A Escrituras Editora, dentro da Coleção Ponte Velha, edição apoiada pelo Ministério da Cultura de Portugal e pelo Instituto Português do Livro e das Bibliotecas (IPLB), publica O arco da palavra e outros ensaios, de João Barrento, organizado e prefaciado por Floriano Martins.
A presente obra pretende mostrar ao leitor brasileiro a intensidade da entrega deste ensaísta a um mundo revelado a partir da leitura. Sobressaltando uma sensibilidade ímpar, a seqüência de textos exprime uma relação conflitante entre o tangencial e o oblíquo, que só pode ser exposta pela pena de um amante das contradições, da complexidade do mundo e de um desvanecimento voraz das linguagens como forma de autopreservação.
O próprio João Barrento comenta a inveterada contradição dos discursos estéticos de toda uma época, concluindo que “seus perfis são, também eles, oblíquos e múltiplos, e a razão de ser desse fato está, em grande parte, nas suas próprias origens: na explosividade contraditória e na natureza rizomática do húmus, que foram os primeiros movimentos modernos, de onde tudo veio”.
João Barrento (Portugal, 1940). Ensaísta e tradutor, conta já com uma obra das mais expressivas no ambiente crítico de seu país, conformada por 15 livros de ensaio, crítica literária e crônica, aos quais devem ser acrescentadas as inúmeras traduções que tem realizado, essencialmente do alemão, o que já lhe rendeu, dentre outros destacados prêmios, a Cruz de Mérito Alemã (1991) e a Medalha Goethe (1998). Mais recentemente, cabe citar o Prêmio PEN Club Português de Ensaio e o Prêmio União Latina de Tradução Científica e Técnica em Língua Portuguesa, respectivamente conferidos em 2001 e 2005.
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