O CASTELO DA PRINCESA ARDINGA

A Princesa Ardinga viveu no século X, quando Lamego se encontrava sob domínio árabe e pagava tributo ao Califado de Córdova. Estamos no período da reconquista da Península Ibérica aos árabes. Reza igualmente a lenda que um dos cavaleiros que ajudaram a reconquistar o castelo de Lamego foi o famoso Cid, El Campeador.

Ardinga apaixonou-se por D. Tedon, um cavaleiro cristão. Como o casamento não foi consentido pelo pai, a princesa moura conseguiu certa noite escapulir-se do castelo para fugir com o seu amado. Casou-os em S. Pedro das Águias um velho eremita, Frei Gelásio, depois de a princesa trocar Allah por Jesus Cristo.

Entretanto, a felicidade de Ardinga durou pouco: o pai, que saíra em sua perseguição, encontrou os enamorados junto do rio Távora. Ao saber que a filha traíra a mensagem difundida por Muhammad - Abençoado seja o seu Nome! -, degolou-a junto ao rio e atirou os pedaços do corpo à água.

Por vezes, as águas do rio aparecem vermelhas, porque o sangue de Ardinga ainda as tinge.

O castelo de Lamego foi reconstruído várias vezes. O que se vê nas imagens data dos séculos XII-XIII, aquele em que viveu Ardinga devia ser diferente.

Estela Guedes
Britiande, 06.03.06