JOANA RUAS
Numa das minhas caminhadas pelo Parque de Monsanto , tendo-me embrenhado num bosque fui surpreendida por estes maravilhosos poemas sem assinatura. Apressei-me a fotografá-los. E em boa hora os captei pois foram vandalizados. Dei-me depois conta de uma estranha guerra clandestina entre estes poetas anónimos e os seus predadores. Sob as árvores, através de galhos secos travavam nas clareiras um diálogo mudo que eu ia percebendo ao passar no dia seguinte. Talvez porque estavam prestes a ser identificados, desapareceram.
À glória do caminhante
Ao longo do caminho
Ao longo do caminho (2)
A cabana
A pedra e as canas
À sombra
A um coração
Num recanto sob as árvores
Poema à brisa
Joana Ruas nasceu na Quinta do Pinheiro em Freches, no distrito da Guarda. Trabalhou como jornalista cultural e tradutora na Radiodifusão Portuguesa e no jornal Nô Pintcha da República da Guiné-Bissau. Participou na causa da Libertação do Povo de Timor-Leste, tendo feito várias conferências sobre a Língua Portuguesa em Timor-Leste, sua história e cultura. Entre poesia dispersa e ensaios é autora dos romances, Corpo colonial, O claro vento do mar e A pele dos séculos. Participou na IV Feira do Livro de Díli onde apresentou o romance A batalha das lágrimas e o livro de contos Crónicas timorenses respetivamente o 1.º e o 2.º volume da tetralogia A pedra e a folha sobre cem anos de Resistência Timorense.