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O ENTRUDO DE LAZARIM (2010) |
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O Entrudo em Lazarim é considerado o Entrudo mais tradicional de Portugal. É organizado desde o início dos anos oitenta pela Casa do Povo de Lazarim e a partir de 2006 uniram-se a Junta de Freguesia, a Câmara Municipal de Lamego e a Progestur, tendo potencializado esta tradição ao nível de um grande evento festivo, sendo hoje de reconhecimento internacional. De Sábado a Terça-feira, a tradição do Entrudo sai à rua pela mão dos seus protagonistas, os Caretos, numa encenação carregada de simbolismo. Desde os próprios Caretos, passando pela sua actuação, no cortejo etnográfico, e culminando na leitura dos seus famosos testamentos satíricos, o Entrudo rege-se por uma licenciosidade vinda de tempos em que tudo era, de certo modo, vivido em clandestinidade, confrontando a autoridade institucional e religiosa vigente. Semanas antes do evento, os habitantes da vila começam os preparativos para a realização do Entrudo. Os artesãos, que nas suas oficinas desenham na madeira de amieiro fisionomias de traços zoomórficos, na expectativa de que a sua máscara seja a mais original e que possa vir a arrecadar o primeiro prémio do concurso de máscaras, são os responsáveis pela recriação de personagens, que de ano para ano se reinventam nas personalidades e ânimo dos Caretos. Em simultâneo, são redigidos os testamentos da “comadre” e do “compadre”, em absoluto secretismo, pelos jovens solteiros da vila, que encontram nesta ocasião a oportunidade de, através de quadras incutidas de malícia e ironia, divulgar em praça pública, o que muitas vezes fica por dizer e que de outra forma nunca seria dito, explorando também as rivalidades entre os sexos. Num ambiente jocoso, em que os presentes se encontram bastante receptivos ao que se declame, pois nem sempre assim foi, vão-se atribui defeitos, fraquezas, vícios e outras insolências, algumas pessoalmente dirigidas, outras de carácter mais difuso, a todos os que nelas se reconheçam ou revejam. Visando a expurga dos males inerentes à comunidade bem como dos que poderão dificultar as boas colheitas e saúde do gado, os bonecos antropomorfos que simbolizam a “Comadre”“Compadre” são queimados de modo a proceder a uma renovação que irá originar um ciclo de prosperidade. No fim, para acalmar os ânimos, são servidos os típicos pratos de caldo de farinha e feijoada, confeccionados pelas mulheres aldeia, aos muitos que por ali se encontram ainda, com resquícios trocistas ou simplesmente divertidos, devido ao episódio dos testamentos e outros ainda que, confrontados com esta manifestação etnográfica, registam o máximo que a sua memória possibilite. A celebração do Entrudo em Lazarim vem vindo a atingir novas dimensões, enquanto atractivo para destino turístico, observando-se de ano para ano uma maior afluência de forasteiros curiosos pelo contacto com um tempo de tradições antigas. In : «Entrudo em Lazarim». Prod. Progestur, Lamego, 2009 |
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