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venda das raparigas . britiande . portugal . abertura: 2006
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WALMIR BATTU |
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DE ONDE VINDES? |
Venho da terra dos sonhos e das fímbrias das trompas de falópio; Venho de onde o vento sussurrante faz drapejar o pendão da Paz agonizante. Venho de outras vidas num eterno renascer, sem ser. Venho do fundo, do mar e do mundo. Venho de onde a vida com a morte se junta. “De onde vens?” não é pergunta! Venho de onde senta a solidão ao lado meu; De noite, ao meio dia e na alvorada... Contemplo-a, ela a mim e lhe pergunto: De que lugar vens? Fala! De uma Floresta de São Teobaldo, perfeitamente Iluminada - respondo; De um Canteiro imenso... Com fornos abrasados, De um Bosque cujos pássaros morreram Em uma noite longa, interminável... Das ruínas de uma Venda e de um Templo de Hiram, abandonados Cercados por árvores de Acácias Amarelas que margeiam Ambos os lados dos Vales engalanados; Entre as Colunas de Jakin e Boaz nas quais a saudade adeja e chora. Como Falcões feridos e sem ninho, buscando um Canteiro onde possam morrer calados; Venho de um Clima do Vale em que cruzei depressa em triste noite após inúmeras batalhas. Venho de muito, muito longe... Venho dos campos das batalhas Farrapas, Forjado no fogo brando das explosões e dos sarseios de balas... Venho do fio da adaga e do sangue anti-monarca, que no peito do inimigo Arrogante, fere e cala! Venho de onde o Compasso, o Esquadro e a Navalha, fazem a arte na madeira; Venho do fundo de tua alma que em ti e a mim mancha o rosto de Carvoeiro, Onde de Pé e à Ordem está disposta e se perfila. Venho de onde sou filho do punhal, sou Franco Carbonário, Sou da confiança, Sou a Fé da Herança Farroupilha. “De onde venho?” Eis a resposta! |
BPr.´.
Walmir Battu 33.´. |
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