MARIA AZENHA
Na mesa
para não falar sozinha
ela escreveu num guardanapo:
o coração na faca
a boca numa colher
vivo na Ucrânia e em qualquer
lugar
examino a luz inox
sinto o cheiro dos talheres
as raízes na garganta
escondem soldados ferozes
Na extensão das mesas
os talheres de prata
brilham
em cadáveres.
Maria Azenha
– 1ª edição –