venda das raparigas . britiande . portugal . abertura: 2006 |
O BODE NA MAÇONARIA CARBONÁRIA Walmir Battu |
Bodiar ou fazer Venda (Loja), é um tratamento que se dá às reuniões Carbonárias nas Choças, Barracas ou Vendas, o que significa trabalhar em segredo. Essa preocupação dos Maçons Carbonários se dá em razão de que, no passado, as perseguições do Santo Ofício levavam à tortura e ao sacrifício inúmeros IIr.´., tanto da Alvenaria quanto da Madeira, no intento de arrancar-lhes os segredos ou conhecimentos acerca daquilo que protegiam com muita dor e coragem, podendo ser, inclusive, assuntos conspiratórios contra a coroa ou o império, posto que o combate à tirania e ao obscurantismo fazia parte da grande ocupação de que tratavam os "bodes" na maioria dos Templos Maçons. Assim, a figura do Bode, que ficou conhecida como símbolo do segredo, do silêncio e da confidencialidade entre os IIr.´. de todas as Obediências e Ritos, fez com que adotassem a enigmática caricatura desse animalzinho como uma identificação e reconhecimento entre os membros da fraternidade dos pedreiros e madeireiros livres, e que sobre esse costume muitas brincadeiras se realizem nas iniciações ou nas comunicações bem humoradas entre IIr.´. . Dentro da maçonaria, muitos desconhecem o nosso apelido de bode. Segundo
ratifica o nosso saudoso Ir.'. José Castellani, a origem desta denominação
data do ano de 1808. Porém, para saber do seu significado temos necessidade
de voltarmos no tempo. Por volta do III ano d.C. vários Apóstolos saíram
para o mundo a fim de divulgar o cristianismo. Alguns foram para o lado
judaico da Palestina. E lá, curiosamente, notaram que era comum ver um judeu
falando ao ouvido de um bode, animal muito comum naquela região. Procurando
saber o porquê daquele monólogo foi difícil obter resposta. Ninguém dava
informação, com isso aumentava ainda mais a curiosidade dos representantes
cristãos, em relação àquele fato. Até que Paulo, o Apóstolo, conversando com
um Rabino de uma aldeia, foi informado de que aquele ritual era usado para
expiação dos erros. Fazia parte da cultura daquele povo contar a alguém da
sua confiança, quando cometia, mesmo escondido, as suas faltas; ficaria mais
aliviado junto à sua consciência, pois estaria dividindo o sentimento ou
problema. |