venda das raparigas . britiande . portugal . abertura: 2006

R.'.V.'.C.'. das Raparigas, nº 16,
segundo Carta Constitutiva Definitiva de 2 de Outubro de 2010

QUANDO EU MORRER...

Quando eu morrer, não quero choro e nem velas!
Quero que meu momento final seja um pretexto para o encontro dos meus Bons Primos,
Lenhadores, Pedreiros, Carpinteiros e Ferreiros;
 
Quero que todos riam, contem piadas e se divirtam
Lembrando dos nossos momentos de lutas e de glórias!
 
Que façam uma oração ao Sagrado Mestre do Universo,
para agradecer pela minha maravilhosa passagem por esta Floresta Encantada.
 
Mas não orem para que seja perdoado e encontre o caminho;
Ninguém será perdoado simplesmente, mas todos passarão pelo Portal e
renascerão para a regeneração, levando consigo a bagagem adquirida dos mananciais,
que, como sementes de trigo, germinarão noutras vidas sucessivamente.
 
Venho, irei e voltarei da terra dos sonhos
e das fimbrias das trompas de falópio;
Venho, irei e voltarei de onde o vento sussurrante
faz drapejar o pendão da Paz agonizante.
 
E, nessas idas e vindas, sem resposta e sem pergunta,
Venho, irei e voltarei de outras vidas num eterno renascer, sem ser.
Venho, irei e voltarei do fundo, do mar e do mundo.
Venho, irei e voltarei de onde a vida com a morte se junta.
 
Viver é uma consequência de Idas e Vindas.
Morrer é só um pretexto para Irmos;
Nascer é só um pretexto para voltarmos!
 
Assim, não haverá razão para tristezas,
Talvez saudades...
Boas lembranças...
A energia gostosa da harmonia e da concórdia que fica.
 
O último suspiro para a morte,
É o primeiro choro para a vida!
Enquanto se reúnem em minha despedida,
Estarei amamentado por uma mãe querida!
 
Walmir Battu,  em 03/04/20011