miguel de carvalho:
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Madrugada |
Procuro na noite o meu peito em cinzas onde palavras oxidadas sedimentam sem pudor
vem madrugada, vem descalça traz-me a medusa, como quem liberta o suor num acto de amor invertido onde phalos engolem torres e labaredas de gelo
vem madrugada, vem depressa traz-me o vendaval e os remoinhos tempestuosos e arranca-me aquela árvore enraizada no poema.
miguel de carvalho (debout sur l’œuf) janeiro 2006 |