Depois de um mês com passagens curtas por New
Delhi, Buthan ou o Dubai, e uma permanência prolongada no Nepal, dá para
concluir que perdemos em sinos e campainhas o que eles continuam a ganhar
em tambores e trompetes, marcando o começar do dia lá pelas 5 e tal, e só
terminando com o cair da noite, lá pelas 18.
De facto, o quotidiano em torno dos mosteiros, e
são muitos por essas paragens budistas, é marcado visivelmente pela
presença de um tempo ligado ao sagrado que não só se impõe por si mesmo,
como cadenceia o profano.
Tempo esse onde o corpo se redobra em prostrações,
num ritmo muito particular, que não olha a posições sociais ou idades,
segundo um esforço visível que se associa a outras tantas dádivas e
oferendas.
Assim, a Stupa de Boudhanath, coração especial da
vivência tibetana em Kathmandu – em qualquer dia, mas muito especialmente
nos “festivais” – parece encontrar, também por isso, as linhas ascendentes
dos Himalaias também sempre presentes (como linha do horizonte ou
proximidade mais real) numa harmonia que ajuda a despegar na subida.
Ana Luísa Janeira
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