A ALQUIMIA NO FUNDO BIBLIOGRÁFICO
DA ESCOLA  POLITÉCNICA
PILAR PEREIRA
FONTES BIBLIOGRÁFICAS ANTIGAS

Como primeira obra citaremos a TURBA PHILOSOPHORUM, escrita entre 750 e 1150 e que é atribuída a Archélaos; também lhe é atribuída a VISIO ARISLEI, texto que é apresentado como continuação da primeira citação. A Turba Philosophorum referencia entre os seus participantes Pitágoras, atribuindo-lhe fragmentos de textos. O quadragésimo quinto discurso pertence a Platão, que termina com a frase “A natureza acompanha necessariamente a natureza, a natureza vence a natureza, a natureza corresponde à natureza”, aforismo citado muitas vezes na literatura alquímica árabe.

Segue-se a SUMMA PLATONIS, atribuída a Platão, da qual só se conhece a versão latina. Existe um comentário a este livro, cujo texto árabe foi editado por Badawi e cuja tradução latina é conhecida com o nome de LIBER QUARTORUM. O conteúdo desta obra é sobretudo alquímico, mas também contém informações sobre geometria, fisiologia e astrologia. Como autores antigos cita Aristóteles, Ptolomeu, Hiparco, Hermes, Hipócrates, etc.

PHYSIKA KAI MYSTIKA, obra atribuída a Pseudo-Demócrito.

Expõe os quatro ramos tradicionais da alquimia : ouro, prata, pedras preciosas, tintas; encontra-se também aqui a célebre fórmula que se propõe resumir a quinta essência da arte alquímica.

Apareceu entre os sécs. III e IV da nossa era uma enciclopédia em 28 volumes sobre alquimia, escrita por Zósimo de Panopolis, personagem muito célebre desta época. Certas secções desta enciclopédia são originais, mas uma grande parte reproduz textos mais antigos, actualmente perdidos. Dos 28 volumes restam poucos fragmentos, dos quais porém se pode depreender a maneira como desenvolveu a ideia fundamental da Grande Obra : a transformação dos metais inferiores em prata e ouro. Acreditava na teoria da geração dos metais a partir dos “quatro primeiros” (cobre, chumbo, estanho e ferro), designados no conjunto pelo nome de TETRASOMA.

FIHRIST, de Al-Nadim inventaria uma lista de treze obras de Hermes sobre alquimia, mas algumas são dedicadas à magia.

A TABULA SMARAGDINA é um dos documentos mais antigos e mais importantes, muito conceituado pelos alquimistas e muitas vezes comentado. É considerado como contendo o dogma da obra alquímica e é atribuído a Hermes ou ao deus egípcio Thot.

Apesar da sua origem árabe, foi conhecida desde a origem da Idade Média em, pelo menos, duas versões latinas. Por nos parecer bastante interessante, damos uma interpretação do seu texto misterioso : Há uma correspondência e uma certa interacção entre o mundo celeste e o mundo em que vivemos ; todas as manifestações da matéria têm a mesma origem ; o Sol e a Lua representam provavelmente o ouro e a prata ; mais tarde certos alquimistas, dentro do mesmo contexto, substituíram os primeiros metais por enxofre e mercúrio.

CODEX NARCIANUS, que atribui a Cleópatra esboços de aparelhos e de símbolos. 

CLAVIS SAPIENTIAE, cujo autor, em latim, tem o nome de Artefius, mas em árabe ainda não foi possível ser identificado.
 
II Colóquio Internacional Discursos e Práticas Alquímicas (1999)

IN: Discursos e Práticas Alquímicas. Volume II (2002) - Org. de José Manuel Anes, Maria Estela Guedes & Nuno Marques Peiriço. Hugin Editores, Lisboa, 330 pp. hugin@esoterica.pt

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