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AS ORIGENS DA MAÇONARIA ESPECULATIVA
A. R. Sabbi
A\G\D\S\A\D\U\
e do nosso Protetor São Teobaldo
M.:M.:C.:
S:. GM.:
V\M\
B\Pr\ 1er. Vig\
B\Pr\ 2do. Vig\
BB\ PPr\ todos, visíveis e invisíveis.

Escrevem alguns autores maçônicos, com não pouca e generosa imaginação, que Noé e seus filhos, após o dilúvio, passaram a arte da construção para os seus descendentes. Desta forma, eles seriam considerados os primeiros obreiros da construção. Depois, citam, com excessivo fervor maçônico, que os povos primitivos como os caldeus, os egípcios e os descendentes de Jafet que imigraram para as “Ilhas dos Gentios”, como sendo todos hábeis na arte de construir.

Fazem referências a Moisés, construtor da Tenda do Tabernáculo, e depois a Salomão, construtor do Templo. Não esquecem de Hiram, rei de Tiro, que dominava a arte da arquitetura e que, por ser amigo do rei Salomão, mandou-lhe Hiram Abbif com homens, madeira e muito ouro, para ajudar a erigir o Templo dos Judeus. Lembram também de Nabucodonosor, que, ao invadir Israel, cerca de cinco séculos depois da construção do Templo, não só o destruiu, como escravizou o povo judeu, e o levou para a Mesopotâmia, onde, usando dos conhecimentos de hábeis artífices judeus e de outros povos dominados, fê-los construir muralhas, palácios e os Jardins suspensos da Babilônia.

Os gregos também são lembrados como peritos na Arte da Construção. E ainda citam-se os romanos, que tinham os “Collegia Fabbrorum” que construíam templos, palácios, muralhas e residências. Sabe-se que os “Collegia Fabrorum” acompanhavam as tropas romanas, reconstruindo as cidades conquistadas e danificadas pela violência das batalhas. Os romanos levaram a Arte de Construir para a Gallia, a Ibéria, Norte da África, Região de Flandres e inclusive para a Inglaterra. Os “Collegia Fabrorum” duraram até o século V, ou seja, até 476 d.C., quando ruiu o Império Romano do Ocidente.

Os bárbaros convertidos ao cristianismo aproveitaram-se dos conhecimentos da Arte de Construir dos romanos, para edificar as suas cidades. Mas, durante alguns séculos, a construção esteve a cargo das ASSOCIAÇÕES MONÁSTICAS de frades construtores que também treinavam e usavam leigos ligados aos conventos.

No século XI já existiam CONFRARIAS LEIGAS treinadas e muito influenciadas pelo
clero e pela religião católica.

No século XII firmaram-se as GUILDAS, associações de cunho religioso dedicadas à
construção.

A partir do século XIII surgem as confrarias dos OFICIOS FRANCOS (pedreiros livres, ou franco-maçons), dotadas de privilégios como isenção de pedágios, de impostos, com liberdade para atravessar fronteiras livremente. São da mesma época os COMPAGNONAGES (companheirismos), agremiação de construtores criadas pela Ordem dos Templários.

As diferentes agremiações costumavam reunir-se, geralmente a cada ano, para conservar sabiamente as formas e usos da antiga e venerável Ordem que cultivava a Arte Real e a Fraternidade para que a Instituição se parecesse a uma Abóbada perfeita e bem ajustada.

Segundo os dados da História, foi exatamente na Idade Média que começou e floresceu a maçonaria operativa que legou à humanidade uma magnífica arquitetura, da qual ainda são documentos inegáveis, centenas de Catedrais, Castelos e edifícios públicos que ainda continuam a desafiar o tempo e as guerras nas antigas cidades de Europa. Esta maçonaria operativa se tornou respeitada, e era a única que podia fazer reuniões regulares sem despertar suspeitas dos tiranos e do Santo Oficio, e podia atravessar fronteiras sem pedir licença ao rei ou ao papa, tais eram seus privilégios e seu status . Ela tinha como intuito, preservar a “Arte Real” entre os mestres construtores da Europa.

O ambiente mais propício e a maior tolerância religiosa na Inglaterra do que nos países latinos da Europa facilitaram a proliferação e o desenvolvimento das corporações da construção naquele reinado. Estas sociedades adotavam o simbolismo secreto que não visava apenas preservar os segredos da arte, mas também a conquista dos direitos políticos.

No século XVI se inicia a aceitação de elementos estranhos à arte de construir. Filósofos, intelectuais, hermetistas, templários, alquimistas, artistas, nobres e clérigos são aceitos em número crescente nas organizações de Oficio dos construtores. Era o inicio da transição entre a maçonaria operativa e a especulativa ou simbólica.

Na realidade, os precursores da maçonaria especulativa surgiram na Itália na época do Renascimento. O aparecimento das ciências experimentais e positivas abrira uma extensa clareira no emaranhado dos dogmas católicos, fomentando as dúvidas à medida que se desenvolvia e se apurava a crítica cientifica. Ao sopro das novas idéias da renascença seguiram-se as tempestades desencadeadas pelas proposições de Martinho Lutero, no começo do século XVI. Nesta época, três “gibelinos”, Paulo Toscanelli, Leonardo Da Vinci e Américo Vespucio, lançavam os fundamentos da Academia de Arquitetura de Florença. Mas se defrontaram logo com a oposição dos Medicis, aliados aos “Guelfos” que desfraldavam a bandeira do papa. Florença era o feudo dos poderosos Medicis . Estes combateram os gibelinos, anti-papistas, e todos os grupos liberais que apoiavam a fundação da Academia. Entre eles figuravam proeminentes membros da Associação de Pintores e Escultores de Florença que se apoiavam nas artes liberais mais importantes, nas lojas da lã, seda, peleteria, na associação dos cambistas, dos médicos, dos boticários, dos juízes e notários que alimentavam uma maneira de pensar mais liberal. Mas contra os Medicis não havia como lutar. E a Academia foi fadada ao fracasso.

Frustrada a iniciativa da Academia, Leonardo Da Vinci e Américo Vespucio se transferiram para Milão. Ali, o duque Ludovico Sforza, o “Mouro”, lhes concede o privilégio da concretização do seu Projeto. Sem Toscanelli que havia morrido, os dois notáveis personagens formam um grande centro de cultura artística, científica, literária e cívica. A eles se juntam Luca Paccioli, Bernardo Lovino, Andréa Salaino, Marco Antonio de La Torre, César Cesto, Antonio Boltrafio, Benevenuto Cellini e Marco Vegioni, expoentes da mais brilhante mentalidade peninsular. Foram estes os verdadeiros precursores da maçonaria especulativa na Europa. Vários deles acompanharam Leonardo Da Vinci a Paris, a Convite de Francisco I e filiaram-se ao Colégio Francês, a primeira Grande Loja Franco - Maçônica no mundo.

Acontece que, nesta época, já existiam agrupamentos maçônicos especulativos, de forma isolada, originários de Academias e Colégios. Um deles, o mais antigo, e talvez o mais notável, foi criado na França em 1517. sob o reinado de Francisco I.

Tinha o nome de “COLEGIO FRANCES”. Dele fizeram parte Leonardo da Vinci, Andréa del Sarto, Benevenuto Cellini, Juan Lescot (artistas), Guilhermo Pelicier, Pedro Danes, Jorge Leive (escritores), Júlio César Escalígero, Roberto Etienne, João André Lascaris e Miguel Servet (cientistas). Logo exerceu grande liderança sobre os demais, tornando-se A PRIMEIRA GRANDE LOJA REGULAR DA FRANCO - MAÇONARIA SIMBÓLICA QUE SE FUNDOU NO MUNDO. A sua Constituição foi aprovada em Assembléia Magna dos maçons franceses no ano de 1523. Leonardo da Vinci já havia morrido havia quatro anos. Já se tratava de uma verdadeira maçonaria especulativa.

Com a morte de Francisco I, o recrudescimento das violentas lutas religiosas da contra reforma, a vida da maçonaria na França ficou inviável. Então, seu Centro Nervoso foi transferido para Londres, onde foi introduzido por Tomas More. Na oprimida Inglaterra encontrou terreno fértil. O espírito de liberdade da maçonaria francesa foi muito bem acolhido e neste ambiente surgia, pouco mais tarde , a grande personalidade de Oliveiros Cromwell que prendeu e condenou à morte Carlos I, reprimiu os realistas e proclamou a República. Mas não durou muito e a Monarquia inglesa foi restaurada. A poderosa instituição maçônica, já muito disseminada, e que havia apoiado Cromwell, estava agora na mira da realeza que a queria destruir.

Mas os ingleses são frios, práticos e inteligentes. Por que desgastar-se em destruir uma organização tão forte e já tão arraigada na burguesia, cuja simpatia era muito importante para a própria nobreza reinstalada no poder? Por que lutar para destruí-la, se uma simples intervenção cirúrgica poderia modificá-la e torná-la útil à monarquia? Era só amputar-lhe as excrescências subversivas criadas pela inquietude latina e pronto. Era muito mais fácil amoldá-la ao temperamento calmo dos ingleses e aos interesses da realeza, do que lutar contra ela. E assim foi feito na Inglaterra com a maçonaria. Ela foi esvaziada do seu conteúdo, e foi mantido seu continente, cada vez mais enriquecido de nobres e clérigos.

No século XVIII, a maçonaria inglesa estava um tanto enfraquecida e decadente, por diversas razões. As guildas de construtores e demais corporações de ofício estavam enfraquecidas pela nova ordem social nascente: havia uma diminuição do fervor religioso que seguiu a Reforma protestante e as lutas religiosas que derramaram sangue por toda a Europa; a construção das igrejas foi dando lugar à construção civil de edifícios profanos públicos e privados; a maior especialização dos artífices da construção fazia com que já não se sentissem motivados a se reunir em grêmios; a nova pratica de admitir membros honorários não construtores para manter prestígio, entusiasmo e para lhe dar força moral e material, estava deteriorando a estrutura das lojas de obreiros maçônicos; o número e a influência dos aceitos era cada vez maior, e isto estava mudando a cara da maçonaria. A maçonaria estava decaindo e esmorecendo. Não há dúvida de que reunia homens importantes e de boa vontade. Todavia eram de medíocre inteligência e sua maior preocupação era salvar as suas lojas do desalento e decadência que as ameaçava. Era preciso juntá-las para fortalecê-las através da União.

Para salvar e reforçar a maçonaria, quatro lojas de Londres se uniram fundando a Grande Loja de Londres em 1717. Muitas lojas aderiram. Os maçons da nova potencia eram chamados de Modernos, em oposição aos seguidores do Rito de York e outras lojas que não aderiram e se denominavam então de os Antigos e que não concordavam com as reformas introduzidas pelos modernos.

Foi a necessidade que fez nascer em 1717 a Grande loja de Londres. A união das quatro lojas de Londres em 24 de junho deste ano salvam a maçonaria inglesa da dissolução que parecia inevitável, como acontece em todas as coisas que não se renovam com o tempo que sempre é novo.

Assim tem início a maçonaria moderna. Importantes personalidades foram atraídas pela maçonaria. Todas as pessoas que pensavam mais alto, que eram proibidas de expressar e acreditar em algo diferente, fora dos dogmas religiosos e filosóficos que dominavam a época, refugiavam-se na maçonaria que os aceitava de braços abertos. Aos poucos, virou moda, status e prestigio pertencer à maçonaria. Ela se transformara em patente de reputação e honradez. As lojas cresciam e se multiplicavam. Logo se sentiu a necessidade de reformular os Estatutos e Regulamentos da Ordem. Baseando-se nas antigas constituições colecionadas por Paine, nas General Regulations, compiladas pelo mesmo, no segundo ano de sua presidência, Jaime Anderson foi encarregado primeiro pelo próprio Paine, e depois por Deagulier, para apresentar as Antigas Constituições Góticas numa forma nova e melhor. E assim nasceu o “Livro das Constituições dos franco-maçons” que versa sobre a história, deveres e regulamentos da Fraternidade Maçônica. O livro foi examinado, corrigido, recebeu emendas, e acabou sendo aprovado e impresso. Foi apresentado oficialmente em janeiro de 1723 numa Assembléia da Grande Loja, ignorando totalmente a Constituição de 1523, por desconhecimento ou por interesse.

A Constituição de Anderson nunca foi questionada a fundo. Nunca alguém procurou saber até que ponto correspondia exatamente às “Antigas Constituições Góticas” que nunca mais foram divulgadas a partir de então, e sempre se fecharam os olhos, passando-se por cima de seus erros, inversões e omissões que possa conter, como o próprio princípio da irregularidade e a discriminação da mulher e do deficiente físico passaram a ser aceitos como dogmas imutáveis.

É interessante lembrar que James Anderson era presbítero anglicano e Grande Vigilante da Grande Loja de Londres. Na sua Constituição, por primeira vez, na história da maçonaria talvez por sua formação religiosa, aparece a proibição da participação das mulheres nas lojas : “As pessoas admitidas a fazer parte de uma loja devem ser boas, sinceras, livres, de idade madura; não são admitidos escravos, mulheres, pessoas imorais e escandalosas, mas exclusivamente as que gozem de boa reputação”. Posteriormente, Mckey inclui esta proibição que consta em sua enciclopédia, como o Landmark 18. Em nenhum documento anterior consta tal restrição, nem no Manuscrito Regius, ou Manuscrito de Halliwel (ano 1390), nem no Manuscrito de Watson (1440), ao contrário, existem varias referências à participação de mulheres. Exemplo: “Que nenhum Mestre suplante outro, senão que procedam entre si como irmão e irmã” (versos 203 e 204 do Manuscrito Regius). Na realidade Anderson e a Grande Loja de Londres não criam a maçonaria especulativa que já existia há 200 anos. Apenas a organizam e introduzem certas modificações, algumas como esta, infelizes. A proibição preconceituosa da mulher surge exatamente no momento em que Anderson tenta estabelecer a passagem da maçonaria operativa em especulativa, fato que deveria contribuir para o fim dos preconceitos.

O interessante é que sete anos após a Constituição de Anderson, ou seja em 1730, a maçonaria francesa inicia o movimento da Maçonaria para Adoção para Mulheres, o mesmo acontecendo em 1738 na Alemanha com a Ordem de Moisés que admitia mulheres, e em 1747 na Itália com a Ordem dos Lenhadores carbonários que também admitiam pessoas do gênero feminino.

A Grande Loja de Londres criou um cisão na maçonaria especulativa da Inglaterra que durou 96 anos. Em 1813, houve a fusão entre a Grande Loja de Londres e as lojas independentes do Rito de York, ou seja entre os Modernos e os Antigos, com a criação de GRANDE LOJA UNIDA DA INGLATERRA. Mesmo assim, muitas lojas da própria Inglaterra, da Irlanda, Escócia, da França e Itália ficaram independentes da obediência maçônica inglesa. Para tanto, as lojas do Rito de York exigiram a supressão de algumas modificações introduzidas pelos Modernos. Outras permaneceram até hoje.

E a maçonaria simbólica da França de 1517, o que houve com ela?

Aplacadas as lutas religiosas da contra reforma na França, e ressuscitado o movimento filosófico interrompido pelas guerras da religião, a maçonaria voltou ao continente e retomou a sua antiga forma expressa na Constituição de 1523. Era aépoca da Enciclopédia. Era a época da revolução mental que preparava o terreno para a revolução francesa. Os emblemas da realeza são retirados dos rituais. As formas religiosas introduzidas pelos ingleses dão lugar a concepções racionalistas. O caráter cívico da instituição se manifesta com toda pujança e magnitude. A maçonaria assume na França o seu lugar na vanguarda. Ganha rapidamente a burguesia, sem descuidar do proselitismo junto à própria nobreza que já sentia desabar o seu mundo de ilusões.

Os ingleses não gostaram das reformas ritualísticas. Nem dela gostaram os alemães que temiam uma França subversiva cujos contágios poderiam ultrapassar as ronteiras, o que seria perigoso.

E, de fato, os gritos de liberdade da França ecoam logo além das fronteiras. Causam pesadelos em Frederico da Prússia que decide proceder a sua reforma escocista. E despertam simpatia na grande Catarina , que funda uma Academia de Literatura na Rússia, e convida para inaugurá-la, Grimm, Voltaire e Diderot. Ecoam na Itália, Portugal, Espanha, e América Latina, onde nascem e crescem os movimentos contra o absolutismo. A partir desta época, a maçonaria, especialmente a francesa, semeia idéias de liberdade que se transformariam em lutas de independência ou de movimentos republicanos em todo o mundo ocidental.

A maçonaria francesa cresce muito e começa a fundar lojas em outros países. A velha rivalidade política entre a Inglaterra e França afeta também a maçonaria. Para resguardar a hegemonia e o monopólio maçônico, a G.’.L.’.U.’.I.’. criou o conceito de REGULARIDADE. Passaram a se rotuladas de irregulares e espúrias toda a maçonaria que não estivesse filiada à Inglaterra.

Assim como a Igreja Católica que considerava herege todos aqueles que não admitiam seus dogmas, a G.:L.:U.:I.: passou a considerar irregular toda a loja que a ela não se filiasse, aplicando e impondo esta exclusão, mesmo para Lojas Maçônicas que existiam antes dela, e que não se dobraram à sua Obediência e às suas normas dogmáticas Na realidade, existem importantes diferenças, algumas até, incompatíveis, entre a corrente maçônica da França (Constituição do Colégio Francês - 1523) e da corrente maçônica da Inglaterra (Constituição de Anderson – 1723).

Por isto é muito interessante comparar as duas Constituições maçônicas, para entender melhor as duas maçonarias.

A francesa tem espírito latino. É menos mística e mais rebelde. Mostra inquietude pelos destinos da pessoa humana e advoga pela liberdade do pensamento. Rebela-se contra os privilégios das castas religiosas e da nobreza. Apresenta a maçonaria como um movimento filosófico ativo, universalista e humanitário. Nele cabem todas as orientações e critérios que tenham como objetivo o aperfeiçoamento moral e intelectual do ser humano, tendo como base o respeito à personalidade humana. A investigação da verdade é livre. Defende a liberdade de pensamento e opta pelo método científico experimental na filosofia. Proíbe de forma absoluta a intromissão de clérigos nos assuntos políticos dos povos. Advoga a abolição das castas e dos privilégios da nobreza e do clero. Reconhece a livre determinação dos povos com o direito de se governarem livremente segundo suas leis e costumes. Propõe a supressão dos tribunais especiais da justiça e do Santo Ofício e advoga os tribunais comuns de acordo com as leis e costumes de cada povo. Não combate as religiões em proíbe que seus membros adorem os deuses. Deixa as concepções metafísicas ao domínio da consciência individual dos seus membros. Não admite na instituição inimigos naturais como clérigos de várias religiões, os portadores de títulos da nobreza e do clero, e os que possuem convicções contrárias aos princípios básicos da Franco - maçonaria, salvo quando se rebelarem clara e francamente contras essas ideologias antagônicas dos princípios da igualdade humana.

A inglesa tem como tônica o misticismo religioso, o mosaicismo na sua mais alta expressão. Exige obediência cega aos reis. Confunde a teologia com as coisas temporais, misturando as coisas da Religião e do Estado. A maçonaria é apenas um sistema de ordem moral, um culto para conservar e difundir a crença em Deus do qual emana todo o poder da realeza. É dentro deste princípio que se entende a ajuda aos seus membros para regularem suas vidas e condutas, de acordo com os princípios de
sua própria religião, seja qual for, desde que monoteísta. É um culto fundado nas bases religiosas, não admitindo livres pensadores nem ateus, por melhores que sejam suas qualidades morais. É omissa quanto aos tribunais especiais da religião como o Santo Ofício, e sobre o direito de os povos terem seus tribunais comuns conforme seus costumes e leis. Obriga a crença em Deus e obriga ao juramento sobre a bíblia.

Não é contra os privilégios do clero e da nobreza. Pelo contrário, confere à Nobreza os mais altos títulos da hierarquia maçônica, como o faz com a religião anglicana. Não é por nada que hoje, o Duque de Kent comanda a maçonaria inglesa, e o Pincipe
Charles é o chefe da Igreja Anglicana.

A maçonaria simbólica tem cerca de 500 anos. Ou, se preferirem a data de 1717 como seu inicio, 300 anos.

É uma instituição Universal ainda que pulverizada em centenas de Obediências que seguem os mais diversos ritos. Existem atualmente cerca de 10.000.000 milhões de maçons. Cerca de dois milhões estão nos EUA, 320.000 na Inglaterra, 200.000 no Brasil, 110.000 no Canadá, 80.000 na Austrália, os demais espalhados em centenas de países, especialmente do mundo ocidental.


A. R. Sabbi - M.’.M.’.C.’.
Janeiro - 2008

Bibliografia

Queiroz, Álvaro – A Maçonaria Simbólica – Ed. Madras, SP – 2007.

Figueiredo Lima, Adelino – Nos Bastidores do Mistério – Ed. Spiker – RJ – 1958.

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