Acerca do homem sadio

 

GUSTAVO ADOLFO PINHEIRO DA SILVA


Gustavo Adolfo Pinheiro da Silva . Mestre e Doutor em Letras pela UFRJ . Artista plástico pela Sociedade Brasileira de Belas Artes. Prof. Adj. da Universidade do estado do Rio de Janeiro . Prof. Titular da USS e UGF


(Uma reflexão psico-sociológica)


Para Freud, o homem “sadio” é aquele que atingiu o nível “genital” sem regredir, e que vive uma existência adulta, isto é,  uma existência na qual pode trabalhar e ter satisfação sexual adequada ou, em outras palavras, na qual pode produzir coisas e reproduzir a raça.  Este é, na realidade, o conceito de um membro da classe média que funcionasse perfeitamente, em princípios do século XX, e que fosse sexual e economicamente potente.

Já a imagem que Marx faz do homem sadio baseia-se na idéia humanista do homem independente, ativo e produtivo, como o formularam Spinoza, Goethe e Hegel. O conceito de Marx transcende  Freud, porque a independência deste é limitada; o filho se torna independente do pai incorporando seu sistema de mandamentos e proibições; leva a autoridade paterna em si, e continua obedecendo ao pai e às autoridades sociais, e deles dependendo,  de forma indireta. Para Marx,  a independência e a liberdade baseiam-se no ato de autocriacāo. Disse ele:” Um ser não se encara a si mesmo como independente a menos que seja seu próprio senhor, e ele só é seu próprio senhor quando deve a sua existência a si mesmo”. Para Marx, liberdade e independência não eram apenas a liberdade política e econômica no sentido do liberalismo, mas a realização positiva da individualidade.

 

Gustavo Adolfo Pinheiro da Silva.

(Ao  grupo de estudo linguagem, filosofia e psicanálise)