A Escrituras Editora, dentro da Coleção Ponte Velha, edição apoiada pelo Ministério da Cultura de Portugal e o Instituto Português do Livro e das Bibliotecas (IPLB), publica A idade da escrita, uma antologia da obra poética de Ana Hatherly, apresentada por Floriano Martins. "A obra de Ana Hatherly", explica Floriano Martins, "mostra que sua voragem investigativa define-se pela criação de entidades e que não busca senão a visceralidade da escrita". A poeta defende que sua obra pretende mostrar o grafismo da escrita ocidental, posta em confronto com a escrita oriental e que, para mostrar as suas modulações, teve de a tornar ilegível. Como ela mesma a define, "A Idade da escrita é a minha idade, mas também é a idade da escrita no sentido de, como se diz, a Idade da Pedra, a Idade do Bronze: corresponde a uma era, a um eon, mas também a um sentimento do fim de uma era". Ana Hatherly - doutorada em Literaturas Hispânicas na Universidade da Califórnia, em Berkeley (Porto, 1929), catedrática da Universidade Nova de Lisboa e especialista do barroco, Ana Hatherly - que lançou recentemente O Pavão Negro (Assírio & Alvim) e Itinerários (Quasi) -, investiga, há mais de 40 anos, o conceito de escrita, nas suas diversas formas: é poeta, pintora, ficcionista, realizadora, ensaísta, integrando-se na corrente experimentalista dos anos 60. Abriu-se, todavia, a outros caminhos. O Mestre (1963), Eros Frenético (1968), Anagramático (1970), Tisanas (1977), são obras únicas da literatura portuguesa, bem como é singular a sua exploração da visualidade do texto." (da entrevista cedida a Ana Marques Gastão).
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