Tales foi comerciante de sal e de azeite de oliva, e enriqueceu como proprietário de prensas de azeitona durante uma safra promissora. Sabe-se que Tales previu um eclipse ocorrido em 585 a.C.
De suas idéias quase nada é conhecido. Aristóteles o chama de fundador da filosofia, e lembra que a sua doutrina baseia-se na água como o elemento primordial de todas as coisas (physis, fonte originária, gênese), e que para suportar as transformações e permanecer inalterada, a água deveria ser um elemento eterno.
Atribui-se a Tales a afirmação de que "todas as coisas estão cheias de deuses", o que talvez pode ser associado à idéia de que o imã tem vida, porque move o ferro. Essa afirmação representa não um retorno a concepções míticas, mas simplesmente a idéia de que o universo é dotado de animação, de que a matéria é viva (hilozoísmo). Além disso, elaborou uma teoria para explicar as inundações do Nilo, e atribui-se a Tales a solução de diversos problemas geométricos (exemplo: teorema de Pitágoras).
Tales foi um dos filósofos que acreditava que as coisas têm por trás de si um princípio físico, material, chamado arqué. Para Tales, o arqué seria a água. Tales observou que o calor necessita de água, que o morto resseca, que a natureza é úmida, que os germens são úmidos, que os alimentos contêm seiva, e concluiu que o princípio de tudo era a água. Com essa afirmação deduz-se que a existência singular não possui autonomia alguma, apenas algo acidental, uma modificação. A existência singular é passageira, modifica-se. A água é um momento no todo em geral, um elemento. Tales com essa afirmação queria descobrir um elemento físico que fosse constante em todas as coisas. Algo que fosse o princípio unificador de todos os seres.
Principais fragmentos: “... a água é o princípio de todas as coisas...”.
“... todas as coisas estão cheias de deuses...”.
“... a pedra magnética possui uma alma porque move o ferro..."
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