SURREALISMO ACTUAL

TRABALHOS DE PEDREIRA
ensaio para manifesto (acção poética colectiva)
Cabo Mondego Section of Portuguese Surrealism

O surrealismo hoje no caos triturador da ilusão política, social e económica? Com certeza que sim e mais do que nunca. E tomamos de forma séria a luminosidade das palavras inscritas há 43 anos no túmulo de André Breton: procuro o ouro do tempo. Este ouro não tem idade e está fora de qualquer circuito económico. Também as nossas buscas o estão.  Dentro da esfera da moralidade (em crise de valores), da estética, da arte e da literatura (dizem que se estuda na academias de belas artes e nas universidades), não tomamos em consideração o conceito de belo, até porque isso nos coloca perante a interrogação – o que é o belo? Evidenciamos antes uma outra sensibilidade, inerente à razão que produz uma obra de arte. Não nos choca a vulgaridade da forma como nos exprimimos pela poesia visual ou escrita, queremos antes chocar com o génio da liberdade através do acto poético e da poesia. A liberdade, essa máquina de propulsão, permite-nos o convívio com o homem integral, através da unificação de forças telúricas que esfacelam o logos. A lógica hoje parece-nos estranha. Por isso poetizamos a partir dos sonhos: uma boa utilização dos sonhos que permita nascer um novo modo de pensamento para não ceder às aparências. Interessa-nos conquistar novas geografias e vidas plenas nos interstícios da realidade, à margem da literatura e da arte. Propomos uma metamorfose exterior com a simples atitude marcada, fora da inércia, pela acção colectiva numa aventura que, através do surrealismo, condu-la à revolução interior de todos os poetas porque ... a liberdade individual é um bem superior.

Miguel de Carvalho, Rik Lina; Seixas Peixoto & João Rasteiro pelo CMSPS

 

“Trabalhos de Pedreira”

Exposição TRABALHOS DE PEDREIRA na Enquadrar, Rua dos Mercanteis, nº 17 em Aveiro dia 17 de Outubro de 2009 pelas 17:30 por parte do The Cabo Mondego Section of Portuguese Surrealism. O evento contará com a participação dos elementos da respectiva tertúlia em performance com pintura automática e declamação de poesia em simultâneo.

The Cabo Mondego Section of Portuguese Surrealism nasceu em 2008 na Figueira da Foz em torno das criações surrealistas e editoriais “Debout sur L’Oeuf” com pintores e poetas oriundos de diversas nações, entre eles Rik Lina (pintor), Seixas Peixoto (pintor), Miguel de Carvalho (editor e poeta) e João Rasteiro (poeta). O agrupamento não tem manifesto (nem quer ter) e acolhe os surrealistas que por livre vontade se agregam às suas actividades, tendo com base de trabalho automatismo, acaso, “objets trouvées”, em plena liberdade, isto é, sem técnicas, sem regras, sem limitações e imposições de espécie alguma ...

The Cabo Mondego Section of Portuguese Surrealism produziu trabalho para o Festival Surrealista de Londres (2008), exposição internacional de surrealismo actual em Santiago do Chile “El Umbral Secreto” (2009), “A Bigorna e o Anjo” – exposição individual de Rik Lina na Fundação Escultor José Rodrigues e assim como a produção dum centro cultural no Bengladesh da responsabilidade de Engelbert Schlögel. Outras actividades colectivas tiveram lugar com a presença de surrealistas internacionais na Figueira da Foz, nomeadamente Sergio Lima do Grupo Surrealista de São Paulo (Brasil) e Jan Giliam do Grupo CAPA (Colective Automatic Painting Amsterdam). As actividades do grupo não só têm lugar em “centros de criação” tais como os ateliers, museus e/ou fundações mas também em ambientes cujas atmosferas têm um sentido mágico-poético dos quais se destacam as florestas do Cabo Mondego, os cafés seculares de Coimbra, antigos claustros entre outros lugares de forças telúricas e secretas, bebendo de nascentes cristalinas em estado selvagem ...  porque a liberdade individual é um bem superior.                                               

TRÊS IMAGENS DOS TRABALHOS

.