmente "espiritual" -das alquimias denominadas "psicológicas", "espirituais", etc., as quais também apresentam uma operatividade. Há outras alquimias que são também "operativas", como por exemplo as "alquimias internas" que se desenrolam no interior do corpo humano (vide a alquimia taoista). Para uma definição de "alquimia operativo-laboratorial", ver a minha Tese de Doutoramento em Antropologia (Universidade Nova de Lisboa, Faculdade de Ciências Sociais e Humanas, Lisboa, 2002), intitulada "Hermes redivivo -ressurgimentos da alquimia operativo-laboratorial na segunda metade do século XX: novos movimentos alquímicos franceses". (2) Para uma discussão deste tema, ver a minha Tese Complementar de Doutoramento em Antropologia, na mesma Faculdade, "A Alquimia operativo- laboratorial, como rito sacrificial" (3) Veja-se a tradição de encontros entre alquimistas, na Catedral de Notre-Dame de Paris referida nos começos do século XX, pelo alquimista (ou alquimistas...) Fulcanelli (in "O Mistério das Catedrais", Lisboa, 1973, p.54): «Os alquimistas do século XIV encontram-se aí, no dia de Saturno, no grande portal ou no portal de S. Marcelo, ou ainda na pequena Porta Vermelha, toda decorada de salamandras. Denys Zachaire informa-nos que o hábito se mantinha ainda no ano de 1539, "nos domingos e dias de festa" e Noel du Fail diz que «o grande encontro de tais académicos era em Notre-Dame de Paris». Aí (...) cada um expunha o resultado dos seus trabalhos, desenvolvia a ordem das suas pesquisas. Emitiam-se probabilidades, discutiam-se possibilidades, estudava-se no próprio local a alegoria do belo livro e a exegese abstrusa dos misteriosos símbolos não era a parte menos animada destas reuniões.» (4) Para uma sucinta, mas esclarecedora discussão desta diferença entre "antigos" e "modernos", veja-se o interessante livro de Jean Solis, Guide Pratique de la Franc-Maçonnerie, Ed. Dervy, Paris, 2001 (livro que contém, no entanto, algumas incorrecções sobre as Obediências regulares no mundo, mas que o autor se propõe rectificar brevemente, conforme comunicação pessoal recente). (5) Dom Pemety, Rituel Alchimique Secret, Viareggio, Ed. Rebis, 1981. (6) Foi tradutor ( e comentador) de um tratado de matemáticas alemão, colaborou no 8°. Volume de Gallia Christiana, publicou um comentário da Regra de São Bento, com o título de Manuel bénédictin e, estando já destacado na Abadia de Saint-Germain des Prés, também um Dictionnaire portatif de peinture, de sculture et de gravure, procedendo nessa ocasião a estudos de Botânica ( cf. J. Bricaud, Les Illuminés d'Avignon, pp. 5-7). (7) Redição em 1971, na Ed. Arché, Milão, e em 1982, nas Ed. La Table d'Emeraude, Paris. (8) Reedição em 1972, em Milão, na Arché, e no mesmo ano, na Denoel, em Paris. (9) Ver artigo 2 dos Estatutos a p. 3 do Rituel Alchimique Secret (op. cit.). (10) J. Bricaud, op. cit., p. 33. (11) cf. pp. 19-21 do Rituel Alchimique Secret (op. cit.) (12) Bernard Roger, "Introdução" a Nouvelle Lumiere Chymique, Paris, Retz , 1976, p. 23. Ver também Zbigniew Sydlo, Michael Senvivogius and the «Statuts des Philosophes Inconnus", in "The Hermetic Journal", 1992, pp. 72-91. (13) Michel Monereau, Les Secretes hermétiques de la Franc-Maçonnerie, Paris, Axis Mundi, 1989, p.27. (14) ibid.; a tradução é nossa. (15) Les Secrets Hermétiques de Ia Franc-Maçonnerie, pp. 26-27. (16) ibid.; a tradução é nossa. (17) Michel Monereau, op. cit., pp. 38-39 (18) Michel Monereau, op. cit., pp. 43-44. (19) In Pour la Rose Rouge et la Croix d'Or, Paris, Axis Mundi, 1988, p. 68. BIBLIOGRAFIA Anónimo -Les Initiations antiques -t. II -Crata Repoa ou Initiations aux anciens mystères des prêtres d'Égypte, Paris, 1770 (e 1821), reed., Rouvray, Les Éditions du Prieuré, 1993. Amadou, Robert -Cagliostro et le Rituel de la Maçonnerie Égyptienne, Paris, SEPP, 1996. 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